Voluntários demonstram esforço e empatia ao atuarem na enchente
Thiago Rosa, morador de Navegantes, e João Pedro Breta, de Balneário Camboriú, vieram de Santa Catarina trazer mantimentos e ajuda física aos montenegrinos. João conta que logo que começaram a arrecadar donativos houve uma grande mobilização entre amigos e demais pessoas interessadas em prestar auxílio ao RS nesse difícil momento.
Segundo João, até agora, um caminhão, duas caminhonetes e uma van cheios de doações foram trazidos para o Estado por ele e seus amigos. A ideia inicial era ajudar Montenegro, mas diante dos acessos rodoviários bloqueados pela primeira enchente, os itens foram compartilhados com a cidade de Guaíba. “Tenho um amigo aqui, que é o Fabinho ali, da hamburgueria Ferrari House. Como já vim algumas vezes para cá, a ideia era pensar em Montenegro”, explica João.
A dupla se reencontrou em Montenegro. Amigos deles foram ajudar em municípios do Sul do Estado, como São José do Norte, Pelotas e outros, também alagados. Além de trazer mantimentos, material de higiene e roupas, e de resgatar pessoas e animais, os voluntários ajudam no preparo de refeições, na cozinha solidária instalada na Escola São João Batista.
“Viemos para cá fazer o bem. A gente passa muito isso lá, em 2008 passamos uma enchente bem semelhante a essa daqui. A gente sempre viu o Brasil se mobilizar para nos ajudar e dessa vez é nós que podíamos ajudar, então a gente nem pensou. Só viemos”, conclui Thiago.
Ajuda de que vem “de casa” para salvar os vizinhos
Desde que a enchente do Rio Caí começou, o empresário Magnus Kern Cornelius e seus amigos, integrantes do grupo Extra de Stand up Peddle, têm se mobilizado para resgatar pessoas e animais em áreas alagadas. Para isso, eles utilizam as pranchas que convencionalmente serviriam para momentos de lazer, mas que agora se transformam em veículos de salvamento.
Magnus mora na rua Menino Deus e também foi afetado pela cheia. Sentindo na própria pele o que enfrentam seus vizinhos, o montenegrino escolheu o próprio bairro para prestar sua solidariedade. A estimativa é que desde o início da primeira enchente até essa segunda-feira, 13, cerca de 20 pessoas tenham sido resgatadas por ele e sua turma.
Eles também prestam apoio às embarcações. Magnus conta que não é a primeira vez que se mobiliza em prol das pessoas que precisam. “Também ajudamos na enchente de novembro do ano passado. É um sentimento de gratidão poder ajudar as pessoas.”
Um dos desafios do grupo é passar segurança para quem está sendo resgatado, pois muitas pessoas têm medo de subir na prancha, porque não sabem nadar. Magnus tranquiliza informando que ele e os colegas são acostumados a “andar” sobre as águas. Uma vez por semana o grupo se reúne para praticar o SUP.