O HM Regional, entidade mantida pela Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (OASE), foi condenado a pagar R$ 50 mil de multa por danos morais coletivos, valor esse que deve ser repassado ao Fundo de Amparo ao Trabalhador e às Vítimas de Assédio. A sentença expedida pela Vara do Trabalho de Montenegro saiu na terça-feira, 30. Outras multas e ações sócio-educativas também estariam previstas. Contudo, o hospital ainda pode recorrer da decisão da Justiça.
O caso tramita em segredo de justiça. O Ministério Público do Trabalho (MPT da 4ª região) indiciou o suspeito, com denúncias que repercutem na OASE, em dezembro de 2022. Contatada pela reportagem, a OASE diz que repudia qualquer tipo de assédio, e que apoia e defende o ambiente de trabalho saudável. A entidade filantrópica disse ainda que “com relação ao caso em questão, considerando que ainda não está concluído judicialmente e tramita em segredo de justiça, a OASE está impedida legalmente de prestar informações.”
Os casos de assédio no HM teriam ocorrido de 2014 até 2022. Cinco vítimas efetuaram denúncias. O caso também passou a ser investigado pela Delegacia da Mulher (DEAM) de Montenegro.
Conforme as denunciantes, olhares, comentários e toques sutis efetuados pelo acusado, estariam entre as situações inconvenientes as quais estiveram expostas enquanto trabalhavam no local. “Era um sentimento de impotência. Principalmente por ser de alguém com um cargo superior”, comenta uma das vítimas. Elas relatam ainda constrangimentos diante de falas sobre suas aparências e físicos. Além disso, mensagens enviadas fora do horário de expediente também apresentariam conotações de assédio.
“O sentimento agora é de que ainda podemos acreditar na justiça do nosso país. É um sentimento de que valeu a pena os dois anos de sufoco, ansiedade e boca calada”, diz a ex-funcionária. “Devemos nos manifestar, denunciar e esperar que cada um pague pelos seus atos. A sensação é de alívio”, completa outra jovem.