CONVÊNIO com o Consórcio Intermunicipal do Vale do Caí eleva de 14 para 30 as cidades acolhidas pela instituição
O Hospital Montenegro 100% SUS agora é efetivamente regional. A mudança que está estampada na nova logomarca da casa de saúde vai muito além da alteração na identidade visual. Com aval do Ministério da Saúde e, através de convênio firmado com o Consórcio Intermunicipal do Vale do Caí (CIS/Caí), o HM amplia de 14 para 30 o número de cidades que podem ter seus pacientes encaminhados para atendimentos. Conforme o diretor administrativo do HM, Carlos Batista da Silveira, a mudança visa gerar as condições necessárias para que a casa de saúde siga com suas atividades, mantendo qualidade nos serviços e salários em dia.
Carlos Batista participou do programa Estúdio Ibiá, na Rádio Web Ibiá, nessa terça-feira, 11. Ele falou sobre a nova fase do HM Regional, e dos planos para ampliação do Hospital. “Na realidade, ele é um hospital regional por que faz mais de 60% das internações da nossa região. Com a mudança, o Hospital se reposiciona e passa a atender o CIS/Caí, ampliando de 14 para 30 o número de municípios atendidos”, explica o gestor.
Carlos destaca ainda que com a mudança o HM não deixa de ser SUS, o que muda é que agora pode atender através de convênios e particulares. “Estamos negociando com duas operadoras de saúde que tem interesse de vir para a região para podermos ampliar nosso alcance, tendo em vista que só o financiamento público, seja ele Federal ou Estadual, não está dando conta das demandas e dos custos que o hospital tem”, conta Batista. Para o futuro, caso se confirmem as parcerias com planos de saúde, o HM poderá reduzir a 60% os atendimentos via Sistema Único de Saúde e ampliar o atendimento para todo o Estado.
“Não queremos que o Hospital volte ao tempo antigo, que não atenda, que atrase salários. Estamos reposicionando o Hospital por que, também, há praticamente oito anos não temos reequilíbrio financeiro no nosso contrato, pelo contrário. Tivemos um corte no valor de R$ 400 mil, na época do Governo Sartori, e, em agosto do ano passado, um corte de R$235 mil por mês”, justifica Carlos. Segundo ele, há algum tempo a entidade vem sinalizando suas dificuldades decorrentes de déficit nas contas, mas não tem recebido o apoio que esperava ter.
Logomarca exprime novos tempos
A divulgação da regionalização do HM se dá junto à nova marca. Conforme o diretor administrativo do Hospital, a nova imagem deve acabar com algumas confusões na hora de fazer referência ao nome do Hospital. “Tínhamos muito o uso do nome como ‘Hospital de Montenegro’, ‘Hospital Municipal de Montenegro’, e, em realidade, o HM é um hospital regional. Fazia muito tempo que usávamos aquela marca”, acrescenta Carlos Batista da Silveira.
Em busca de novas parcerias
Carlos Batista da Silveira diz que está se movimentando para atrair parcerias para o HM. “Na segunda-feira estivemos em Taquari, que também faz parte do Cis/Caí. Já conversamos com o pessoal de Triunfo para que o Município compre mais serviços do Hospital. Estamos nos movimentando para que o Hospital consiga se manter e crescer”, relata.
O apoio também deve chegar através das universidades. Ainda nesta semana, Carlos estará reunido com representantes da Unisc, campus de Montenegro, e, em breve, deve conversar com a reitora da UCS. “Se o Hospital não consegue desenvolvimento via governos, a gente busca parcerias.”
Ampliações estruturais e de atendimento
O Hospital Montenegro faz em média 105 partos por mês. O número se refere a mulheres que residem nos 14 municípios atendidos até então, (antes de firmar convênio com o CIS/Caí). A boa notícia é que está em pleno andamento a obra que dará origem ao Centro de Parto Natural e Centro Obstétrico, no quarto andar do HM. O Centro oferecerá mais conforto para gestantes e seus acompanhantes, além de liberar espaço para ampliação de salas para outras cirurgias. A previsão é que em cinco meses a obra seja entregue pela empresa construtora. O custeio se dá mediante verba de emenda parlamentar do Senador Lasier Martins e do Programa Avançar do Governo do Estado.
Após participar do Estúdio Ibiá, Batista viajou a Brasília, na tarde dessa terça-feira, onde participa de reunião no Ministério da Saúde. “Estamos nos movimentando, via Brasília, porque o atendimento de alta complexidade quem credencia e paga é o Governo Federal. Já fizemos vários movimentos, mas parece que não somos ouvidos, então vamos procurar novas alternativas”, diz o gestor, se referindo a demandas discutidas junto ao Estado, como, por exemplo, a instalação de um Centro Oncológico que, segundo ele, foi arquivada sem apresentar justificativa.
Batista diz ainda que são poucos os prefeitos que manifestam interesse em apoiar o HM, e lamenta a suspensão do atendimento de traumatologia no Hospital.“ Tínhamos linha de cuidados para os 14 municípios e nos foi retirado do dia para a noite. É algo pouco discutido no município. Hoje, a gente faz o primeiro tempo, o atendimento das urgências e emergências, devolve o paciente para as secretarias, e depois o ele é enviado para Sapucaia ou Esteio para fazer o segundo tempo”, explica.
“Os governos dos municípios da região poderiam ter um olhar um pouco mais sensível com a questão do Hospital. A gente não precisa ter lucro, mas precisa ter resultados para que o déficit não seja sempre alto”, conclui Carlos.