Comunidade de Pesqueiro ainda está sem o Auxílio Reconstrução

Moradores passam por dificuldades ao ter cadastro com pendências

A comunidade de Pesqueiro, no interior de Montenegro, vive momentos de frustração e indignação após ver todos os pedidos de Auxílio Reconstrução continuarem em “análise com pendências” há poucos dias do fim do prazo para nova solicitação. Segundo alguns moradores, o auxílio, que deveria apoiar famílias atingidas por enchentes a recuperar suas casas e pertences, não alcançou nenhuma das residências da área. O drama de diversas famílias que esperavam a ajuda necessária para se reerguerem após a devastação das águas é retratado por Débora Dutkercz Martins, moradora da Rua Nova, próxima ao Pesqueiro.

Ela conta que sua residência não chegou a ser atingida, mas ela decidiu intervir e ajudar seus parentes que moram na região afetada. Ela relata o percurso frustrante que sua sogra, cunhadas e sobrinhos enfrentaram ao tentar acessar o benefício. Segundo Débora, em maio, após a enchente, os moradores foram ao setor de habitação da prefeitura e realizaram o cadastro para o Auxílio. O processo entrou em análise, onde permaneceu por três meses, para, ao final, todos receberem a mesma resposta: negado.

Falta de numeração pode ser o problema
Após a negativa, os moradores buscaram novamente a prefeitura, onde foram informados de que o cadastro seria reavaliado. No entanto, segundo Débora, o processo foi simplesmente reenviado, sem qualquer nova coleta de informações ou documentação, resultando novamente em uma resposta negativa, agora com a adição de “pendências”.

A moradora destaca que um dos problemas principais foi a inconsistência nos endereços cadastrados, um erro gerado pela própria habitação, que nunca teria solicitado comprovantes como contas de água ou luz dos moradores. Essa falha no sistema de endereçamento pode ter sido determinante para que as famílias do Pesqueiro fossem excluídas do benefício, mesmo tendo vivido de perto o drama das enchentes. Débora explica que no local, nenhuma casa tem numeração. A comunidade, que ainda luta para se reerguer, se sente abandonada e invisível para as autoridades. “É como se esse pessoal não existisse para a Prefeitura, como se só quem é da área Central pertencesse à cidade”, lamenta Débora.

Já Ana Cristina de Oliveira teve sua casa completamente afetada pelas cheias. Ela e Débora se uniram ao entrar em contato com o Ibiá para tentar ajudar também na situação de outros moradores locais. “Aqui as casas não tem numeração e eles falam que foi esse o problema. Faz uma semana que eu estou com “pendências”. Fomos na Prefeitura duas vezes e falam que temos que esperar. Já fiz quatro solicitações”, afirma.

O que diz a Secretaria
O Jornal Ibiá fez contato diretamente com José Vitor Cardoso, responsável pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Cidadania e Habitação para esclarecer a situação. Cardoso informou que as recentes mudanças nos critérios de análise por parte do Governo Federal foram determinantes para as rejeições observadas. “O Governo Federal alterou os critérios de análise, inaugurando uma aba para sanar pendências no sistema do Auxílio Reconstrução. Agora, além da base de dados do Dataprev/CadÚnico, o governo está fazendo cruzamento de dados com as concessionárias de energia elétrica e água”, explica.

O secretário destaca que, especificamente na área do Pesqueiro, há famílias cujos cadastros foram reprovados, enquanto outras ainda estão em análise ou possuem pendências. Ele orienta que aqueles que tiveram seus cadastros reprovados procurem a Secretaria até o dia 15 de setembro para solicitar um novo cadastro. “Quem consta como pendência também deve procurar o setor, munido de conta de energia elétrica e documento de identificação do beneficiário e familiares”, acrescenta. Cardoso também frisou que, embora os cadastros sejam realizados pelo município, a análise final é de responsabilidade do Governo Federal.

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