NOS ÚLTIMOS quatro meses de 2023 foram 2. 898 toneladas distribuídas
Criado em 2021, durante a pandemia de Covid-19, para auxiliar famílias que passavam por dificuldades, o Banco de Alimentos Municipal de Montenegro segue sendo um importante ator no combate à fome no Município. Nos últimos quatro meses de 2023, o espaço recebeu 3.410 toneladas de doações. Desse montante, 2.898 já foram distribuídas para famílias necessitadas.
Conforme a coordenadora do Centro de Referência em Assistência Social (Cras) Borboletas, Vera Sirlei Scherer, o Banco de Alimentos Municipal é utilizado em situações de emergência. Ela explica que, por semana, o Cras distribui cerca de 70 cestas básicas para famílias cadastradas, no entanto, existem ocasiões nas quais questões pontuais fazem com que uma pessoa não se encaixe nos critérios para o recebimento da cesta básica e está passando por uma situação crítica. É aí que entra em ação o banco de alimentos.
A secretária municipal de Desenvolvimento Social, Cidadania e Habitação de Montenegro, Josi Paz, ressalta que o Bando de Alimentos Municipal é de fundamental importância. “A gente tem a cesta básica que a Prefeitura compra, mas nós precisamos do banco de alimentos para atender aquele caso da pessoa que não se enquadra na hora de conceder o benefício da cesta básica ou, então, que chegou tarde”, explica. Ela lembra que o espaço também é importante em momentos de emergência, como para prover famílias atingidas pelas cheias do Rio Caí.
No entanto, toda essa função social de atendimento às famílias em situação de vulnerabilidade realizada pelo Banco de Alimentos Municipal depende fortemente da participação da comunidade. Isso porque o espaço é mantido através de doações da população. Inclusive, é recorrente a realização da coleta de alimentos em eventos da Prefeitura, como shows, feira do livro e outros.
Atualmente, a maior necessidade no Banco de Alimentos Municipal é de farinha de trigo, azeite, café e arroz. Quem puder contribuir com sua doação pode levá-la diretamente ao Cras Borboletas, localizado na rua La Salle, número 9, no bairro Municipal – mesmo endereço no qual está localizado o banco de alimentos.
Mais do que dar alimentos, dar suporte
Tanto a secretária de Desenvolvimento Social, Cidadania e Habitação quanto a coordenadora do Cras Borboletas fazem questão de salientar que a Prefeitura não apenas realiza a doação de cestas básicas ou de alimentos, é feito todo um acompanhamento da situação da família.
“A função do Cras é empoderar essas famílias para que elas possam, em determinado tempo, seguir seus passos por conta própria”, afirma Vera. Ela reforça, inclusive, que há um limite de cestas básicas que uma pessoa pode retirar, havendo exceção quando há causas como doença, por exemplo. Inclusive, há o espaço mínino de 30 dias entre o recebimento de uma cesta básica e outra.
“E para receber essa outra (cesta básica) é questionado se a família não resolveu o problema”, conta Vera. A coordenadora do Cras Borboletas enfatiza que são oferecidos cursos de capacitação para as pessoas em situação de vulnerabilidade para que elas consigam se qualificar e entrar no mercado de trabalho ou desenvolver o próprio negócio.
“A gente está sempre tentando encaminhar as pessoas para o mercado de trabalho para que as pessoas possam elas próprias, com seu salário, irem para o mercado comprar o que quiserem e levar para a sua família. Isso é levar dignidade para as pessoas”, enfatiza Josi Paz. A secretária municipal de Desenvolvimento Social, Cidadania e Habitação destaca, ainda, o trabalho de fortalecimento da convivência e relação familiar como fator importante no empoderamento das famílias.
Falta de dados
Apesar de ter sido criado em 2021, o Banco de Alimentos Municipal tem registro de entrada e saída apenas a partir de setembro de 2023, quando Vera assumiu a coordenação do Cras. “Como não era minha gestão, não sei o motivo de não terem feito os registros de entrada e saída. Talvez tenham feito, mas não encontrei”, informa a secretária Josi Paz, que assumiu a titularidade da pasta em julho de 2023.