Mães abrigadas compartilham histórias de amor e luta

O Dia das Mães deste ano trouxe desafios e adversidades incomuns para diversas mulheres de Montenegro. Com a enchente do Rio Caí, muitas mães foram obrigadas a deixar suas casas e buscar refúgio em abrigos temporários, deixando para trás não apenas pertences materiais, mas também memórias da data celebrada nos seus lares.

Cristiane de Vargas, 38, é mãe de dois filhos e se viu desabrigada em decorrência da enchente. Moradora da rua Fernando Ferrari, no bairro Industrial, ela relata que perdeu tudo em razão da cheia. A água invadiu sua residência pela primeira vez, deixando o local completamente destruído. “Sempre ajudei os outros em enchentes passadas, mas nunca tinha vivido essa experiência na pele de ficar sem nada”, desabafa. Desde o dia 1º de maio ela está abrigada no Ginásio Domingão, no Parque Centenário, e segue sem perspectiva de quando poderá voltar para casa.

Rosa Marina Fiusa dos Santos, 53, também enfrentou a dor da perda ao ver sua casa e pertences serem arrastados pela enchente. Moradora do bairro Industrial, ela é mãe de quatro filhos, mas somente um deles ainda mora com ela. Apesar das dificuldades, Rosa mantém a esperança em dias melhores, fortalecida pela fé e pelas lembranças dos momentos felizes ao lado da família. “Sempre no Dia das Mães faço um almoço com todos os filhos, mas nesse ano não deu. Hoje de manhã eles vieram me dar um abraço, acho que o carinho deles é o que importa agora”, afirma.

Diante da adversidade, a resiliência é compartilhada por diversas mulheres. Mãe de seis filhos, Serenita da Silva Ribeiro, 63, afirma que encontrou força na solidariedade dos outros desabrigados e na ajuda dos filhos. “Para mim todos os dias são das mães, porque a gente luta sempre para dar o melhor para os nossos filhos” disse ela, ressaltando a importância do apoio dos filhos durante esse período difícil.

Serenita diz que o Dia das Mães deve ser celebrado todos os dias

Ainda que distantes de suas casas, as mães desabrigadas não perdem a esperança. Para Cristiane, a presença dos filhos é um incentivo. “Eles são o que me mantém de pé para lutar. Tenho certeza que Deus vai me dar força para reconstruir tudo”, afirmou. Para ela, o significado do Dia das Mães vai além de presentes, é uma data para lembrar do amor incondicional, da resiliência e da determinação que caracterizam as mulheres que são mães. “Mesmo diante dessas dificuldades, encontramos forças para seguir em frente, fortalecidas pelo amor dos nossos filhos”, conclui Cristiane.

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