Nova cheia do Caí tira famílias de seus lares e gera transtornos na região

EM MONTENEGRO, 75 famílias deixaram suas casas por causa da invasão do Rio

O Rio Caí começou a transbordar em Montenegro pouco depois do meio-dia dessa terça-feira, 5. Aos poucos, as águas foram formando pontos de alagamento em várias ruas da cidade. Mais uma vez, famílias que residem em áreas alagáveis tiveram de deixar suas casas em busca de local seco e seguro para se abrigar.

Os primeiros pontos de alagamento foram registrados na rua Álvaro de Morais com a Ramiro Barcelos, nos bairro Olaria e Ferroviário. Ao longo do dia, trechos de vias como a Ivan Jacob Zimmermann foram sendo bloqueados para passagem de veículos.
Conforme a CPRM/Sace. às 18h30min o nível do Rio Caí em Montenegro estava em 7,77. A previsão é de que às 3h da manhã desta quarta—feira, 6, alcançasse 8,07m. A previsão para o mesmo horário, para o município de São Sebastião do Caí, era de 12,93m.

Em São Sebastião do Caí, o rio começou a apresentar declínio das águas por volta das 16h. Conforme Ênio dos Santos, coordenador da Defesa Civil do Município, a perspectiva é que siga baixando lentamente. “Isso acontece devido ao Jacuí e outras bacias estarem com grande volume de água”, explica. “Graças ao nosso trabalho de prevenção, de retirar as pessoas antes da água entrar em suas residências, não tivemos nenhuma vítima”, acrescenta o Ênio. Por lá, 58 famílias foram retiradas de casa e abrigadas nos ginásios Rio Branco e Quilombo.

Fábio Schneider, vice-prefeito e coordenador da Defesa Civil de Pareci Novo, diz que no município a situação se manteve sob controle ao longo dessa terça-feira. Segundo ele, o fato de o nível das águas ter estabilizado em São Sebastião do Caí durante a tarde, fez com que Pareci não sentisse o impacto da cheia com a mesma intensidade da última, registrada em junho deste ano. “Nos baseamos pela régua do Caí, deu 37 cm a menos. E aqui, na última foi maior em função dos arroios Cadeia e Maratá, que dessa vez foi mais tranqüilo”, explicou o coordenador.

Em Pareci, até o começo da noite de ontem, não houve necessidade de realocação de moradores. Conforme Fábio, alguns moradores acabam saindo de casa e indo para a residência de familiares por acharem mais confortável.
Em São José do Sul o Arroio Maratá causou bloqueio na Estrada Uricana 1, em direção à Transcitrus. A água começou a subir na noite de segunda-feira e se manteve estável ao longo da terça.

Em Maratá faltaram poucos centímetros para o Arroio transbordar no Centro do município, mas ele se conteve. Já em pontos mais afastados do perímetro urbano, houve pontos de alagamento, conforme informações dos Bombeiros Civis Auxiliares.
Em Brochier, a Defesa Civil informa que não houve reflexos das cheias. O arroio Brochier chegou a transbordar, mas poucos centímetros de água, sem atingir residências.

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Idosos enfrentam enchente pela primeira vez
Entre os resgatados pelos órgãos públicos de Montenegro durante a noite de segunda-feira, dia 4, e a madrugada de terça, dia 5, está o casal de idosos Bladimir Lopes da Silva, 64 anos, e Eliana Teresinha da Rosa Lopes da Silva, 62 anos. Eles estavam entre os poucos que foram abrigados no Ginásio Municipal Domingos dos Santos, o Domingão, no Parque Centenário ainda na virada de segunda para terça-feira.

E foi a primeira vez que eles enfrentaram tal situação. Isso porque se mudaram há poucas semanas para uma casa localizada próxima à Tanac. “Sabíamos que ia acontecer isso. Antes morávamos no Senai, lá não ia enchente”, comentou Bladimir. Segundo Eliana, eles foram bem recebidos pelas equipes da Prefeitura.

Apesar do bom acolhimento, ainda há o sentimento de aflição por deixar o imóvel no qual residem e a dificuldade que passar tal situação com idade já avançada. “A expectativa é por voltar para casa. No momento que der, a gente volta. Mas tem que esperar baixar tudo”, afirmou Bladimir.

Como o rio seguiu subindo, mais pessoas foram abrigadas no Domingão ao longo do dia – até as 18h de terça-feira, eram 30 abrigados no ginásio, mas são 330 fora de suas casas. Por conta disso, a Prefeitura pede a ajuda da comunidade montenegrina para ajudar os desabrigados a se manterem quentes.

Conforme a secretária municipal de Habitação, Desenvolvimento Social e Cidadania de Montenegro, Josi Paz, a busca maior é por doações de acolchoados, travesseiros, cobertores e roupas de cama. “A previsão é de uma noite fria e de uma manhã muito gelada amanhã (quarta-feira). O ginásio é um espaço amplo e se torna muito mais frio”, ressaltou. As doações podem ser feitas diretamente no Domingão ou no Centro de Referência em Assistência Social (Cras), localizado na rua La Salle, número 9, no bairro Municipal, próximo ao supermercado Desco.

Eliana e Bladimir foram alojados no Domingão ainda na virada de segunda para terça-feira

Contato de emergência
Montenegro: 193 – 153
Brochier: 51 9 9877 7341
Maratá: 51 9 9972 9249
Pareci Novo: 51 9 9982 4160 -9 9607 5643 – 9 9810 1546
São José do Sul: 9 9754 2399
São Sebastião do Caí: 51 9 8050 9627

 

 

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