Neste domingo, dia 5 de maio, o Abrigo Menino Jesus de Praga celebra três décadas de existência, marcando um legado de amor, cuidado e apoio às crianças em situação de vulnerabilidade social em Montenegro. Fundado em 1994, fruto de uma parceria entre a FEBEM e a Prefeitura, o abrigo tornou-se uma referência na comunidade.
Terezinha Angeli, presidente da Sociedade Beneficente Espiritualista, mantenedora do Abrigo, compartilhou detalhes emocionantes sobre os 30 anos de história. No segundo mandato à frente da Sociedade, Terezinha reflete sobre os desafios e conquistas ao longo dos anos. “Desde o início, buscamos estabelecer parcerias sólidas, tanto com empresas quanto com indivíduos comprometidos. Essas colaborações foram essenciais para garantir o crescimento e a sustentabilidade do Abrigo”, destaca Terezinha.
A instituição acolhe crianças e adolescente, proporcionando um ambiente seguro e acolhedor, buscando sempre o bem-estar dos acolhidos. A presidente ressalta a importância do Abrigo para a comunidade local, destacando que é um espaço crucial para o acolhimento das crianças e para oferecer-lhes oportunidades de um futuro melhor. Além disso, o Abrigo desempenha um papel fundamental no processo de adoção, proporcionando todo o suporte necessário às famílias adotivas.
Ao longo dos anos, a instituição passou por diversas melhorias, graças ao apoio da comunidade e de parceiros. Projetos como o Chá das Cinco possibilitaram a instalação de placas solares e a criação de áreas de lazer, demonstrando o compromisso em oferecer um ambiente cada vez mais adequado e acolhedor.
Para celebrar essa data especial, o Abrigo preparou uma programação especial. No dia 5 de maio, será realizada uma missa festiva na Capela Nossa Senhora das Graças. Na segunda-feira, 6, estava previsto um coquetel, mas o evento foi cancelado em razão das fortes chuvas que atingem Montenegro.
Trabalho conta com equipe preparada
Desde sua fundação há 30 anos, o Abrigo Menino Jesus de Praga tem trazido esperança para crianças em situação de risco, vulnerabilidade e violação de direitos em Montenegro. A psicóloga Camila Bozzetto, que atua há 12 anos na instituição, destaca que o foco principal é acolher e proteger as crianças que chegam ao local. “Ao receber essas crianças, buscamos compreender sua história, suas necessidades e seu contexto familiar. A partir daí, desenvolvemos um plano de ação individualizado, que pode envolver desde acompanhamento familiar até a preparação para adoção, quando necessário”, enfatiza.
Segundo Camila, existe um trabalho conjunto com outras instituições, como o Conselho Tutelar e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), para garantir o melhor encaminhamento para cada caso. “Nosso objetivo é proporcionar um ambiente seguro e acolhedor, onde as crianças se sintam amadas e apoiadas”, diz. Ao longo dos anos, o abrigo tem sido um lar temporário para inúmeras crianças, oferecendo cuidado, educação e orientação. “Nosso trabalho vai além do acolhimento físico. Buscamos promover o desenvolvimento integral das crianças, preparando-as para a vida adulta”, ressalta Camila.
Questionada sobre a importância do abrigo para a comunidade, Camila enfatizou sua relevância em um contexto de alta demanda por acolhimento. “Infelizmente, Montenegro tem enfrentado muitos casos de vulnerabilidade infantil. O abrigo desempenha um papel crucial ao oferecer um ambiente seguro e estruturado para essas crianças, enquanto trabalhamos para encontrar soluções permanentes para suas necessidades”, conclui.
O Amor que transforma
Além do cuidado e proteção, o Abrigo Menino Jesus de Praga tem um impacto positivo na vida de inúmeras crianças e famílias. O casal Maira Böhm e Jonas Engel encontrou na adoção não apenas a realização do sonho de serem pais, mas também uma jornada de amor incondicional e transformação.
Maira e Jonas compartilham uma jornada de 13 anos de união, marcada por desafios na busca pela paternidade e maternidade. “Todos esses tratamentos mexem bastante com o psicológico, pois nos sentimos impotentes, sensação de fracasso”, relata Maira sobre os obstáculos enfrentados em tratamentos de inseminação artificial e fertilização in vitro que não tiveram sucesso.
Foi nesse momento de reflexão e pausa nos tratamentos que o casal se deparou com a oportunidade da adoção. “Desde pequena sempre tive vontade de adotar, já o Jonas tinha um certo receio”, revela Maira. No entanto, esse receio logo se transformou em amor quando Jonas conheceu Joana, uma criança de 4 meses no Abrigo Menino Jesus de Praga. “Posso dizer com certeza que foi amor à primeira vista”, confessa Jonas.
O encontro com Joana não apenas despertou o amor do casal, mas também os motivou a se envolverem ativamente na vida da menina. “Passamos a fazer voluntariado no abrigo para ajudar no que fosse preciso, inclusive com a Joana”, conta Maira. A dedicação do casal não passou despercebida, e após alguns meses eles foram indicados para serem os pais de Joana.
O dia em que receberam a notícia de que poderiam buscar Joana para casa foi descrito por Maira como “o melhor dia de todos”. A alegria e emoção de finalmente se tornarem pais não pode ser expressa em palavras. “A adoção deve ser vista como um ato de amor capaz de transformar a vida da criança e da família adotiva para sempre”, enfatiza o casal.
Maira e Jonas destacam que, para eles, não há diferença entre ter filhos biológicos ou adotivos, pois em ambos os casos é necessário aprender a ser pais, educar e amar. “Somos muito gratos por tê-la como nossa filha e com ela aprendemos o real significado do amor incondicional”, concluem, emocionados.