Escola de Porto Garibaldi contou com afeto para retorno às aulas
Após mais de 30 dias vazia, sem os gritos no recreio e a curiosidade inquietante nas salas, a Escola Estadual de Ensino Fundamental José Garibaldi voltou à vida. Dos 16 dias de inundação pelo Rio Caí na comunidade Porto Garibaldi não restaram apenas paredes do eduncadário, mas também muita solidariedade e união; fatores que permitiram que nesta quarta-feira, dia 5, os 71 alunos – de 1ª ao 9ª Ano – voltassem às aulas. Mas a continuidade desta jornada impulsionada pelas pessoas ainda depende do Governo do Estado.
“Foi uma acolhida de sentimentos positivos, de agradecimentos e de Oração”, descreveu a diretora, Célia Aparecida Homem Pereira. Ela se refere à recepção especial como bolo e chocolate-quente, e um grande abraço no pátio. As 80 classes das quatro salas de aula estão emprestadas do Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos que fica dentro da Penitenciária Modulada de Pesqueiro (Neeja Paulo Freire).
Uma união de pessoas e entidades doou kits com mais de 300 itens de material escolar novos para todos os estudantes, haja visto que 51 deles tiveram seu lar flagelado pela enchente. Um aparelho de Fax, também emprestado, é o único equipamento eletrônico da Secretaria/ Direção.
Comunidade pede revisão dos valores
O restante é amor pela Escola que é um centro social da comunidade do Interior de Montenegro, que chegou a temer nunca mais vê-la de portas abertas. A diretora Célia confirma que o Estado depositou terça-feira R$ 40.000,00 do Repasse Agiliza Eventos Climáticos. No entanto, a comunidade escolar pediu a revisão da planilha de perdas enviada em maio, pois acredita que os valores são insuficientes para restabelecer a normalidade.
Sua aplicação deve ser divida em R$ 8.000,00 para rubrica Capital, para repor todo o mobiliário, incluindo cozinha e refeitório e os eletrônicos; e R$ 32.000,00 na rubrica para material pedagógico e didático, além de reparos prediais, itens de higiene e de limpeza, e material de Expediente. A preocupação é diante da constatação de ao menos duas obras imediatas, em pisos danificados pelas águas e nos banheiros. “Não haveria escola se não houvesse parceria e humanidade”, ressaltou Célia.
Aliviados, alunos agradecem aos amigos
“Fiquei muito triste ao ver a escola daquele jeito, acaba pelas águas”, descreveu a aluna do 6º Ano, Vitória da Roza Oliveira, de 11 anos. A jovem valoriza a Escola José Garibaldi como espaço de conhecimento, além de um espaço de convivência da localidade, onde também sua casa foi parcialmente alagada. Ao receber uma mochila nova, Vitória agradeceu aos parceiros que permitiram este retorno ao conhecimento.
Quem também ficou ansioso ao ver em redes sociais a situação após o recuo da cheia foi o aluno do 7ª Ano, Nicolas Rodrigues Ferreira. O menino de 12 anos chegou a temer que sua escola não fosse reaberta. Isso explica seu entusiasmo na primeira Educação Física com os colegas na quarta-feira. “Foi legal encontrar os amigos, brincar com eles, jogar bola”, comemorou.