HM Regional inicia atendimentos pelo IPE, apostando na qualidade dos serviços

ENTIDADE enfrenta dificuldades diante de cortes do SUS, mas busca novas fontes de renda

O HM Regional 100% SUS agora também atende aos conveniados do Instituto de Previdência do Estado (IPE). Os serviços começaram a ser prestados nessa terça-feira, dia 12. Segundo o diretor executivo da casa de saúde, Jeferson Alonso, a mudança não interfere nos repasses feitos pelo Governo do Estado, tampouco nos atendimentos aos pacientes usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). O convênio com o IPE irá auxiliar na manutenção do HM.

Em entrevista exclusiva ao programa Estúdio Ibiá, o diretor do HM esclareceu as mudanças ocorridas com a inclusão do atendimento pelo IPE. “É importante esclarecer que o HM Regional não deixa de ser 100% SUS. De acordo com os órgãos de controle, o IPE não é considerado um convênio, pois não é regulado pela Agência Nacional de Saúde. Portanto, continuamos a receber financiamento pelo SUS”, afirma Jeferson.

O diretor enfatiza que, tanto na emergência quanto na integração, nada mudou para os usuários. “O que a gente precisa entender é que esse cliente estava chegando a nossa porta por outra via, o SUS. Então, por isso, a gente começa o atendimento sem aumento de força de trabalho pessoal. Todos os pacientes continuam recebendo a mesma prioridade e qualidade de cuidados”, assegura. A explicação também serve para justificar por que não houve contratação de mais funcionários.

O diretor acredita que a procura pelos atendimentos via IPE deverá crescer quando a população tomar conhecimento de que o HM dispõe dessa possibilidade. “Aí sim, dentro do nosso planejamento, se for necessário teremos aumento de equipe. Não Poderíamos sair aumentando sem saber qual o tamanho do impacto que isso iria trazer. Por mais que a gente faça um mapa de visão, é muito difícil acertar esta conta”, justifica.

“Nossa equipe permanece comprometida em oferecer o melhor cuidado possível a todos os pacientes, independentemente do sistema de financiamento. Continuamos empenhados em garantir que cada indivíduo receba o tratamento necessário, com a mesma dedicação e qualidade”, sublinha Jeferson.

HM Regional amplia fonte de recursos ao atender IPE
Na região, o IPE conta com uma população de cerca de seis mil usuários. Jeferson explica que a decisão do HM de expandir suas operações para incluir o atendimento aos pacientes do IPE foi estratégica. “Há alguns meses, diante da falta de atendimento pelo IPE, o HM viu a possibilidade de obter uma nova fonte de financiamento. Com essa lacuna de serviços, que afetou não só Montenegro, mas toda a região, surgiu a oportunidade que nós do HM Regional abraçamos de fazer esse contrato, trazendo assim um novo serviço para a comunidade e suprindo essa demanda”, explica Alonso.

O diretor destaca a importância de diversificar as fontes de financiamento da instituição, reconhecendo que o hospital é uma empresa e que precisa se manter financeiramente estável. Ele também relata as adequações feitas na casa de saúde. “É importante ressaltar que os pacientes do SUS não precisam se preocupar em nada. Não diminuímos nenhum leito. Criamos novos leitos para o atendimento do IPE com redistribuição. Redistribuímos os leitos para os pacientes para cumprir aquilo que o IPE pede”, esclarece.

Desafios financeiros em meio a cortes de repasses estaduais
O diretor afirma que a instituição enfrenta desafios financeiros motivados, principalmente, pelos cortes nos repasses realizados pelo Governo do Estado. Segundo ele, a redução nos recursos afeta não apenas o Hospital Montenegro, mas outros hospitais em todo o estado, como Sapucaia, Porto Alegre e Canoas.

“A nossa situação financeira não é das melhores. Sofremos um corte no repasse do programa Assistir, quase R$ 700 mil no último pagamento. Precisamos encontrar outras formas de financiar nossos serviços. O IPE é nosso primeiro passo para agregar valor à instituição”, explicou o diretor.

Jeferson ressalta a importância de buscar soluções para sair da faixa dos hospitais “penalizados” e requalificar a questão financeira junto ao estado. “Estamos conversando diretamente com a secretária e a diretora de saúde do Estado para resolver essa situação, pois entendemos que a redistribuição de verba não está coerente. Estamos sofrendo com a falta de financiamento”, acrescenta.

O diretor explica ainda como é composto o sistema de financiamento hospitalar. “Hoje somos 100% SUS, com uma meta de atendimento de 80% pelo SUS. Temos uma lacuna de 20% a preencher. Quando falamos em filantropia, podemos atender 60% pelo SUS e ter 40% de atendimento particular ou por convênio. É preciso acertar essa equação para equilibrar as finanças do hospital”, conclui.

 

 

 

 

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