Empresa apresenta emails comprovando conhecimento da Prefeitura
Em contraponto ao que a Vigilância em Saúde de Montenegro havia relatado à reportagem do Jornal Ibiá na matéria publicada nessa terça-feira, 23, a presidência da Sulmix Cosméticos, esclarece que comunicou o órgão sobre o surto de casos do novo coronavírus na empresa. Além disso, o responsável pela indústria de cosméticos também ressalta que desde o início da pandemia segue rigorosos protocolos de prevenção.
Ainda no sábado, 20, uma denúncia anônima informou um suposto surto com 11 funcionários da Sulmix, registrado entre segunda, 8, a quarta-feira, 10. Na oportunidade, o presidente da empresa, Luiz Carlos Perez, contestou a informação e relatou que, na verdade, foram oito colaboradores que receberam de oito a 14 dias de atestado, de acordo com cada caso.
Na ocasião, o mesmo declarou que a Vigilância em Saúde de Montenegro foi informada sobre o surto, além de todas as medidas tomadas pela empresa. Porém, em resposta ao Jornal Ibiá a Vigilância garantiu que não havia nenhuma notificação de surto oficial da empresa.
Para comprovar que haviam comunicado o fato ao órgão de fiscalização, o vice-presidente da Sulmix, Luiz Paulo Perez, e a responsável técnica da empresa, Simone Bastos, apresentaram uma série de emails trocados com a Vigilância em Saúde. “Temos toda a documentação da informação que foi enviada, conforme a lei manda. Nós fizemos todo procedimento obrigatório. Somos uma empresa séria”, diz Luiz Paulo.
Segundo a responsável técnica, ao ser constatado o segundo positivado, a empresa entrou em contato com o órgão. Entre 9 e 16 de março a Sulmix trocou emails com a Secretaria da Saúde informando o ocorrido. Na manhã do dia 16, dois emails com as informações de protocolos realizados e dados de funcionários foram encaminhados à Vigilância, assim como havia sido requisitado. “Depois de passar a lista não recebemos nenhuma confirmação de lá”, explica Simone
Luiz Paulo ressalta que a denúncia foi infundada, e que em todo momento o protocolo correto foi seguido e a informação foi repassada ao órgão de saúde. “Ninguém voltou antes do recomendado para a empresa […] Todos os testes feitos em farmácia foram pagos por nós”, completa. De acordo com ele, a empresa foi fechada de 10 a 12 de março, e ainda na sexta-feira, 12, foi feita a sanitização do prédio de todo o prédio, voltando a trabalhar no dia 15 com o pessoal reduzido.
Em contato posterior, a chefe da Vigilância em Saúde, Silvana Schons, explicou que houve uma falha na comunicação. “Foi algo pessoal; era mais eu mesmo que estava chegando e não tinha conhecimento de nenhuma informação nesse sentido, porque são muitas informações para serem capturadas”, fala. Segundo ela, naquele momento – seu primeiro dia do retorno – não havia conseguido chegar nos dados de surtos.
Uma das responsáveis do monitoramento de surto, a enfermeira da Vigilância Epidemiológica, Patrícia Barros, também explica que no momento não confirmou, pois não pode passar informações sobre o assunto. “A gente tem um monitoramento de todas as empresas que estão com surto, mas não podemos falar o nome de nenhuma empresa pela nossa política de ética”, completa.
Protocolo de prevenção
A responsável técnica, Simone Bastos, também explana o protocolo de segurança seguido desde o início da pandemia do novo coronavírus pela empresa. Por se tratar de uma fábrica de cosméticos, a Sulmix segue as regras da Anvisa, entretanto, ela explica que adaptações foram realizadas para a segurança de toda equipe. “Desde o início da pandemia nós começamos a nos guiar pela Portaria SES N° 283 de abril de 2020, que direciona como as indústrias têm que agir. Naquela época nós elaboramos também um protocolo próprio”, fala.
Dentre as medidas de prevenção adotadas está a medição da temperatura diariamente; determinação de distanciamento; mudança de horários para evitar aglomeração; limpeza frenquente dos ambientes; e distribuição de álcool gel na empresa. “Nós temos 42 funcionários, mas temos revendedores em Curitiba, em Santa Catarina, e eles não estão presencialmente na fábrica. […] Temos uma empresa com 1.700 metros quadrados que não tem 20 funcionários dentro, então o espaçamento é muito grande. Não existe uma aglomeração”, completa Luiz Paulo.