Casa de acolhimento. Instituição foi fundada em 1994
O Abrigo Menino Jesus de Praga celebra, neste ano, três décadas de dedicação ao cuidado e proteção de crianças em situação de vulnerabilidade social em Montenegro. Fundado em 5 de maio de 1994, o abrigo, agora denominado Casa de Acolhimento Menino Jesus de Praga, surgiu de uma parceria entre a então FEBEM, a Prefeitura de Montenegro e a Sociedade Beneficente Espiritualista (SBE). A celebração, que havia sido adiada devido à enchente que atingiu a cidade no início de maio, reuniu parceiros e pessoas ligadas à história da instituição na tarde dessa segunda-feira, 5, na sede do bairro São João.
Josênia Flores Cruz, diretora-executiva SBE, entidade mantenedora do abrigo, destacou a trajetória da instituição. Ela relembrou a fundação da SBE, em 1960, por um grupo de senhoras seguidoras da Doutrina Espírita, lideradas por Anita Ferraz. “O objetivo inicial, de proteger crianças desvalidas, permanece até hoje, com a SBE administrando seis unidades, incluindo cinco creches e a Casa de Acolhimento”, pontuou.
O evento também marcou a celebração das parcerias que possibilitaram o funcionamento e crescimento do abrigo. Desde a sua criação, muitas mudanças ocorreram, mas o objetivo de oferecer um lar digno para crianças e adolescentes em risco social permaneceu inalterado. Josênia destacou as importantes colaborações ao longo dos anos, incluindo doações significativas, como a de um apartamento por uma família montenegrina e contribuições dos clubes sociais da cidade e da Vara Criminal da Comarca de Montenegro.
A casa de acolhimento, situada em um prédio que já abrigou a Escola Coronel Januário Correia, passou por várias reformas para se adequar às necessidades das crianças acolhidas ao longo dos anos. Atualmente, o abrigo tem capacidade para receber até 25 crianças e adolescentes, oferecendo um ambiente de cuidado e proteção. As melhorias na infraestrutura incluem a separação das áreas administrativas e de alojamento e a construção de um espaço multiuso, utilizado para atividades recreativas, pedagógicas e sociais.
Josênia expressou sua gratidão a todos que apoiaram o abrigo ao longo dos anos. “Trabalhamos para a comunidade e sempre recebemos retorno dela”, afirmou. A diretora-executiva também ressaltou a importância do apoio contínuo da comunidade de Montenegro e de outras cidades, como Salvador do Sul, para a manutenção e desenvolvimento da casa de acolhimento. “Agradecemos a todos que de uma maneira ou de outra percebem a importância desse trabalho e nos ajudam a cumprir o objetivo principal de nossa entidade, que é cuidar das crianças”, completou.
Uma trajetória ligada ao abrigo
Antônio Edson da Cruz Padilha, atual vice-presidente da Sociedade Beneficente Espiralista, tem uma história marcante de dedicação e trabalho em prol da criação e manutenção do Abrigo Menino Jesus de Praga. Em 1994, ele, como gerente regional da FEBEM, liderou esforços para formar uma parceria em prol da construção de uma casa de acolhimento até então que não existia na cidade.
“Graças a Deus, tivemos um apoio significativo, e hoje, 30 anos depois, vemos o abrigo funcionando com o suporte de todas as comunidades da região”, destacou Padilha. Montenegro, na época, não tinha nenhuma casa de abrigo, e a cidade enfrentava sérios desafios sociais.
Diante dessa situação, Padilha conta que a inauguração do abrigo aconteceu com recursos limitados, contando apenas com alguns beliches e colchões. Mas com a ajuda da comunidade e de várias instituições, logo a casa estava equipada. Padilha diz se orgulhar do envolvimento contínuo da comunidade local e regional com o abrigo. Ele menciona com alegria o tradicional Chá das 5, realizado em Montenegro, e o Chá do Bem, em Salvador do Sul, eventos que arrecadam fundos para o abrigo. “Essa participação comunitária é essencial para a sustentabilidade da instituição, que acolhe crianças e adolescentes em situações de vulnerabilidade e risco de outros municípios vizinhos também”, afirma.
O vice-presidente também se emocionou ao recordar momentos marcantes, como quando decidiu comprar 20 colchões adicionais para garantir que nenhuma criança fosse mandada embora por falta de espaço. “Hoje, fico contente de ver que em Montenegro não vemos mais crianças pedindo esmola na porta dos mercados, como acontecia antigamente”, diz ele. Ao comemorar os 30 anos do abrigo, Padilha destacou o papel que vem sendo cumprido pela instituição ao longo dos anos. “A realidade é que, hoje, temos onde colocar e como atender essas crianças, e isso é muito importante”, conclui.