Enchente causou grandes perdas na localidade de Pesqueiro

Moradores foram surpreendidos pela força da água

A localidade de Pesqueiro também foi fortemente afetada pelas enchentes do Rio Caí. Adão Lopes de Souza, de 77 anos, que mora e trabalha na região há quase três décadas, relata a tragédia que surpreendeu os moradores na noite do dia 1º de maio. “Em 28 anos que eu trabalho e moro aqui, nunca entrou água na minha casa. Essa foi a primeira vez”, afirmou Adão.

A água começou a invadir a sua casa durante a noite do dia 1º de maio, e quando a família percebeu, já estava com o nível no peito. “Perdemos tudo. Os móveis, tudo. Não sobrou nada. Agora acho que a máquina de lavar também foi afetada”, disse o morador. A segunda enchente causou menos estragos, mas mesmo assim os moradores ainda não conseguiram voltar para casa, e estão abrigados por amigos.

Adão e a esposa Claudete trabalham na limpeza de casa após a volta da água

Ao lado do marido, Claudete Konrad, 58, também relata o impacto da enchente. “A água entrou em toda casa cerca de 1 metro de altura. Estamos conseguindo limpar só hoje, depois que a água voltou nessa terça-feira”, disse Claudete. A limpeza e recuperação do lar devem se estender por mais de uma semana, uma vez que apenas o casal está encarregado da tarefa.

Morador resgatou vizinhos
As duas enchentes do Rio Caí que atingiram a localidade de Pesqueiro em maio, trouxeram destruição e uma rápida mobilização dos moradores para minimizar os danos. Antônio Laci Oliveira, de 62 anos, aposentado e residente na região há 30 anos, contou em entrevista os momentos críticos vividos durante a enchente e os esforços de solidariedade entre os vizinhos.

Antônio mostra o armário que foi destruído pela água

“Chegou rápido, era meia-noite do dia primeiro de maio e a água começou a entrar. Duas horas da manhã já estava pelo meio da canela”, relata. Ele explica que estava abrigando um vizinho, que foi um dos primeiros a ter a casa submersa. “A água subiu muito rápido. Às quatro horas da manhã ele me ligou pedindo socorro. Então fomos lá resgatar ele já com a água passando da altura do joelho, porque a correnteza era muito forte”, conta.

Marca na porta mostra a altura em que a água chegou na casa de Adão e Claudete

Antônio afirma que essa foi a primeira vez que enfrentou uma enchente em sua casa em três décadas morando no local. “Chegou pelo joelho dentro de casa. O carro molhou todo, nunca achamos que a água chegaria aqui. Perdemos o freezer, a máquina de lavar roupa, os armários, tudo molhou. Estamos tentando salvar o que dá”, desabafou.

A água começou a baixar apenas no fim de semana seguinte, permitindo que os moradores iniciassem a limpeza. “Ficamos sem água por uns 10, 15 dias. Só agora a água voltou com força suficiente para encher a caixa d’água”, disse Antônio, destacando a dificuldade adicional enfrentada durante a recuperação.

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