Mulheres que Brilham: Claudete Eberhardt relata desafios do voluntariado

Foto: Arquivo pessoal

MONTENEGRINA de coração, ela cresceu cuidando e amando os animais

Claudete Eberhardt, 40 anos, foi escolhida pela votação popular na categoria Voluntariado do prêmio Mulheres que Brilham 2023. Na quarta-feira, 31, ela participou de uma live, na qual falou sobre o surgimento da paixão pelos animais e do trabalho que realiza como voluntária.

Claudete mora em Montenegro há 23 anos. Natural de Brochier, foi lá que, em uma propriedade no interior junto ao avô, viu despertar o amor pelos animais. “Cresci rodeada de cães e cavalos”, recorda.
Ela veio para Montenegro para estudar e trabalhar, e assim foi. Ligada à área gastronômica, Claudete atuou em vários restaurantes da cidade. Desde 2006 ministra cursos na área de gastronomia. Em 2007, um ano após o restauro do prédio da Estação da Cultura, a empreendedora abriu uma cafeteria no local. Lá foram oito anos de trabalho, até que ampliou o negócio mudando de endereço e o transformando em um Café/Pub. Há mais de 20 anos ela também trabalha com eventos, na parte de alimentação e bebidas. Em 2018 passou a desenvolver um projeto, também na área culinária, junto aos alunos da Escola Nossa Senhora Medianeira, a APAE, de Montenegro.

Ao longo da trajetória profissional, Claudete sempre teve ao seu lado a companhia de, pelo menos, um amigo peludo de quatro patas, um cão. Há oito anos, ela perdeu um de seus melhores amigos. “Fiquei muito triste, abalada e até frustrada”, comenta Claudete. A dor da perda foi transformada em energia para ajudar outros cães, que abandonados, doentes ou em situação de maus-tratos precisavam de atenção. Desde então, Claudete não parou. “Depois que perdi o Toddy, fiquei muito fragilizada com a situação de todos e comecei a ajudar de forma mais ativa. Primeiro foram os cães, depois os gatos e agora minha nova paixão são os cavalos”, conta.

Claudete é uma das fundadoras da ONG Patinhas da Esperança, mas já atuou em outras entidades com pautas semelhantes. Ela e suas companheiras de causa atuam como fiéis depositárias, ou seja, cuidam dos cavalos recolhidos pelas polícias. Após tratados, os bichos são disponibilizados para adoção.
Muitas vezes, Claudete se depara com situações em que o animal está prestes a morrer. Em outros casos, enfrenta a hostilidade dos tutores que praticam maus-tratos. “A gente vive com os nervos a flor da pele. Ajudamos muito as polícias, vamos juntos fazer os resgates. A gente recebe ameaças, tem vários tipos de situação. O estado em que encontramos os animais nos assusta”, acrescenta.

Outra dificuldade enfrentada no trabalho como voluntária é o meio de transporte do cavalo até a clínica veterinária. Em situações como esta, o jeito é acionar a rede solidária formada por vários cidadãos montenegrinos. “Tudo que a gente consegue fazer é com a ajuda da comunidade. Não temos recursos, quando precisamos de um curativo, por exemplo, divulgamos nas redes sociais e logo aparece alguém para doar”, diz Claudete.
A comunidade que ajuda com as demandas da ONG também votou. Claudete foi a mulher mais lembrada no voluntariado local. “Para mim esse é o reconhecimento da sociedade, isso me faz sentir acolhida.”

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