Estimados irmãos e irmãs, inicia-se neste domingo a grande semana de nossa fé, quando celebraremos a paixão, morte e ressurreição do Senhor. A origem desta solenidade de ramos remonta o século IV, quando os fiéis de Jerusalém iam em procissão do monte das oliveiras até a cidade de Jerusalém segurando ramos em suas mãos e cantando hinos, lembrando aquilo que foi feito no dia em que o Senhor entrou em Jerusalém montado em um jumento, conforme Marcos 11, 1-10. Em Roma esta festa começa a ser celebrada somente no século IX, acrescentando a bênção dos ramos a uma liturgia bastante antiga já existente, que era a escuta e meditação da paixão do Senhor. Mas por que em Roma (e até hoje no rito latino) escutamos o evangelho da paixão de Jesus no Domingo, se já o escutaremos depois na Sexta-feira santa?
Temos que ter presente a realidade da Igreja nos primeiros séculos. Os primeiros cristãos só se reuniam aos domingos, que no tempo das perseguições chamava-se de “dia do sol”, em honra ao deus sol. Neste dia os cristãos celebravam a Eucaristia, por ser o dia da ressurreição de Jesus. Não havia outro dia de culto, então, os mistérios que compõe tudo o que se celebra nesta semana eram divididos em dois Domingos, ou seja, no Domingo anterior a páscoa celebrava-se a paixão e morte do Senhor, e no Domingo posterior, a ressurreição. Assim era a liturgia na comunidade primitiva. Depois, com o fim das perseguições, a Igreja tendo liberdade de culto e com o tempo, foi-se configurando as celebrações que hoje temos na Quinta, Sexta e Sábado à noite, chamado de Tríduo Pascal.
Por isso, o nome correto desta solenidade é “Domingo de Ramos da Paixão do Senhor”, é a união de duas liturgias, e percebemos bem isto quando participamos da celebração, no início festiva e alegre, com procissões, hinos e ramos, mas quando se entra no templo, reina o silencio que emana da paixão do Senhor. Mas a ligação entre a entrada de Jesus em Jerusalém e sua paixão não é apenas litúrgica, mas também teológica e espiritual, que podemos entender com uma passagem da segunda leitura deste Domingo: “Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou soberanamente […] E toda a língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor” (Fl 2, 6-11).
Jesus é rei e de fato entrou em Jerusalém como tal, mas não um rei segundo a lógica humana, mas um rei da parte de Deus. Ele tem condição divina, mas não se prevalece, se humilha, desde a entrada montado em um jumento até a aniquilação na cruz. Jesus desconstrói a ideia de rei dominadore nos ensina a via da obediência e da humildade, por isso ele é Senhor. E a obediência de Cristo o levou até “a hora”, que é a morte de Cruz. Cristo, assim, fez a vontade do Pai. Não que o Pai se agradasse do sofrimento do Filho, ao contrário, o Pai também sofre a paixão junto do Filho, mas a cruz é momento de nossa remissão. Cristo celebra na cruz a Nova Aliança em remissão de nossos pecados. O Pai aceita o sacrifício de Cristo por causa do amor que tem por nós. A cruz foi por nós e para nós! Cristo foi obediente pelo amor que tem pelo Pai, mas também pelo mundo. Sejamos nós também obedientes a vontade de Deus.
Pe. João Vítor Freitas dos Santos
PROGRAMAÇÃO
26.03.2021–Sexta-feira
18h30 – Via-Sacra e Missa na Catedral*
27.03.2021 – Sábado
15h30 – Missa de Ramos na Comunidade Nª Sra. do Rosário
15h30 – Missa de Ramos na Comunidade Espírito Santo
17h – Missa de Ramos na Catedral*
17h30 – Missa de Ramos na Comunidade Nª Sra. dos Navegantes
17h30 – Missa de Ramos na Comunidade Nª Sra. Aparecida
19h – Missa de Ramos na Comunidade Santo Alberto Magno
19h – Missa de Ramos na Comunidade Imaculado Coração de Maria
19h – Missa de Ramos na Comunidade São José do Maratá
28.03.2021 – Domingo
7h- Missa de Ramos na Catedral
8h30 – Missa de Ramos na Comunidade Bom Pastor
8h30 – Missa de Ramos na Comunidade Santos Reis
9h- Missa de Ramos na Catedral **
10h – Missa de Ramos na Comunidade Nª Sra. das Graças
10h – Missa de Ramos na Comunidade Nª Sra. do Perpetuo Socorro
18h- Missa de Ramos na Catedral
18h – Missa de Ramos na Comunidade Santo Antônio
29.03.2021–Segunda-feira
20h – Terço interativo na Comunidade Nª Sra. das Graças**
30.03.2021– Terça-feira
18h30 – Missa na Catedral com benção da saúde*
18h30 – Confissões na Catedral;
31.03.2021– Quarta-feira
18h30 – Missa na Catedral *
1.04.2021– Quinta-feira
19h – Missa na Catedral*
*com transmissão ao vivo via Facebook da paróquia;
** transmissão pela rádio América Am 1270 e Youtube – Catedral São João Batista – Montenegro/RS).
LEMBRETES:
As missas são presenciais com capacidade reduzida (30 pessoas OU 10% da capacidade de lotação da Igreja). Importante agendar na secretaria paroquial para missas da catedral e com as coordenações das comunidades para as missas das comunidades;
Manter o distanciamento na igreja;
Estar durante a missa com Máscara;
Higienizar as mãos na entrada com álcool gel.
