Leonardo Rosa Nunes tem acompanhado grandes estrelas do esporte in loco
Os Jogos Olímpicos de Paris estão chegando ao fim, mas um evento desta magnitude fica marcado para sempre na memória de esportistas e espectadores. Para o montenegrino Leonardo Rosa Nunes, de 30 anos, esta edição das Olimpíadas está sendo a realização de um sonho de criança. Apaixonado por esportes, Leonardo desembarcou em Paris um dia após a cerimônia de abertura para acompanhar, in loco, grandes estrelas do esporte mundial.
A primeira edição de Olimpíadas que o montenegrino acompanhou com mais afinco foi a de Atenas, em 2004. Naquele ano, um sonho começou. “Lembro muito de acompanhar o vôlei masculino, em que o Brasil ganhou a medalha de ouro naquela ocasião. Aquilo mexeu muito comigo, comecei a gostar muito de vôlei, mas também de acompanhar esportes olímpicos no geral. Ao longo do tempo, fui acompanhando outras Olimpíadas, Pan-Americano e isso sempre mexeu muito comigo”, relata.
Em 2016, quando o Rio de Janeiro sediou os Jogos, Leonardo aproveitou que um amigo morava no Rio, comprou passagens de última hora e alguns ingressos para ver algumas disputas. “Vi algumas coisas incríveis por lá, e prometi para mim mesmo que não seria a última vez que eu iria em Jogos Olímpicos”, salienta.
“Em Tóquio, teve a pandemia, mas mesmo assim não conseguiria ir, porque era muito caro. Desde então, comecei a me organizar financeiramente para poder estar aqui (Paris). Então, é algo que eu tenho decidido no fundo da mente há muitos anos, desde criança”, acrescenta.
Leonardo viajou sozinho e chegou à capital francesa no sábado, 27 de julho, um dia após a cerimônia de abertura – que ele assistiu do aeroporto. Somente na primeira semana dos Jogos, ele acompanhou in loco as finais do Skate Street (Masculino e Feminino), viu de perto a medalha de bronze conquistada por Rayssa Leal. O montenegrino também assistiu aos primeiros jogos da seleção feminina de vôlei, que fez grande campanha e vai brigar pela medalha de bronze.
Além disso, ele viu também a performance da equipe brasileira feminina de ginástica artística na classificatória, que garantiu as meninas na final – quando fizeram história e conquistaram a medalha de bronze. “Assisti de perto a Rebeca Andrade, a Flávia Saraiva, a Lorrane, a Jade e a Júlia, que fizeram provas muito boas. Foi algo incrível acompanhar de perto. A Rebeca é uma atleta incrível. Acompanhando do ginásio, vemos que ela é muito focada e consegue manter um nível de concentração muito alto, ela faz parecer todos os movimentos muito fáceis”, exalta.
Planejamento para não perder nada
Bem antes de embarcar para a França, Leonardo iniciou o planejamento para não perder nenhuma competição importante em Paris. O montenegrino acompanhou o ciclo olímpico de muitos atletas e equipes, e ficou de olho na agenda das disputas para se programar e comprar os ingressos.
“Acompanho cada vez mais o esporte olímpico, acho que ele tem ganhado mais espaço em alguns nichos. Talvez não na grande mídia, mas em alguns nichos ele tem conquistado mais espaço, especialmente por meio da internet, onde conseguimos ter acesso a informações mais rápidas e em maior quantidade. Então, fiz um planejamento conforme a agenda dos jogos, porque é muito difícil a gente conseguir todos os ingressos que a gente quer”, frisa.
O montenegrino explica que ocorrem várias fases de venda de ingressos, e desde o começo a organização sorteia horários para que os interessados comprem ingressos. Quem é sorteado primeiro, por óbvio, tem mais opções de escolha. “Prometi para mim mesmo que se eu conseguisse alguns ‘ingressos-chave’ eu iria vir e esses ingressos tinham a ver com os esportes que eu tinha mais interesse, tipo vôlei, skate, futebol, vôlei de praia…”, declara.
Além dessas modalidades, Leonardo buscou ingressos para outras disputas não tão populares que poderiam ter brasileiros se destacando, como canoagem e tiro com arco. “Quando cheguei aqui, a ficha ainda não tinha caído. Quando eu estava vindo, no avião, a ficha foi caindo um pouco. Nos primeiros momentos, me parecia que não era muito real, mas à medida que fui na primeira competição, que foi a do skate com a Rayssa Leal, meio que senti um baque. Realmente estou aqui”, destaca o montenegrino.
“Acho que muitas coisas que estou vivendo aqui, não me dou conta de que são eventos históricos, momentos históricos. Diria que a ficha só vai cair depois que eu voltar e olhar para trás, e ver o tamanho disso aqui. Vou lembrar com muito carinho e admiração”, complementa.
O desempenho brasileiro em Paris
Leonardo exalta a delegação do Brasil nesta edição das Olimpíadas. Ele, que acompanhou o ciclo de muitos atletas, fala sobre as chances de medalhas que o país possui em diversas modalidades, muito além dos esportes considerados tradicionais. O montenegrino destaca Beatriz Ferreira no boxe, Hugo Calderano no tênis de mesa, Caio Bonfim na marcha atlética, Duda e Ana Patrícia no vôlei de praia, Isaquias Queiroz na canoagem e muitos outros esportistas.
“Não sou especialista, mas o que acompanho muito e compartilho de opinião, é que sem dúvida existe muito potencial no Brasil. Acho que não se pode esperar do Brasil um resultado de potência, se a gente não tem investimento de potência. Qualquer medalha é histórica, é uma explosão de alegria e de realização para os atletas brasileiros”, ressalta Leonardo.
Ele entende que o investimento no esporte deve ser feito a longo prazo. “É só olharmos para todos os países que hoje são potências olímpicas. Todos eles investiram no Programa Olímpico a médio e longo prazo, não é algo que a gente comece hoje e já nas Olimpíadas de 2028, em Los Angeles, a gente vai ter um resultado impactante. É algo que vai vir para daqui dois ou três ciclos, se a gente começar a investir hoje. E tem que ser um investimento de longo prazo e constante”, finaliza.
Paris respira os Jogos Olímpicos
Além de acompanhar de perto os principais esportistas do planeta, Leonardo Rosa Nunes também está conhecendo Paris e aproveitando os pontos turísticos da capital francesa. Ele afirma que todos os lugares da cidade estão decorados com alguma indicação das Olimpíadas. “Paris está respirando os Jogos. Todas as estações de metrô estão super bem instruídas, então é muito fácil a gente conseguir ir para os lugares”, observa.
A questão da segurança, uma das principais preocupações, não só de turistas, mas das autoridades locais, também vem funcionando bem. “As coisas estão fluindo bem pela cidade. Tinha certo receio com a questão da segurança, mas acho que tudo tem andado muito bem. Não tenho visto grandes problemas. A cidade está cheia de policiais e forças de segurança. Temos que seguir vários protocolos para entrar nos lugares de competição”, diz.
Por falar nos locais onde as disputas acontecem, o montenegrino destaca que grande parte das arenas de competição estão montadas em pontos turísticos de Paris. “Há um espaço para fãs na Praça de Trocadeiro. A arena de vôlei de praia, que tenho ingresso para ver as finais, está localizada ‘no pé’ da Torre Eiffel. A Praça da Concórdia sedia várias modalidades, como o skate, o ciclismo BMX, Freestyle, basquete 3×3, breaking… Eles pensaram em integrar os Jogos à cidade”, enfatiza.