Se tem alguém com motivos de sobra para começar 2024 comemorando, essa pessoa é Nicolas Lacau Schmitt e, claro, todos que o amam. Nesta quarta-feira, dia 3, o jovem completa 18 anos, vividos em meio a histórias de superação. Há uma semana, no dia 27, ele chegou a um dos momentos mais marcantes de sua vida, até agora: a formatura no Ensino Médio. Agora, é hora de celebrar a conquista e planejar o futuro, rumo a realização pessoal.
Para Rosane Lacau, mãe do Nicolas, não há alegria maior que ver o filho amadurecer e obter conhecimentos por meio dos estudos. Principalmente por que, no passado, ao receber o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista, a notícia não foi nada encorajadora. “A pediatra disse que ele seria como um robô, não falaria e seria totalmente dependente de mim”, conta a mãe.
Rosane não se deixou abater e passou a procurar outras avaliações médicas. “Me disseram que até os três anos nada poderia ser feito, pois a partir desta idade é que o diagnóstico pode ser dado com maior precisão. Ele tinha oito meses, eu não queria esperar até os três anos”, lembra. “Não me conformava. Foi aí que levei o Nicolas no doutor Alexandre Rodrigues da Silva, excelente profissional. Ele disse que mesmo que se o diagnóstico fosse de autismo, ainda assim, meu filho poderia ser um grande homem”.
Rosane teve fé e apostou no potencial do filho. Algumas batalhas foram travadas na fase da Educação Infantil e no Ensino Fundamental, em geral, por não haver monitor suficiente para atender a demanda. Contudo, desencorajar nunca esteve nos planos da mãe que sonhava em ver o filho alfabetizado.
Já no Ensino Médio, no Colégio Estadual Dr. Paulo Ribeiro Campos (Polivalente), a situação mais tranquila. “Na rede estadual foi além da expectativa. Tanto que ele fez questão da entrevista ser na escola, ao lado da monitora Roseli”, explica Rosane.
Relação de amizade através da educação
Roseli Dalcin, monitora de integração com o educando, testemunhou o desenvolvimento de Nicolas não apenas como educando, mas como indivíduo dotado de potencial. Ela descreve o jovem como alguém que trouxe ensinamentos para a comunidade escolar. “Ele veio para nos mostrar o que é o amor de uma pessoa para com a outra.”
Para Roseli, a evolução de Nicolas não se limita às conexões sentimentais. “Ele foi muito bem alfabetizado, escreve sem erros de português e domina a língua de sinais. Tudo que é solicitado a ele, é feito com dedicação e capricho”, elogia.
Agora, formado, Nicolas busca novas oportunidades. “Ele tem interesse em trabalhar com computadores, e estamos buscando maneiras de tornar isso possível”, conta Rosane. Enquanto esse novo desafio não chega, é hora de festejar o que já foi alcançado até aqui. No próximo domingo, dia 7, a família vai se reunir para a festa de formatura do Nicolas. “Ele pediu uma decoração temática com os personagens da Turma do Chaves. Por ter sido um bom aluno, ela vai ganhar o que pediu”, afirma Rosane, orgulhosa pelo desempenho do filho mais velho.
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