Simplicidade

Chega um momento da vida que por curiosidade, dor ou amor, buscamos respostas para um melhor entendimento da vida aqui na Terra. Muitas vezes, parece, não encontrarmos saída, fraquejamos e nos entregamos ao desânimo e à dor. Outras vezes, uma mão amiga nos é estendida, e, através dela nos reanimamos e seguimos à procura de explicações. Então, pipocamos de religião para religião até encontrarmos uma que nos dê o aconchego e as respostas de que tanto necessitamos para seguirmos a vida terrena com paz no coração, o consolo e a compreensão da razão maior de aqui estarmos.

De tudo isso, compreendemos que necessitamos buscar dentro de nós, no fundo da alma, o autoconhecimento, quem somos de verdade, o que queremos no planeta Terra, como proceder na vida diária para sermos relativamente felizes e termos a serenidade em nós. Uma tarefa muito difícil, mas jamais impossível. Além de alimentar o corpo físico é necessário alimentar o espírito para trilharmos nesta vida com a tranquilidade tão almejada.

Às vezes nos encontramos tão perturbados que não conseguimos ouvir, sentir e ver as pessoas que nos rodeiam, irmãos que, certamente, não estão ali por simples acaso. Alguns despertam em nós sentimentos contrários ao amor. E se tal acontece é um alerta pra interiormente refletirmos e descobrirmos quem realmente somos; outros despertam compreensão, perseverança e até perdão. Todos são, por Deus, enviados para que tenhamos oportunidades de crescimento moral e espiritual.

E foi nele que descobrimos a simplicidade. Aparentemente rude, acostumado a vida campeira, construiu sua vida com muito trabalho. Amava crianças, mas não foi abençoado com a graça de ser pai. No entanto, rodeado de sobrinhos era amado e respeitado e, durante os 96 anos vividos, jamais sofreu por solidão. Viveu no bem e na prática do mesmo. Viajou? Algumas vezes, mas era no seu rancho que se sentia feliz. E lá recebia a todos com respeito, amor e caridade. Tirava de si e confortava de alguma forma quem necessitava. Sofreu críticas? Muitas, mas nenhuma o abalava uma vez que tinha a consciência de estar fazendo o correto. Confiava em Deus e seguia na sua fé, os ensinamentos de Jesus. Na simplicidade do seu viver.

Materialmente, muito perdeu. Justamente por confiar em quem o rodeava. No entanto, nunca vacilou, dizendo uma palavra amarga sobre alguém. Certa ocasião, diante de uma dessas perdas, o ouvimos dizer: “Ele precisa mais do que eu!” No dizer, o perdão, a fé e o amor que trazia em seu espírito. E como diz a resposta 673 de O Livro dos Espíritos: “Deus abençoa sempre os que fazem o bem. O melhor meio de honrá-Lo, consiste em minorar o sofrimento dos pobres e dos aflitos”. Foi o legado que ele, na simplicidade de ser, nos deixou.

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