Com 20 óbitos confirmados no Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite declarou nesta terça-feira, dia 12, situação de emergência em saúde pública. A medida visa à prevenção, ao controle e à atenção à saúde diante do risco epidemiológico à população pela epidemia de doença, atualmente presente em 94% dos municípios gaúchos. O Decreto nº 57.498 foi publicado Diário Oficial do Estado desta quarta-feira, dia 13.
A declaração permite que o Governo Estadual destine recursos para combater a epidemia com mais agilidade. Um exemplo é a supressão de trâmites burocráticos, por exemplo, na licitação na compra de insumos (como medicamentos e vacinas). Também facilita que o Governo Federal destine ao Estado recursos específicos para ações de combate à doença.
A medida se soma a uma série de ações da Secretaria da Saúde (SES), nos últimos dias. Na segunda-feira, 11, foi lançada uma plataforma para o manejo clínico de casos, permitindo a identificação do estado de saúde e do tratamento para cada paciente com base em características, sinais e sintomas apresentados. Também foi assinada uma nota técnica conjunta com o Conselho Regional de Enfermagem (Coren) que autoriza profissionais de enfermagem a requisitarem exames, principalmente hemogramas, nos casos suspeitos.
A Secretaria reforça a importância de se procurar atendimento médico nos serviços de saúde logo nos primeiros sintomas. Dessa forma, evita-se o agravamento da doença e a possível evolução para óbito.
Montenegro confirmou o primeiro caso autócne de Dengue, ou seja, com transmissão local do ano, em que a pessoa que contraiu a doença não tem histórico de viagem para outras localidades. O risco cresce devido a presença do mosquito transmissor em praticamente todos os bairros da cidade e no interior.
Principais sintomas:
-febre alta (39°C a 40°C), com duração de dois a sete dias;
-dor retro-orbital (atrás dos olhos);
-dor de cabeça;
-dor no corpo;
-dor nas articulações;
-mal-estar geral;
-náusea;
-vômito;
-diarreia;
-manchas vermelhas na pele, com ou sem coceira.
*Medidas de prevenção à proliferação e circulação do Aedes Aegypti – como a limpeza e revisão das áreas interna e externa de residências e apartamentos, além da eliminação dos objetos com água parada – são ações que impedem o mosquito de nascer, cortando o ciclo de vida na fase aquática. O uso de repelente também é recomendado para maior proteção individual contra o Aedes.
Governo Federal recomenda teste rápido
O Ministério da Saúde passou a recomendar o uso de testes rápidos para diagnóstico e fechamento de casos de Dengue. De acordo com a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, foi elaborada uma nota técnica para orientar estados e municípios sobre o uso de testes rápidos para Dengue. Ele é recomendado entre o primeiro e o quinto dia de sintomas.
“Já iniciamos a compra para distribuição”, disse Ethel, em entrevista coletiva. Ela lembrou que outros testes para diagnóstico de Dengue, como o RT-PCR, amplamente utilizado durante a pandemia de Covid-19, são mais sensíveis na detecção do vírus. Entretanto, em meio à explosão de casos no país, o Ministério da Saúde decidiu recomendar teste rápido, com a devida orientação aos profissionais de Saúde.