DOCUMENTO busca proteger e preservar bens que contam a história da cidade
Na tarde dessa quinta-feira, 23, entidades preocupadas com o estado de conservação do patrimônio histórico de Montenegro se reuniram na Estação da Cultura para assinar o manifesto intitulado “Medidas para salvar o Patrimônio Histórico de Montenegro”. O documento, endereçado aos entes públicos responsáveis, solicita ações urgentes para proteger e preservar os importantes bens históricos da cidade.
O manifesto começa destacando a preocupação em relação à preservação do patrimônio em Montenegro, apontando a falta de inventário, legislação e incentivos como fatores críticos. A recente cheia do Rio Caí, que inundou o Arquivo Histórico e Geográfico Maria Eunice Müller Kautzmann e o Museu Histórico Municipal Nice Antonieta Schüler, trouxe a questão para um ponto crítico.
Ricardo Kraemer, presidente do Movimento do Patrimônio Histórico de Montenegro, explicou que a catástrofe serviu como um chamado para a ação coletiva. “Cada um tem que fazer o que está ao seu alcance”, disse Kraemer. Ele ressaltou a importância de preservar não apenas as vidas, mas também a história e a memória das pessoas e da cidade. Com a inundação, muitos itens do acervo do museu foram danificados, exigindo um esforço conjunto para salvá-los. “Estamos trabalhando em conjunto com a Diretoria de Patrimônio Histórico e Cultural (DIPAHC) com técnicas de restauro para tentar secar e preservar os documentos”, afirmou.
Kraemer também destacou a necessidade de aumento no quadro de funcionários da DIPAHC. “Hoje, temos pouquíssimas pessoas trabalhando nisso, e precisamos de ajuda urgente para evitar que o acervo se deteriore ainda mais”, explicou. Além disso, ele mencionou a necessidade de encontrar um local adequado para guardar os materiais resgatados, que atualmente estão armazenados provisoriamente na Estação da Cultura.
Débora Primaz, presidente do Conselho Municipal de Cultura, reforçou a preocupação com a falta de pessoal e estrutura. “O Conselho tem tentado, em todas as reuniões, reverberar as necessidades de cada área cultural”, disse Débora. Ela enfatizou a importância de comunicar essas necessidades através do manifesto para que possam ser atendidas. “Se não falarmos sobre isso, as coisas não vão se resolver”, afirmou, acrescentando que o Conselho está comprometido em alertar a comunidade sobre a importância da cultura e do patrimônio histórico.
O documento tem oito pontos principais, incluindo a necessidade de uma equipe permanente para a DIPAHC, ações emergenciais para evitar a deterioração dos materiais, e um plano para realocar os objetos ainda armazenados no prédio interditado do museu. Também menciona a importância de discutir um espaço definitivo e adequado para o acervo. As entidades planejam encaminhar o manifesto a diversos órgãos, buscando apoio para salvar o patrimônio da cidade. “Vamos mandar o manifesto para o Município, Câmara de Vereadores, Ministério Público, e também para instâncias estaduais e federais”, concluiu Kraemer.