Ainda que a Vigilância em Saúde tenha intensificado o combate ao mosquito transmissor da Dengue – e outras doenças – nesta semana o número focos de Aedes Aegypti já superaram 2022. São 425 novos criadouros nos primeiros três meses, ante 342 focos nos 12 meses de 2022. Mas a crise se amplia com o primeiro caso de Dengue confirmado, o que significa que agora também o vírus circula na cidade.
Inclusive, as equipes da Vigilância têm aplicado inseticida em vias próximas da residência deste paciente. Ainda assim, é fundamental que a população colabore e evite o acúmulo de objetos nos pátios e água parada.
A rede pública conta com testes para a doença. Todavia, só deve procurar os postos quem tiver os sintomas: febre alta, fraqueza extrema e manchas vermelhas na pele por pelo menos 24 horas.
Confirmado primeiro óbito no estado
O Laboratório Central do Estado (Lacen) confirmou, nesta quinta-feira, dia 16, o primeiro óbito por Dengue no Rio Grande do Sul em 2023. Trata-se de uma mulher, de 49 anos, residente do município de Bento Gonçalves.
A vítima tinha histórico de hipertensão arterial, o que não justifica a morte, mas revela que o risco da doença é ampliado em pessoas com saúde mais frágil. Ela teve os primeiros sintomas em 9 de março: febre, mialgia (dor muscular), cefaleia (dor de cabeça), náuseas, vômitos, dor abdominal, inapetência e dispneia. Com este quadro, foi internada na terça-feira, 14, e faleceu na quarta-feira, 15.
Cenário no Estado
Em 2023, já foram confirmados, no Rio Grande do Sul, 873 casos autóctones – isto é, quando o contágio ocorre dentro do Estado. No ano passado, o RS registrou os maiores índices da doença em toda sua série histórica. Foram mais de 57 mil casos autóctones, outros 11 mil casos importados (quando o contágio ocorre fora do Estado) e 66 óbitos em virtude da dengue. Os dados deste ano estão atualizados até esta quinta-feira (16/3).
Medidas para eliminar criadouros
– Manter as caixas-d’água bem fechadas;
– Lavar com água e sabão tonéis, galões ou depósitos de água e mantê-los bem fechados;
– Limpar e remover folhas das calhas deixando-as sempre limpas;
– Retirar água acumulada das lajes;
– Desentupir ralos e mantê-los fechados ou com telas;
– Colocar areia ou massa em cacos de vidro de muros;
– Lavar plantas que acumulam água como as bromélias duas vezes por semana;
– Preencher com serragem, cimento ou areia ocos das árvores e bambus;
– Evitar utilizar pratos nas plantas ou colocar areia até a borda destes pratos e xaxins;
– Tratar a água da piscina com cloro e limpá-la uma vez por semana;
– Retirar a água e lavar com sabão a bandeja externa da geladeira;
– Lavar bem o suporte para garrafões de água mineral a cada troca;
– Lavar vasilhas de animais com sabão e água corrente, trocá-los uma vez por semana;
– Manter aquários para peixes limpos e tampados ou telados;
– Manter vasos sanitários limpos e deixar as tampas bem fechadas;
– Guardar garrafas vazias e baldes de cabeça para baixo;
– Jogar no lixo objetos que possam acumular água: latas, tampas de garrafa, casca de ovo;
– Manter a lixeira sempre bem tampada e os sacos plásticos bem fechados;
– Fazer furos na parte inferior de lixeiras externas;
– Descartar ou encaminhar para reciclagem pneus, ou furá-los e guardar cobertos.
* use repelentes para evitar o mosquito.
Ações do Governo Estadual
O combate à Dengue no Estado teve, neste ano, um investimento extra por parte da Secretaria da Saúde (SES). Em fevereiro, foi realizado repasse financeiro de R$ 5,53 milhões para os municípios. O objetivo foi a implementação de ações de Atenção Primária à Saúde voltadas ao enfrentamento das arboviroses (Dengue, Chikungunya e Zika). Os repasses foram feitos para utilização na manutenção e na estruturação das ações das Equipes de Saúde da Família e das Unidades de Saúde da atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS).
Sobre a dengue
Dengue é uma doença febril causada por um vírus, transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. Os principais sintomas são febre alta (39°C a 40°C), com duração de dois a sete dias, dor atrás dos olhos, dor de cabeça, dor no corpo, dor nas articulações, mal-estar geral, náusea, vômito, diarreia e manchas vermelhas na pele (com ou sem coceira). Os sinais podem se agravar, ocasionando o extravasamento de plasma ou hemorragias que podem levar a pessoa ao choque grave e à morte