Municípios estão recebendo menos doses nos frascos de CoronaVac

Assim como vem ocorrendo em vários estados brasileiros, a defasagem nos frascos de CoronaVac, vacina contra a Covid-19 produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, também prejudica a vacinação no Vale do Caí. Em vários municípios da região, os frascos enviados pelo Ministério da Saúde e pelo Estado contam com menos doses que o necessário para 10 aplicações. O Butantan atribui esse número menor de doses por embalagem à aspiração inadequada do líquido e afirma que vai revisar a bula para orientar aplicação correta.

Chefe do setor de imunizações de Montenegro, Nicole Ternes explica o impacto que essa defasagem resulta na vacinação do município. “É um problema a nível nacional. Por exemplo, se recebo 50 frascos, que deveriam render 10 doses cada, o Estado emite uma nota informando que enviou 500 doses para o Município. Mas se cada frasco rende 8 ou 9 aplicações, acabo recebendo, na verdade, 400, 450 doses. Vacinamos menos pessoas do que o Estado e o Ministério acreditam ter enviado nos frascos”, frisa.

Devido à alta demanda diária na campanha de vacinação, Nicole afirma ainda não ter contabilizado o número de doses que Montenegro deixou de receber até o momento. “Como o laboratório (Instituto Butantan) é o mesmo e os lotes acabam sendo os mesmos, o problema vai se repetindo e impacta negativamente o andamento da imunização”, complementa.

Em Pareci Novo, o número de doses “perdidas” por conta do rendimento inferior dos frascos foi contabilizado nessa segunda-feira, dia 19. “Estamos com o quantitativo de 29 doses a menos que o Município deixou de receber. As nossas vacinadoras têm anos de experiência, sempre aplicaram vacinas e nunca deu problema”, relata Rafael Souza, secretário de Saúde e Assistência Social de Pareci Novo.

O município de Brochier também já registrou o problema da defasagem de doses nos frascos de CoronaVac durante a campanha de vacinação, mesmo que tenha sido de forma esporádica. A exceção na região é Maratá, que aplicou, até a última semana, todas as doses recebidas do Estado. “Até o momento, houve aproveitamento de 100% das doses recebidas, sem qualquer desperdício”, salientou Cláudia Elisabete Schneider Röder, secretária de saúde do Município.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Saúde de São José do Sul, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

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