Cinco meses depois, famílias ainda não receberam o Auxílio Reconstrução

COM DIFICULDADES após as enchentes, moradores esperam benefício

As enchentes que atingiram Montenegro este ano deixaram um rastro de destruição e sofrimento, e a luta por um recomeço tem sido dura para muitas famílias. Em Porto Garibaldi, Daniela Silva, uma das atingidas, tem enfrentado sérias dificuldades para acessar o Auxílio Reconstrução.

“Estou desde maio em análise do meu Auxílio Reconstrução. Já fui à Secretaria de Habitação, eles vieram aqui e arrumaram os cadastros, mas até agora nada”, desabafa Daniela, que perdeu sua casa e todos os seus pertences nas enchentes. Ela destaca que a situação financeira da família é crítica. “Estamos pagando aluguel sem ter condições. A única renda que temos é do meu marido, que ganha R$ 2 mil por mês, e temos que arcar com aluguel, água, luz e outros gastos. É um desespero total”, afirma.

A Defesa Civil já condenou a casa de Daniela, recomendando que ela e sua família deixassem o local. “Está bem difícil a situação. Não temos como reconstruir nossa casa, e o auxílio que deveria nos ajudar ainda não chegou”, afirma. A incerteza sobre o futuro segue afetando a família. “Nós precisamos de ajuda urgente. É difícil viver assim, sem saber quando ou se vamos receber esse auxílio”, finaliza Daniela.

Ana Cláudia Skalski Garcia, que atualmente mora de aluguel no bairro Rui Barbosa, é outra moradora que segue sem ter acesso ao Auxílio Reconstrução cinco meses após ter sua casa devastada pelas cheias. “Perdi tudo na enchente, inclusive a casa onde morava, no bairro Industrial. Não tenho mais como voltar pra lá”, desabafa Ana, que viu sua vida desmoronar em questão de horas.

Sua casa, situada na rua Assis Brasil, foi completamente submersa pelas águas, e desde o dia 28 de maio, ela aguarda uma resposta sobre o pedido de auxílio que encaminhou. “Fiz tudo certinho, segui todas as orientações. Mas até agora, só aparece aguardando análise”, lamenta. Ana é mãe de duas crianças, uma delas autista, o que torna a situação ainda mais desafiadora. “Desde a tragédia, não conseguimos nos estabilizar. Se esse dinheiro viesse, seria um grande passo para recomeçarmos nossas vidas”, conclui.

O que diz a SMDESCH
O secretário de Desenvolvimento Social, Cidadania e Habitação de Montenegro, José Vitor Cardoso, destacou a complexidade do processo de análise dos cadastros. “Temos 414 famílias aptas a sanar pendências. Pedimos que procurem a Secretaria para revisar seus cadastros”, disse. Segundo o titular da pasta, recentemente o Governo Federal, que é responsável pela análise dos cadastros, também disponibilizou a possibilidade de realizar a marcação georreferenciada do lote atingido, o que pode facilitar a aprovação do benefício. Conforme Cardoso, a orientação para as famílias que constarem como “pendência” no cadastro do Auxílio Reconstrução é que procurem imediatamente a SMDESCH.

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