Aeroclube facilita socorro e doações durante enchentes no Estado

VOOS trazem alento às dores de quem precisa de ajuda

Durante as enchentes que atingem o Rio Grande do Sul, o Aeroclube de Montenegro tem desempenhado importante papel no recebimento de aeronaves que trazem doações aos atingidos pelas cheias. Além de receber suprimentos, o espaço tem sido fundamental para promover atendimentos de socorro a pacientes e para o deslocamento de médicos a cidades como Canoas. Desde o início dos alagamentos, foram realizados mais de 40 pousos no local.

Marco Aurélio Dietrich, vice-presidente do Aeroclube, destaca a importância do mesmo e a necessidade de melhorar as condições para pousos e decolagens.

O Aeroclube de Montenegro foi porta de entrada para o recebimento de inúmeras doações. Fotos: arquivo pessoal

“Este é um ponto estratégico para a região, próximo à Capital e a várias outras cidades menores. Há muitos anos lutamos por melhorias neste aeródromo para poder atender à região. Com esse evento, vimos a real importância do aeródromo”, relata. “Em um dia, recebemos oito aviões de uma mesma região, e só não veio mais devido às condições da pista. As autoridades agora perceberam a importância do aeródromo”, afirma Dietrich ao contar que prefeitos como o de Montenegro, Gustavo Zanatta, e de São Sebastião do Caí, Júlio Campani, estiveram no Aeroclube e reconheceram a necessidade de investimentos.

A pista de Montenegro recebeu recentemente cargas de pó de brita da Prefeitura Municipal, o que melhorou suas condições, e possibilitou a movimentação dos últimos dias, mesmo assim, para receber aeronaves de maior porte é preciso que haja melhorias.

Na divisão aérea da região, há vários aeródromos, como o de Eldorado do Sul, mas esse ficou alagado. O de Garibaldi, por sua vez, por contar com uma pista asfaltada, está sendo bastante utilizado para pouso de aviões maiores. “Se tivéssemos condições de receber esse tipo de aeronave, o movimento seria muito grande aqui e daria visibilidade para o município, em nível nacional e até internacional. O mundo inteiro está sabendo dessa enchente aqui no Rio Grande do Sul e Montenegro teria essa visibilidade”, completa Marcos.

Órgãos de segurança pública também puderam fazer uso do aeródromo. Fotos: arquivo pessoal

Voos prestaram socorro

Mesmo com as dificuldades da pista, foram realizados, até essa segunda-feira, dia 20, 43 voos, entre helicópteros e aeronaves de porte pequeno. Seis voos foram para deslocamentos de médicos de Montenegro até Canoas, quatro para remoção de pacientes em estado grave. No último final de semana foram recebidos três voos do Exército.

O Aeroclube recebeu, inclusive, voos com medicamentos para atender a cidades como Capela de Santana

“Nós atendemos não só a Montenegro, mas Triunfo, São Sebastião do Caí e Portão, onde não havia como chegar medicamentos. Os remédios vieram para cá e assim que as pontes foram liberadas, o pessoal veio buscar”, conta Ângelo Pires, diretor do Aeroclube.

Conforme Ângelo, logo que começaram as enchentes foi criado um grupo denominado “Asas Solidárias”, do qual Montenegro faz parte. “Começamos a receber medicamentos, cestas básicas, cobertores, roupas, água potável, materiais de higiene e limpeza, tudo veio por via aérea. A maioria em aviões menores e outra em helicópteros. Helicópteros do Exército também fizeram transporte. A ajuda humanitária foi muito forte. A sociedade civil se uniu para fazer esse transporte, com o objetivo de salvar vidas”, conclui Ângelo.

Quatro pacientes foram transportados de Montenegro para atendimentos médico em outras cidades. Fotos: arquivo pessoal

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