O grande volume de chuva que caiu em Montenegro no início do mês de maio fez com que moradores da BR-470, em Fortaleza, voltassem a pedir ajuda. O problema na estrada é recorrente no trecho entre a ERS-124, no bairro Aeroclube, até a BR-386. Ao longo da via são muitos buracos e poeira. O órgão responsável pela manutenção é Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
O citricultor e engenheiro agrônomo Pedro Wollmann, 62, conta que desde que adquiriu uma propriedade no local, em 1997, viu a situação da BR-470 somente piorar. “Esse problema da estrada já é bastante antigo. O máximo que é feito aqui é passarem a patrola, mas material não é nunca colocado. Com isso, bastam dois dias de pouca chuva e a estrada fica praticamente intransitável”, afirma.
Ele relata que por várias vezes já prestou socorro para caminhões que caíram nas valetas da rodovia federal. “Aqui tem trânsito diverso, tanto do pessoal que reside na região do Passo da Pimenta e da Fortaleza como de agricultores que usam a estrada para escoar a produção”, enfatiza Wollmann.
Quem também enfrenta muita dificuldade para trafegar pela via é o transporte escolar. A moradora Katiussa Essvein conta que por muitas vezes a condução que leva as crianças da localidade para a escola acabou estragando em razão das condições da estrada. “Com a chegada das chuvas e do inverno os problemas estão cada vez pior. Estamos com dificuldades para ir trabalhar e moradores de transitar até a cidade”, pontua Katiussa.
Os prejuízos também são grandes para os agricultores, que terão que escoar as suas produções de citrus no período de inverno, quando há um volume maior de chuva. “Nós temos uma sede da Associação Montenegrina de Fruticultores que beneficia a fruta e escoa daqui para o país todo. Muitas vezes a gente acondiciona a fruta e como a estrada está ruim, as caixas acabam se mexendo no pallets, desarrumando a carga e causando prejuízo”, relata Pedro Wollmann.
Para o citricultor, o asfaltamento da via é a solução para os problemas, pois além trazer melhorias para quem reside no local será uma importante rota de ligação do município com a BR-386. “A poeira, para quem reside próximo da estrada, se torna até uma questão de saúde pública. Então, com toda a riqueza que sai aqui da nossa região seria muito importante e significaria o asfalto”, conclui Wollmann.
O que diz o DNIT?
O DNIT informou que, com as chuvas ininterruptas no início do mês, houve danos às estradas e impediram os serviços das equipes de manutenção. Com a previsão de tempo firme para esta semana, a autarquia federal afirma que os serviços de manutenção voltarão a ocorrer normalmente no trecho.
Já com relação à nova pavimentação da rodovia, o DNIT informou que o Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental (EVTEA) já foi concluído. Com isso, a próxima etapa será a licitação para a elaboração do projeto.