2024 chegou e com ele também teve o fim das comemorações de Natal e Ano Novo. Agora, ficam os resquícios dos exageros nas ceias de confraternizações. Acompanhadas de muitos doces, bebidas e alimentos calóricos, é normal que a gente exagere na comilança, aumentando em até três vezes o consumo de calorias nestas ocasiões. A nutricionista Denise Garateguy, Mestre em Saúde e Desenvolvimento Humano e Especialista em Comportamento Alimentar pontua que o exagero é tudo aquilo que vai além do que realmente precisamos. “Comer para além de estarmos saciados, seja o que for, é um exagero. Beber mais do que para apreciar um drink, por exemplo, também é”, acrescenta.
Resistir ao cardápio das ceias pode não ser uma tarefa simples. A diversidade de pratos se torna uma verdadeira tentação, e fica difícil não cometer excessos diante de tantas opções deliciosas disponíveis. É o que os especialistas chamam de “fome social”. Por envolver memórias afetivas, receitas clássicas de família e encontro com pessoas especiais, encontrar um equilíbrio entre saciar a fome e comer por impulso pode ser mais difícil durante as festas de fim de ano. E isso pode trazer enjoos, sensação de mal-estar, azia e refluxo.
Esses efeitos estão relacionados à tentativa do organismo de absorver as bebidas alcoólicas e alimentos consumidos, que em geral são ricos em gordura e carboidratos. O excesso exige um esforço muito maior do corpo. Desse esforço, há um aumento na produção de ácidos no trato digestivo que, por sua vez, são os responsáveis pelas complicações que os exageros na alimentação podem trazer.
Denise afirma que um exagero é prejudicial em qualquer refeição, seja ela festiva ou não. “Quando comemos além do que precisamos, aumentamos a nossa ingestão calórica, que muitas vezes resulta em aumento dos estoques de gordura no nosso corpo, que fica tentando dar conta deste excesso, podendo apresentar sintomas como indigestão, dor de cabeça e irritabilidade”, sinaliza. Mas se a consciência pesou por aí, profissionais garantem que não há motivos para desespero.
O primeiro passo é estar atento aos sinais que o seu corpo dá. Então você identifica se está com fome, sede ou sono, por exemplo. “Primeiro devemos identificar do que estamos precisando para então nos dar aquilo de que precisamos”, alerta.
Não espere muito para voltar a rotina
A ideia de emendar a ceia do Natal com a do Ano Novo e passar a semana exagerando na bebida e na comida pode custar muito caro e trazer alguns quilos a mais. Voltar a rotina aliando alimentação saudável e exercícios físicos o quanto antes é a melhor alternativa. Voltando para a rotina alimentar e de exercícios, o corpo tende a responder mais rápido ao que foi adquirido na balança. “Não é necessário recompensar nada. Basta voltar à alimentação habitual saudável, beber bastante água, dormir bem e voltar à prática habitual de exercícios físicos”, alerta Denise.
Sem detox, jejuns e dietas malucas
Denise enfatiza que a realização de jejuns e dietas mirabolantes excluindo alimentos ou até mesmo praticar exercícios em excesso não são opções indicadas. A nutricionista ainda confirma que dietas detox são uma falácia. “Temos um órgão – o fígado – que faz detox diariamente no nosso corpo”, acrescenta. A ideia é voltar a rotina normal, dando preferência para comidas mais leves, evitando gorduras e ultraprocessados. “Tenha uma alimentação leve, rica em frutas e verduras, além de beber bastante água”, diz. Se pesar também não é indicado, pois pode ser que o peso esteja mais alto na balança, mas não necessariamente é gordura, pode ser retenção de líquido.
Faça exercícios físicos
Não se afastar dos treinos e continuar fazendo exercícios físicos após os exageros da ceia é também uma importante opção para quem quer movimentar o corpo e eliminar as calorias extras. Porém, é necessário estar atento aos limites, já que após os exageros o nosso corpo pode sentir mais com o esforço físico. É de se esperar que quando exageramos em algum alimento ou bebida, o corpo humano responda mais lentamente para recuperar dos exageros cometidos. Precisamos respeitar nosso corpo e entender a recuperação após uma rotina diferente da que estávamos vivenciando.
Beba bastante água e consuma alimentos ricos em potássio
Hidratar o corpo após os exageros da ceia é extremamente importante para eliminar as toxinas do corpo. A água também é uma importante aliada para aliviar a famosa “ressaca” em quem exagerou nas bebidas. Para eliminar o inchaço, alimentos ricos em potássio podem ser excelentes opções. Frutas e verduras como batata, abóbora, abacate, banana, mamão e damasco seco são exemplo de boas refeições no pós-ceia.
Cuidado nas refeições
Invista nos sucos de fruta e verde com chia. Além de dar uma maior saciedade por conta das fibras, eles irão ajudar na “faxina” do organismo devido à ação de itens como a couve e a maçã. Os chás, como verde, hibisco, centella asiática e dente-de-leão, também ajudam. De alimento sólido, invista em frutas picadas com um mix de farelos, como quinoa, amaranto em flocos, gergelim e sementes.
Denise ainda pontua que os chás ajudam na hidratação, desde que não sejam os ricos em cafeína como chá preto ou chá mate. “Prepare-o mais concentrado e sem açúcar”, alerta. Segundo ela, o chá da casca de abacaxi é uma ótima opção para ajudar a drenas os líquidos, podendo ser bebido quente ou gelado.
Já no almoço e no jantar, priorize as sopas leves feitas com couve-flor, brócolis, alho-poró, couve, repolho, cebola e alho. Tempere-as com especiarias anti-inflamatórias, como canela, gengibre, curry e açafrão. No lanche da tarde, a pedida é um “suchá” (fruta batida com chá) ou um smoothie (água de coco batida com frutas e gelo), que garantem uma saciedade maior.
Vacina contra a Covid será incluída no Programa Nacional de Imunizações
A partir deste ano, a dose da vacina contra a Covid-19 passa a fazer parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI). A recomendação do Ministério da Saúde é que estados e municípios priorizem crianças de seis meses a menores de cinco anos e grupos com maior risco de desenvolver formas graves da doença: idosos; imunocomprometidos; gestantes e puérperas; trabalhadores da saúde; pessoas com comorbidades; indígenas, ribeirinhos e quilombolas; pessoas em instituições de longa permanência e trabalhadores; pessoas com deficiência permanente; pessoas privadas de liberdade; adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas; funcionários do sistema de privação de liberdade e pessoas em situação de rua. Sendo assim, para todos estes grupos nascidos ou que estejam no Brasil, a vacina passa a ser obrigatória no calendário vacinal.
Demais grupos
Como sempre é realizado, é aberto para os grupos prioritários e após, tendo sobra da vacina, é aberto aos demais, por recomendação do Ministério da Saúde. Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do ministério, Ethel Maciel, o principal foco da doença agora é a diminuição de gravidade, hospitalização e óbito, por isso a ação foi tomada. “Temos já elementos muito robustos e contundentes que indicam a segurança e a efetividade da vacina. No Brasil, tínhamos 4 mil pessoas morrendo todos os dias por Covid. Hoje, temos 42. Essa é a maior prova da efetividade da vacina”, afirma.