Negociações por redes sociais e sites suspeitos podem acarretar prejuízos
Os casos de estelionato estão entre os crimes que mais cresceram desde a pandemia. Principalmente os golpes aplicados de forma online, como por mensagens, redes sociais e sites, tanto de venda como de compra. E ainda de financiamentos, clonagens de telefones, falso boleto, vaga de emprego, whatsApp e agora do PIX. Os criminosos aproveitam as novas tecnologias para enganar as vítimas. Por isso é importante suspeitar de certas mensagens e anúncios. E nunca passar dados pessoais ou pagamentos solicitados sem ter certeza de que seja algo confiável. É importante se prevenir para evitar prejuízos.
Na semana passada, o jornal Ibiá divulgou alguns casos ocorridos em Montenegro, enquadrados no artigo 171 do Código Penal, que é de obter para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer meio fraudulento. Foram alguns dos inúmeros casos registrados na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Montenegro. Num deles, um montenegrino registrou que pagou via Pix o valor de R$ 78.425,00 após dar lance por um Nissan Frontier em um leilão de veículos, mas não recebeu o carro e depois descobriu que tinha caído em um golpe. Também vítimas de compra e venda pela internet, como de um videogame Playstation anunciado no facebook e de outro produto divulgado em um site. Não são casos isolados, já que os delitos de estelionato estão entre os mais registrados na Polícia.
Golpes por telefone, whats, boleto, pix…..
Nos últimos dias, mais casos de estelionato e outros crimes foram registrados na Delegacia. Entre eles, estão de empréstimo não autorizado e cheque falsificado. Também mais um caso de falso sequestro, onde indivíduo se fez passar por filho da vítima e pedindo cerca de 4 mil reais, que foram pagos através de Pix. Em outro caso parecido o criminoso se passou pelo filho da vítima, acarretando em prejuízo de R$ 11.780. Também denúncia de vítima que teve sua conta nas redes sociais hackeada, sendo pedidos valores para contatos seus. Ainda de clonagem de cartão, resultando em treze compras de mais de 3 mil reais.
Nas compras efetuadas através de redes sociais, foi registrada ocorrência de uma negociação em que o comprador pagou 2 mil reais por geladeira, videogame e máquina de lavar usadas, mas ao buscar as mercadorias, descobriu que o endereço não existia.
Vendedores também são lesados. O dono de uma loja diz que numa negociação por rede social envolvendo um telefone celular de 446 reais, foi enviado comprovante de pagamento por Pix e o aparelho foi entregue, mas o dinheiro não entrou na conta do vendedor.
Outro fato envolveu a negociação de uma motosserra, pelo facebook, no valor de R$ 3.200. Vendedor diz que recebeu um comprovante da transferência e entregou o produto, mas depois descobriu que não tinha sido feito o depósito.
Ainda de um falso advogado, que pediu 1.600 reais para a liberação de valor de uma ação.
E tem também dos mais variados produtos, comprados pela internet e redes sociais, e que não foram recebidos pelas vítimas, incluindo desde roupas, calçados, eletrodomésticos e eletrônicos até brinquedos.
Polícia e Comdecon
A Polícia Civil e a Comissão Municipal de Defesa do Consumidor (Comdecon) vêm trabalhando em conjunto para combater as fraudes. No final do mês passado, integrantes de um grupo de estelionatários, acusados de mais de 50 golpes contra idosos e pessoas vulneráveis de Montenegro, foram presos nos Vale do Caí e Taquari. Segundo a Polícia, o esquema, liderado por uma mulher que tinha escritório no centro, prometia financiamentos e refinanciamentos, mas acabava ficando com a maior parte do dinheiro, enquanto as vítimas tinham que arcar com as prestações.
O delegado André Roese ressalta que as pessoas devem ficar em alerta. Assim como a internet e o Pix facilitam as compras, também vieram a facilitar os golpes. No caso do Pix, deve se ter cuidado especial com agendamento de compras, pois o aplicativo simula um comprovante, mas o depósito pode não ser confirmado em razão de cancelamento. Por isso é melhor pagamento à vista, quando o depósito pode ser confirmado.
Outra prevenção é de suspeitar de negócios com muita vantagem. “Tem que desconfiar de propostas miraculosas e de dinheiro fácil”, alerta o delegado. “O criminoso aproveita a oportunidade. Hoje está muito fácil contrair empréstimo, com acesso a informação por parte de terceiros”, completa o secretário executivo da Comdecon, Fábio Barbosa, lembrando que inclusive foi lançada uma cartilha de orientações de prevenção aos golpes.
Em caso de ser vítima, é importante fazer o registro policial, na Delegacia ou de forma online, juntando as provas, para que o caso seja investigado. “Sempre estão surgindo golpes novos. Tem os mais simples e os mais sofisticados. Tem que ter atenção”, conclui o delegado.