Escolas representam Montenegro e Maratá na Mostratec

ALUNAS da escola São João Batista estão entre premiadas

Com nove projetos diferentes, Maratá e Montenegro estiveram representadas na 38ª Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec) e na 13ª Mostratec Júnior, que ocorreu de 25 a 27 de outubro em Novo Hamburgo. O evento, organizado pela Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, contou com 785 projetos de estudantes do Ensino Médio e Técnico, do Ensino Fundamental e da Educação Infantil de 15 países.

No Ensino Médio, destaque para a pesquisa “Indicador colorimétrico de adulteração por “Boa noite, Cinderela” em bebidas alcoólicas”, das alunas Alice Fuscald Fauth, Alana Beatriz de Oliveira e Sofia das Neves, do curso técnico em Química da Escola Estadual Técnica São João Batista, de Montenegro. Elas foram orientadas pela professora Alessandra Quadros da Costa e conquistaram o prêmio Revista InCiência. Com isso, terão seu projeto publicado em uma edição da InCiência. A revista é uma publicação semestral do Colégio Dante Alighieri, de São Paulo, para divulgação de projetos de pré-iniciação científica.

“Posso dizer que o evento foi uma experiência como nenhuma outra. Nunca pensamos que a Mostratec seria tão importante pra nós, ainda mais com a oportunidade de publicar nosso projeto na InCiência”, revelou Alice. A estudante destacou o tamanho da feira e a qualidade dos projetos expostos. “Foi incrível ter a oportunidade de expor ao lado de tantos jovens promissores com projetos revolucionários vindos de diferentes lugares do Brasil e do mundo”, disse a estudante.

Também pesquisadora do grupo, Sofia disse que ainda está tentando associar tudo o que elas viveram na última semana. “Foram dias de muita dedicação e aprendizado. Estamos realizadas com a publicação do projeto na revista científica InCiência e com a visibilidade que o projeto vai ganhar”, afirmou. Segundo a estudante, foi gratificante saber que a pesquisa do grupo gera interesse nas pessoas. Ela salientou, ainda, que a Mostratec motivou o grupo em continuar com a pesquisa e buscar novos recursos para aprimorar o projeto.

A professora Alessandra ressaltou que o trabalho de Alice, Alana e Sofia teve início ainda no ano passado, com a pesquisa bibliográfica – que rendeu o terceiro lugar na Exposição de Trabalhos Técnicos da Escola São João Batista, a Expotec, entre os projetos do curso técnico de Química. O desenvolvimento prático do indicador colorimétrico ocorreu durante este ano. “Elas conseguiram uma parceria com o Centro de Formações Tecnológicas do Rio Grande do Sul e elas conseguiram fazer um teste”, contou.

“Como profissional (da educação), ver tantos estudantes fazendo ciência me deu um nova esperança: melhorou minha expectativa e me deixou mais animada a continuar na profissão e reforçou minha paixão por lecionar”, afirmou Alessandra. Segundo a professora, a premiação reforçou que mulheres podem fazer ciência e que a escola pública pode fazer ciência.

A docente lembrou, ainda, que a ideia do projeto surgiu a partir da indignação das alunas por casos de pessoas, principalmente mulheres, que estavam tendo suas bebidas adulteradas e acabavam sendo vítimas de violências. “É possível a ciência progredir e se fazer ciência para melhorar o bem-estar e qualidade de vida da humanidade”, disse.

Outros projetos que representaram a região
Ainda representando a rede municipal de ensino de Montenegro, três projetos da EMEF Maria Josepha Alves de Oliveira foram apresentados na Mostratec e na Mostratec Júnior. O aluno do 7º Ano José Gabriel Gonçalves Martini, orientado pelo professor Lucimar Alberti, expôs a pesquisa “Energia eólica”. Augusto Escher Queiroz, Gabriela dos Santos e Hellena Valentina da Rosa, alunos do 5º Ano orientados pela professora Graciele Leal, apresentaram o projeto “Encontro dos oceanos”.

Na Mostratec Júnior, os alunos da Educação Infantil Helena Maekawa, Jenifer Padilha, Kimberly Danielli Garcia da Rosa e Marco Aurélio Padilha Filho levaram aos visitantes a sua pesquisa “Eca, tatu bicho, tatu meleca!”. Eles foram orientandos pela professora Letícia Vianna dos Santos.

Além de apresentar trabalhos, colégio Paulo Chaves também se fez presente com visitação de alunos à mostra. FOTO: ClG Estadual EngE. Paulo C.

De Maratá, o Colégio Estadual Engenheiro Paulo Chaves enviou para a mostra quatro projetos. Os alunos Natália Willers e Júlio César Schons, do 2º Ano do Ensino Médio, apresentaram o projeto “Sustentabilidade Agrícola – O uso do Extrato Pirolenhoso na Substituição dos Defensivos Agrícolas”, que teve orientação do professor Luis Carlos Lottermann. Também do Ensino Médio, os estudante do 3º Ano Isadora Sost Schmidt, Amanda Hummes e Bruno Frohlich, orientados pela professora Tiéli Andressa Henzel Musskopf, levaram à exposição a pesquisa “Esgotamento Sanitário: uma didática para a construção de fossas”.

O projeto “Branquitude no Brasil: a atuação de pessoas brancas na luta antirracista no século XXI”, dos alunos Aderson Guilherme Camillo e Eduarda Loisi Kirsten, do 2º Ano do Ensino Médio, orientados por Luis Carlos Lottermann, também representou a escola estadual marataense. Pelo Ensino Fundamental, o Colégio Estadual Engenheiro Paulo Chaves esteve representado pelo projeto “Tintas Caseiras Naturais”, das alunas do 9º Ano Ariane Vier e Camila Reidel, com orientação de Lourdes Regina Saldanha de Oliveira.

A rede municipal de Maratá esteve representada pelo projeto “O descarte correto dos medicamentos”, feito pelas alunas Laurine Maria Sost e Anna Júlia Santos Mbombo Lumpunguu do 7º Ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal de Ensino Fundamental Pedro Cristiano Höher e orientado pela professora Janaina da Rosa.

Momento de orgulho para o colégio Paulo Chaves
Em junho deste ano, na semana em que realizaria a sua I Mostra Científica, o Colégio Estadual Engenheiro Paulo Chaves, de Maratá, foi atingido por uma enchente durante a passagem de um ciclone. A perda de muitos trabalhos e outros prejuízos impediram a realização da mostra, que só pode ocorrer em 19 de setembro. Nela, quatro projetos foram selecionados para a Mostratec.

Para a comunidade escolar do colégio Paulo Chaves, a participação na feira, que é considerada o maior evento de jovens cientistas da América Latina, foi um momento de orgulho e superação. “Ver e prestigiar esses alunos representando o colégio após um período tão difícil é ter a certeza de que a educação é o caminho, que construir conhecimento está acima de todos os obstáculos”, comentou a vice-diretora do Colégio, Luana Rech Kerber.

“Parabenizamos alunos, professores e direção da escola, que não mediram esforços para que os trabalhos fossem realizados com êxito e capricho”, reforçou a gestora escolar. Luana lembrou, ainda, do auxílio de pessoas que incentivaram a inscrição da escola na Mostratec, fizeram doações de displays e a ajuda da secretaria municipal da Educação e Cultura de Maratá, que forneceu transporte aos alunos e professores. “Com tudo isso, também mostramos aos nossos educandos que todas as dificuldades podem ser superadas, que um trabalho em equipe gera bons resultados e que o mundo da iniciação científica proporciona momentos únicos e de crescimento pessoal”.

Escola do interior de Montenegro virou polo de iniciação científica
A participação de Montenegro na Mostratec chama atenção por um dado: os três projetos da rede municipal de ensino que foram selecionados por meio da Feira Municipal de Iniciação Científica (FEMIC) para representar a cidade são da EMEF Professora Maria Josepha Alves de Oliveira, localizada em Porto dos Pereira.

EMEF Professora Maria Josepha Alves de Oliveira levou os três projetos que representaram a rede municipal de ensino de Montenegro na Mostratec
FOTO: EMEF Professora Maria Josepha Alves de Oliveira

Conforme a diretora Fabiane Klein Cappra, a iniciação científica na escola vem de longa data e conta com o envolvimento da comunidade escolar. “A gente fica com muito orgulho dos alunos e dos professores”, afirmou sobre a participação na Mostratec. Ela ressaltou que isso também valoriza o trabalho desenvolvido pela escola.

Fabiane ressaltou que a apresentar os trabalhos na feira em Novo Hamburgo foi uma experiência única para alunos e professoras na qual foi possível trocar experiências e conhecimento. “(A participação na Mostratec) Abre um leque com muitas possibilidades! É um ganho que eles (alunos e professores) levam para a vida”, assegurou.

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