POEMAS E VERSOS escritos por Irma Hilda Koch mostram que tudo é possível, quando se tem um sonho a conquistar
O silêncio das calmas noites no interior sempre foi inspirador para a agricultora Irma Hilda Koch, 72 anos, moradora da localidade de Alfama em Montenegro. Era ao pôr do Sol que as ideias começavam a fervilhar em sua mente, principalmente durante as madrugadas. Por isso, folha de papel e caneta eram seus companheiros de cabeceira. “Quando vinha a ideia, tinha que aproveitar e escrever logo antes que fosse embora”, conta a simpática autora do livro Histórias de Família, Poemas e Poesias. Na última sexta-feira, dia 26, a mulher de origem simples e mente criativa recebeu amigos e convidados para o lançamento da segunda edição de seu livro.
A recepção ocorreu na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Montenegro, local que tem importante contribuição na trajetória de Irma. Ela sempre gostou de escrever e relata que faz isso desde que era menina, porém, nunca havia pensado em colocar suas reflexões e observações em uma obra. “Escrevi muita coisa ao longo da vida, mas jogava fora. Não imaginava que poderia ser usado em um livro.”
Irma não tem intimidade com computadores, mas quem tem amigos consegue superar barreiras. Os textos escritos a mão passaram a ser digitados pelos colaboradores do próprio Sindicato. “Sabendo que esses textos todos já passaram por nós, é bem gratificante ver isso transformado em livro. Você vai lendo e vê que realmente é uma história de vida”, diz Maria Regina da Silveira, presidente do Sindicato.
Dona Irma afirma que o incentivo de amigos foi fundamental para compor seu primeiro livro, lançado em 2023, e também para dar continuidade às publicações de novos materiais. “A gente só vai a algum lugar quando é incentivado. Eu poderia ter uns 50 livros, mas só há uns dois anos que comecei a pensar nisso”, conta.
Sandra Hess representante da editora Zmulti afirma que Irma é um exemplo de empoderamento feminino e força de vontade. “É a primeira vez que recebemos uma produtora rural. Estamos acostumados com pessoas que têm outras atividades profissionais e têm a vontade de compartilhar suas ideias e essa construção de identidade como autor”, comenta Sandra. “No primeiro livro ela trouxe muitos familiares presentes nas poesias. Nesse segundo faz uma variação maior, traz outros elementos, como a história da árvore montenegrina”, acrescenta.
“Agricultora, com pouca escolaridade, ela foi em busca de produzir o seu próprio livro de foprma independente. Isso é uma coisa bem rara”, observa. “Ela foi atrás de um sonho e realizou, é admirável”, observa Maria Terezinha Kraemer Canello, a Nica, diretora da Biblioteca Pública Municipal e incentivadora da autora. “Enquanto diretora da biblioteca pública, enquanto professora, enquanto pessoa, eu tinha que ajudar, era minha obrigação.”
O livro pode ser adquirido junto à editora, com a própria autora ou no Sindicato (rua João Pessoa, 2566, Centro de Montenegro). Sobre o conteúdo de suas obras, Irma diz que: “Só lendo ela vocês vão entender”.