Marli Rodrigues destaca a força do esporte na região nas décadas de 70 e 80
Paixão nacional, o futebol já teve disputas memoráveis pela região, especialmente entre a mulherada. Nas décadas de 1970 e 1980, quando algumas cidades do Vale do Caí ainda pertenciam a Montenegro, o Campeonato Municipal reunia grandes equipes, que protagonizavam ótimos confrontos. O Internacional de Bananal, que hoje pertence a Pareci Novo, era uma das forças da competição.
Nessa equipe, atuava a ponta-esquerda Marli Rodrigues, que relembra com carinho o período em que jogava futebol. “Tínhamos presidente, treinador, massagista e atletas de 15 a 50 anos de idade. Era tudo organizado, tínhamos todo o fardamento também. O futebol era prioridade do pessoal na época. Depois, algumas atletas foram casando, saindo do interior, e o futebol feminino foi enfraquecendo”, recorda.
Na época, o Internacional de Bananal chegou a levantar a taça do Campeonato Municipal, superando outras forças do certame, como a Tanac e o time da localidade de Fortaleza. Marli frisa que, naquele período, o futebol era mais diversão e paixão, e hoje é mais “negócio”, tratado mais como trabalho por atletas e dirigentes.
“A gente se divertia jogando. Entra em campo, jogava e depois se reunia com atletas de outros times. O grupo que formamos naquela época segue até hoje em contato. Tínhamos até torcida organizada. Atualmente, tem muita rivalidade envolvida. Antigamente, os atletas jogavam mais por amor, e hoje é mais por dinheiro, isso até no interior. Aos poucos, a essência do futebol foi se perdendo”, salienta.
A paixão pelo futebol, pelo menos para Marli, nunca foi deixada de lado. Em 2016, quando trabalhava na escola José Pedro Steigleder (atualmente é auxiliar na Lena Pithan) e mesmo sendo torcedora do Internacional, levou um aluno com paralisia cerebral à Arena do Grêmio, para conhecer o goleiro Marcelo Grohe. Além de conhecer os ídolos, o jovem pode acompanhar o treino da equipe gremista, à época comandada por Roger Machado.
Colorada, Marli teve como principal influência para gostar de futebol seu pai. “Na época não tinha televisão, então ouvíamos no rádio os jogos do Inter. Meu pai sempre foi ligado ao futebol, peguei essa influência dele. O título brasileiro de 1979, assisti no estádio Beira-Rio”, relembra.