Aumento na transmissão do coronavírus pode causar mais variantes, diz especialista

Biomédica reforça necessidade de todos seguirem as medidas de prevenção

A pandemia do novo coronavírus ainda não recuou, mesmo com a vacinação. Só na última semana houve um crescimento de 0.33% casos confirmados no Estado. As UTI’s seguem lotadas, sendo registrado nessa segunda-feira, 28, 83% de ocupação dos leitos no Rio Grande do Sul. Segundo a biomédica Mellanie Fontes Dutra; Mestra e Doutora em Neurociência, com pós-doutorado em Bioquímica, o aumento na transmissão da Covid-19 pode gerar novas variantes com mais resistência, causando um colapso na saúde pública.

Até o momento, o Estado tem a predominância da variante P1 do coronavírus, rebatizada de gamma pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Além disso, também já foi registrado o primeiro caso da C37. “É uma variante que está em observação, ela não tem muitos casos, mas ela é emergente do Peru”, diz Mellanie. E apesar de não haver casos da variante Delta, emergente da Índia, a pesquisadora destaca que é possível que ela possa também estar em circulação no território.

Ao contrário do que é falsamente citado, Mellanie explica que as variantes estão atreladas à alta transmissão do vírus, e não a outro motivo, como a vacinação. “Cada vez que ele (vírus) infecta um novo hospedeiro ele pode gerar mais vírus, acumular algumas mutações, que em parte podem não acontecer nada em termos de adaptação do vírus, mas parte delas pode levar a alguma adaptação, e dentro desse universo, parte delas pode ser uma adaptação ruim, perigosa, de interesse pra nós”, fala.

É devido esse aumento da transmissão que há um risco cada vez maior de uma variante surgir com um escape imunológico maior. “Nós temos que usar as vacinas que nós temos para acelerar a vacinação. No entanto, se aparecer alguma variante que tenha um escape maior, talvez a gente comece a entrar em uma situação mais preocupante”, comenta a biomédica.

De acordo com Mellanie, o Rio Grande do Sul teve um leve decréscimo na sua taxa de transmissão, mas não o suficiente para relaxar os cuidados. “O que a gente viu, na verdade, foi uma descida que acabou se estabilizando e revertendo a tendência num patamar alto e o que nos preocupa agora é essa nova aceleração que vai partir de um patamar alto, o que pode fazer que a nossa situação seja bastante complicada”, completa. Desse modo, a pesquisadora concluí que é necessário mais do que nunca aderir às medidas de enfrentamento contra o coronavírus, além da vacinação como grande aliado.

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