Esforço concentrado. Campanha quer tornar a preocupação com o mosquito diária
Em encontro reunindo autoridades e entidades representativas, a Prefeitura lançou terça-feira, 4, a campanha “Montenegro contra Dengue”. Buscando frear definitivamente a propagação do mosquito transmissor, Aedes aegypti, a iniciativa será composta por uma série de eventos, ações educativas públicas, material informativo e de divulgação e até brindes; sem deixar de lado a fiscalização.
Até setembro deste ano, Montenegro apresentou 282 casos positivos da doença. Sendo 249 moradores da cidade, e mais 33 pacientes de outras cidades do Vale do Caí que buscaram tratamento no município, sobretudo no Hospital Montenegro 100% SUS (HM).
Com 100 focos do mosquito localizados, o bairro Centro é o mais contaminado, confirmando que a problemática não está concentrada na população mais pobre. Na sequência da lista também estão comunidades menos periféricas: Centenário, com 60; e Timbaúva e São Paulo, com 46 localizações de larva do Aedes aegypti cada.
O gerente Municipal de Contratos e Convênios, Silvio Kael, foi taxativo ao afirmar que a cidade tem apenas dois caminhos; ser “case” de sucesso de aniquilação da Dengue; ou um fracasso ao permitir sua disseminação. “Não tem meio termo”, definiu. E para que a população se conscientize disso, serão desenvolvidas ações de curto, médio e longo prazo. Além de mutirões de limpezas, iniciados semana passada pelos bairros Estação e Aeroclube, a Administração Municipal quer expandir o alcance da prevenção.
E para isso será necessário engajar os mais diversos órgãos públicos, entidades, organizações sociais, empresas e, logicamente, cada cidadão que vive ou trabalha em Montenegro. A conscientização será feita nas escolas, através de uma peça de teatro realista e impactante; terá visibilidade diária por meio de camisas e adesivos; e se estenderá em todas as direções com palestras em cada espaço coletivo, inclusive no transporte público.
Segundo Kael, está previsto ainda a produção de vídeos com o depoimento de pacientes que sofreram com a doença, relatando como foi à experiência de dor; além de um site exclusivo para falar a respeito do assunto. Tudo para atingir, de forma definitiva, o maior número de moradores. “A batalha será vencida apenas se nos unirmos. Todos têm que fazer a sua parte”, salienta Kael.
Números da ação
Até o momento, 35% do município já foi visitado pelos agentes de endemias, totalizando 9.940 imóveis. A meta é chegar até 80% da cidade até o final do ano.
Blitz com polícia, identidade visual e limpeza
E em decorrência do grande número de piscinas encontradas sem manutenção, será criado um ‘disque-denúncia’ para facilitar a comunicação entre moradores e Vigilância em Saúde. Essa comunicação resultará em visita às residências denunciadas, contando com apoio da Brigada Militar, se for preciso. Na primeira vistoria ocorrerá apenas uma notificação. Mas a partir da segunda, irá gerar uma multa para o morador.
Uma forte identidade visual será aplicada em todos os veículos da Prefeitura, que serão adesivados com a marca da campanha e faixas pretas. Como já ocorreu nos mutirões, água sanitária será distribuída a famílias de baixa renda, motivando a higienização dos pátios e das casas. Elas também receberão repelente de insetos aplicável à pele. Outra ferramenta será a colocação de material informativo nas cestas básicas distribuídas pela Secretaria de Habitação, Assistência Social e Cidadania.
O prefeito de Montenegro, Gustavo Zavatta, apontou para o comprometimento que cada cidadão deve assumir. Ele aposta inclusive que no futuro o município possa ser referência para outras regiões. “O problema é maior do que imaginamos. Devemos nos ater em como prevenir, não esperando chegar o caos para começar a tratar”, concluiu.
Principais medidas para eliminar a formação de criadouros
– Manter as caixas-d’água bem fechadas;
– Lavar com água e sabão tonéis, galões ou depósitos de água e mantê-los bem fechados;
– Limpar e remover folhas das calhas deixando-as sempre limpas;
– Retirar água acumulada das lajes;
– Desentupir ralos e mantê-los fechados ou com telas;
– Colocar areia ou massa em cacos de vidro de muros;
– Lavar plantas que acumulam água como as bromélias duas vezes por semana;
– Preencher com serragem, cimento ou areia ocos das árvores e bambus;
– Evitar utilizar pratos nas plantas, se desejar mantê-los, colocar areia até a borda dos pratos de plantas ou xaxins;
– Tratar a água da piscina com cloro e limpá-la uma vez por semana;
– Retirar a água e lavar com sabão a bandeja externa da geladeira;
– Lavar bem o suporte para garrafões de água mineral a cada troca;
– Lavar vasilhas de animais com esponja ou bucha, sabão e água corrente, trocá-los uma vez por semana;
– Manter aquários para peixes limpos e tampados ou telados;
– Manter vasos sanitários limpos e deixar as tampas bem fechadas;
– Guardar garrafas vazias e baldes de cabeça para baixo;
– Jogar no lixo objetos que possam acumular água como: latas, tampas de garrafa, casca de ovo, copos descartáveis;
– Manter a lixeira sempre bem tampada e os sacos plásticos bem fechados;
– Fazer furos na parte inferior de lixeiras externas;
– Descartar ou encaminhar para reciclagem os pneus velhos ou furá-los e guardá-los secos e em locais cobertos.
– Use repelente
Número de casos na área urbana
Aeroclube | 23 |
Bela Vista | 3 |
Centenário | 60 |
Centro | 100 |
Cinco de Maio | 14 |
Estação | 24 |
Faxinal | 12 |
Ferroviário | 23 |
Fortaleza | 3 |
Germano Henke | 10 |
Imigração | 6 |
Industrial | 11 |
Municipal | 12 |
Olaria | 9 |
Panorama | 12 |
Porto dos Pereiras | 6 |
Progresso | 4 |
Rui Barbosa | 43 |
Santa Rita | 43 |
Santo Antônio | 40 |
São João | 32 |
São Paulo | 46 |
Senai | 43 |
Tanac | 2 |
Timbaúva | 46 |
Zootecnia | 8 |
Número de casos na área rural
Alfama | 6 |
Bom Jardim do Caí | 1 |
Campo do Meio | 1 |
Costa da Serra | 6 |
Muda Boi | 2 |
Passo da Amora | 5 |
Pesqueiro | 1 |
Porto Garibaldi | 1 |
Potreiro Grande | 2 |
Santos Reis | 1 |
Serra Velha | 1 |
Sobrado | 1 |
Vendinha | 8 |
Vapor Velho | 1 |
Volta do Anacleto | 2 |