O Dia 25 de Julho de 2024 fica na história de Maratá como a data do reencontro. Apesar de em 2016 o município ter celebrado laços fraternos com Rheiböllen, nesta quinta-feira alguns moradores da cidade alemã, poeticamente, refizeram a viagem dos ancestrais há 200 anos. O momento foi eternizado com os nomes dos integrantes das comitivas gravados no metal e a saga das famílias imigrantes esculpida em pedra Grés pelo artista pareciense Carlos Rodrigo de Azevedo.
A emoção do reencontro, com os dois lados reconhecendo semelhanças, foi resumida no discurso do líder da comitiva “Brasilienfreunde Hunsrück”, Franz-Josef Lauer. Ele revelou
que a Alemanha também está recordando os 200 Anos da Imigração, sendo que na Cidade-irmã de Maratá foi montada uma peça teatral intitulada “Vamos ao Paraíso”. Essa é uma referência à promessa feita pelo enviado da Coroa Brasileira, major Georg Anton Schäffer, às famílias convidadas a deixarem a pobreza para começar nova vida no além-mar.
Mas chegando ao Brasil tiveram que encarar a selva, entraram em conflito com povos originais e precisaram derrubar o mato para construir suas casas. “Foi um tempo difícil”, disse, repetindo uma fala feita na cerimônia religiosa no começo daquela manhã.
“Em 200, nós conseguimos! Muito foi feito, e podemos dizer que agora estamos em um paraíso”, declarou. Em seguida Lauer traçou um paralelo com a catástrofe climática de Maio no Rio Grande do Sul, observando que novamente, como os antepassados, a população trabalhou. “Deixando Maratá bonito outra vez”, finalizou.
Movidos por Esperança e Coragem
A representante do governo alemão, ministra da economia, transporte, agricultura e viticultura, Daniela Schmitt, descreveu o momento como uma retrospectiva, que iniciava pela partida dos imigrantes motivados, unicamente, por esperança e coragem. Mas tudo deu certo, pois, em suas palavras, os descendestes do Hunsrück se tornaram fundamentais no desenvolvimento deste estado.
Diante das raízes alemãs preservadas em Maratá, caracterizada ainda por uma multiplicidade cultural, declarou aquela como uma herança histórica. Em seguida, homenageou o principal responsável pela integração dos descendentes em ambos os países, o ex-prefeito José Miguel Haupenthal. “Ele tem muitos méritos no que diz respeito às relações Brasil e Alemanha, onde a cultura é muito importante”, disse.