Katrine Azeredo, de 18 anos, e Silvana Azeredo, de 49 anos, tiveram respectivamente 50% e 75% dos pulmões afetados
A família das triunfenses Silvana Azeredo, 49, e de Katrine Azeredo, de 18 anos, teve alívio dobrado nesta semana. Após 12 dias internadas por complicações da Covid-19, mãe e filha receberam alta terça-feira, 20, no Hospital de Caridade Santa Rita, em Triunfo, sob aplausos da equipe médica e muita emoção.
O que era para ser uma consulta para investigar uma suposta pneumonia acabou em internação para mãe e filha no dia 8 de abril. Com sintomas característicos da doença, Katrine estava com dificuldades de respirar, cansaço e dor no corpo. Segundo a mãe, preocupada que a doença acometesse a filha novamente, foi de prontidão levar a jovem ao hospital. “Levei ela pro hospital com essa intenção de que poderia ser uma pneumonia, mas a gente não tinha sintomas declarado de Covid; jamais imaginei que era. Não sei de onde veio, porque aqui em casa só eu vou no mercado, mas sigo todos os protocolos devidos”, conta Silvana.
Apenas com uma tosse seca, Silvana aproveitou para consultar enquanto Katrine era atendida e após as duas fazerem uma tomografia veio a surpresa negativa: ambas estavam com os pulmões afetados em 50% e 75%, respectivamente. “Assim que a gente fez a tomografia eles (equipe) analisaram e já vieram pra fazer a coleta do nariz; o resultado saiu em dois dias, e deu positivo para as duas”, diz ela.
Silvana conta que a filha passou todos os dias no oxigênio e sem poder sair da cama, e que foi fundamental para a melhora em ambos os quadros elas ficarem juntas no mesmo quarto. “No primeiro dia ficamos em quartos separados, e pra mim como mãe foi muito punk, porque eu sabia que ela não estava bem e não pude ficar com ela, mas graças a Deus no dia seguinte a gente conversou com o médico e ele nos juntou”, relembra.
A partir do segundo dia a matriarca colaborava no que podia para que a filha melhorasse. “No dia 20, quando o médico disse que a gente provavelmente ia embora, as gurias vieram pra ajudar ela a colocar o pé no chão e ela estava com medo de colocar. Na hora que ela colocou doeu a panturrilha, mas com certeza o fato de a gente ficar junto ajudou”, fala Silvana.
O pai também passou mal
Um dia após a internação das duas, o esposo de Silvana acordou com falta de ar, cansaço e sem conseguir falar. “Ele passou a manhã toda em observação, e como na semana anterior ele tinha ido ao posto de saúde e o médico tinha dado uns remédios pra ele, no hospital o médico recomendou ele seguir o tratamento”, explica à triunfense.
Na mesma noite ele novamente passou mal, e pela manhã foi consultar novamente. “Na segunda vez que ele foi ao hospital fizeram uma tomografia, mas graças a Deus deu que ele só estava com 20% do pulmão afetado e na condição do médico era muito bom”, fala. Após a medicação o esposo de Silvana retornou para a casa e fez todo o tratamento até a recuperação. “Como eu estava preocupada com a situação dele, todo dia eu ligava e ele também ligava pra nós e nisso a tecnologia ajuda muito”, completa.
Renascimento
Para Silvana o momento da alta foi de renascimento para ambas, com um sentimento especial para ela. “O médico tinha me preparado para a possibilidade de eu sair e ela ficar. Então para mim, como mãe, quando ele veio e disse: ‘graças a Deus vocês estão em sincronismo e eu vou liberar vocês duas juntas’, o sentimento foi como quando eu sai com ela da maternidade. Só faltou eu pegar ela no colo”, brinca.
A mãe conta que não tem nenhuma sequela, entretanto Katrine ainda está com um gosto amargo na boca. Apesar disso, Silvana está só alegria em ter tido a oportunidade de voltar para o lar junto à sua família. “Agora vamos nos cuidar cada vez mais. Só quem passou e sentiu pra saber que a coisa não é fácil”, conclui.