Rio Grande do Sul registra aumento da mortalidade materna

35 óbitos por Covid-19 foram registrados de janeiro a abril deste ano, contra seis em todo o ano de 2020

De janeiro a abril deste ano, o Estado registrou 35 óbitos maternos por Covid-19, sendo que durante todo o ano de 2020 foram seis casos. Os dados integram o Boletim Epidemiológico de Mortalidade Materna e Infantil do Rio Grande do Sul, que traz informações sobre mortalidade entre gestantes, puérperas, recém-nascidos e crianças até um ano durante a pandemia de coronavírus.

O médico Paulo Sérgio da Silva Mário, da Política da Saúde da Mulher da Secretaria da Saúde (SES), explica que o aumento da mortalidade materna até o momento está diretamente associado ao agravamento da pandemia e ao surgimento, no início deste ano, da variante P1 do coronavírus, “o que fez aumentar o número de casos, internações e letalidade, tanto em gestantes quanto em puérperas em todo o Estado”.

Em Montenegro, gestantes e puérperas com comorbidades e indicação médica, com comprovante, podem agendar a vacinação contra a Covid-19. A aplicação da 1ª dose da Pfizer/Biontech ocorre na sede da Vigilância Sanitária, e o agendamento pode ser feito pelos telefones 3632-0138 e 99714-1078.

Segundo ele, para conter o avanço dos óbitos, a SES está trabalhado em conjunto de serviços de atenção básica e orientado sobre a necessidade da triagem das gestantes para o diagnóstico da Covid-19. O médico também se referiu aos serviços de internação onde são feitas capacitações e atualizações para a qualificação do manejo no atendimento de gestantes “que necessitam de um serviço de internação com mais peculiaridades em relação ao público em geral”.

O Boletim Epidemiológico foi produzido pelo Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde (DAPPS) da Secretaria da Saúde e aponta que, em 2020, o Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP -Gripe) registrou 419 internações por Síndromes Respiratórias Agudas (SRAG) entre gestantes e puérperas no RS. Destas, 199 tiveram confirmação para Covid-19, com 40 internações em Unidades de Terapia Intensiva (34 recuperados e seis óbitos).

Em 2021, considerando apenas o primeiro quadrimestre, o mesmo sistema registrou um total de 406 internações entre gestantes e puérperas no Estado. Foram confirmados 323 casos de Covid-19, contando aqueles que estão em andamento ou encerrados. Entre os casos, há 106 internações em UTI, sendo que 87 foram finalizadas – 54 curados e 33 mortes, somados a dois óbitos sem internação em UTI.

Os dados de 2020 ainda são parciais, pois para finalizar o banco nacional de mortalidade materna é realizada uma investigação minuciosa dos casos, e o processo pode se estender por até 1 ano e 2 meses até a definição do número total de casos. Até a data da publicação do boletim, o sistema de informação de mortalidade havia identificado 44 óbitos maternos, uma razão de 33,7 óbitos por 100 mil nascidos vivos. De acordo com o boletim, o perfil de maior mortalidade encontra-se em mulheres com 30 anos ou mais, negras e com menos de sete anos de escolaridade. As principais causas de morte, em 2020 foram: hemorragias (25%), pré-eclâmpsia (25%), seguidas de outros (18%), Síndromes Respiratórias Agudas não especificadas (7%), Covid-19 (11%), HIV (4%), doenças do aparelho circulatório (5%) e doenças do aparelho respiratório (5%).

Mortalidade infantil reduziu em 2020
Quanto aos óbitos em menores de um ano, o boletim identifica com dados preliminares que a taxa em 2020 atingiu o menor valor da história do Estado, com 8,61 óbitos para cada mil nascidos vivos, superando, portanto, a meta pactuada de 9,75 óbitos/1.000 nascidos vivos para o ano. Comparando com os anos de 2019 e 2020, observa-se ainda que a maioria dos óbitos estão relacionados às causas perinatais e com predomínio do óbito neonatal precoce de zero a seis dias de vida.

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