A ausência de um representante do Vale do Caí na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul há muitos anos é uma questão que merece reflexão e ação por parte das lideranças políticas da região. Com Montenegro sendo o maior município em termos de população e número de eleitores, somando 48.601 votantes, e os demais 19 municípios da região contribuindo com 121.714 eleitores, totalizando 170.315 evidencia um potencial significativo para eleger um deputado estadual comprometido com as demandas locais e regionais.
A fragmentação dos votos entre diversos candidatos da região e a escolha por candidatos de outras áreas têm sido fatores determinantes para a falta de uma representatividade comprometida com o Vale do Caí no cenário estadual. Essa dispersão de votos não apenas enfraquece a possibilidade de eleger um representante local, mas também perpetua uma situação em que as necessidades específicas da região são sub-representadas ou mesmo ignoradas nas discussões e decisões políticas em Porto Alegre.
A ausência de um deputado estadual do Vale do Caí traz prejuízos tangíveis para os municípios da região. Sem uma voz ativa na Assembleia Legislativa, questões cruciais como infraestrutura, saúde, educação e desenvolvimento econômico podem não receber a atenção e os recursos necessários. Projetos importantes podem ser adiados ou negligenciados, enquanto outras regiões, com representação mais forte, avançam em suas agendas.
Para reverter esse cenário, é imperativo que os eleitores do Vale do Caí reconheçam a importância de uma representação unificada. A escolha de um candidato que verdadeiramente represente os interesses da região pode trazer benefícios significativos, como a defesa de políticas públicas que atendam às necessidades locais e a atração de investimentos que impulsionem o desenvolvimento regional.
Além disso, é essencial que os líderes comunitários, partidos políticos e a sociedade civil trabalhem juntos para conscientizar os eleitores sobre a importância de uma escolha estratégica nas urnas. A união em torno de um candidato forte e comprometido pode ser a chave para garantir que o Vale do Caí finalmente tenha a representação que merece e necessita.
Esta definição de quem tem condições de representar a região deve ser tomada urgentemente. Prefeitos e vereadores assumem novo mandato em 1º de janeiro de 2025 e novas parcerias com deputados, ou candidatos, já estão sendo articuladas.
Em suma, a eleição de um deputado estadual do Vale do Caí não é apenas uma questão de orgulho regional, mas uma necessidade prática para garantir que as vozes e as demandas dos cidadãos sejam ouvidas e atendidas. É hora de transformar o potencial eleitoral da região em uma força política real e eficaz.
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Momento de decisões importantes
Antes das eleições municipais ouvia-se muito que o prefeito Gustavo Zanatta iria alçar novos vôos em sua trajetória política, referindo-se a uma futura candidatura a deputado estadual.
A dobradinha com o deputado federal Carlos Gomes já teria sido discutida por ocasião da entrada de Zanatta no Republicanos. Contados os votos e veio a confirmação da avassaladora conquista da dupla Zanatta/Braatz. Agora é a hora de decisões.
Após a vitória nas urnas, ao ser questionado, o prefeito reeleito Gustavo Zanatta não escondeu a possibilidade de concorrer a deputado estadual. Mas não disse em que momento.
Algumas pessoas próximas ao prefeito não estão convictas de que Zanatta está disposto a concorrer a deputado estadual em 2026, o que o obrigaria a renunciar dois anos antes do fim de seu mandato. Além disto, tem o próprio desgaste que a carreira política provoca na vida da família.
A decisão é pessoal. E já deve estar sendo fruto de muitas reflexões por parte do prefeito. Por outro lado, com a decisão de Cristiano Braatz assumir de forma oficial e em caráter irrevogável de que não concorre à sucessão de Zanatta, como seria natural, abre-se uma nova possibilidade. Se Zanatta optar por não concorrer em 2026, Braatz está pronto para este desafio. Apoiadores de Zanatta/Braatz avaliam que o momento é agora de embalar uma candidatura a deputado. Braatz, ao ser questionado, não hesita em afirmar que a preferência é de Zanatta. Decisões difíceis fazem parte da vida pessoal e política .
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Legenda ou candidato?
Até os últimos dias que antecederam o prazo para filiações e o fechamento da janela partidária, em abril deste ano, muito se discutia qual a melhor legenda para um candidato a vereador.
Dois fatores são fundamentais para um vereador ser eleito, considerando que a escolha da sigla não seja por questões de alinhamento ideológico. O partido precisa ter um puxador de votos e uma nominata capaz de somar uma legenda forte.
Giovani Bender, em 2020, concorreu pelo MDB e fez 536 votos. Nesta eleição concorrendo pelo PDT, aumentou sua votação em 49,8% chegando a ser o nono vereador mais votado com 803 votos. Mas não foi eleito novamente, ficando na suplência.
O PDT teve uma puxadora de votos, a candidata Clau, segunda mais votada, que fez 1.694 votos, mas a legenda como um todo não teve votação suficiente para a segunda cadeira. Além de não ter completado as 11 vagas possíveis. Os 10 candidatos juntos somaram 4.116 votos.
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Efeito Talis Ferreira
O partido Progressista elegeu em 2020 três vereadores, conquistando a maior bancada. Neste ano, Ari Muller não concorreu à reeleição, Talis Ferreira foi para o PODEMOS e Gustavo Oliveira foi reeleito.
Na próxima legislatura, o PP terá somente dois vereadores. Oliveira, o terceiro mais votado, fez 1.196, e Josi Paz que entrou no cálculo das sobras, com 674 votos. A matemática é simples. O PP perdeu um puxador de votos e não conseguiu repor estes votos com a sua nominata de vereadores.
A votação de Talis foi o fiel da balança desta mudança de maior bancada. Agora é o PODEMOS que detém a maior representação no Legislativo.
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Participação no governo
No momento, os analistas políticos de plantão debatem como será a participação do Progressistas no governo Zanatta. Quando o PP entrou para a base do governo, recebeu duas secretarias, em função da sua densidade eleitoral.
O cenário para 2025 é outro e o PODEMOS está no topo do pódio. O MDB também aumentou sua força política: tinha apenas um vereador eleito e agora tem duas novas lideranças. Tiago Maratá, com 1.047 votos, conquistou a quarta maior votação; e Rivi Bühler, que registrou 933 votos, ambos concorrendo pela primeira vez.
Dos cinco partidos da base atual, quatro deles estão na Câmara de Vereadores. Agora começa o jogo de forças. Muito mais importante do que cada partido terá direito a indicações para secretarias e diretorias, é avaliar a eficácia de quem está ocupando os cargos em comissão.
Quando se fala em avaliar diz respeito aos objetivos propostos, se foram cumpridos, ou seja, está diretamente relacionado ao resultado. Sabe-se que, em algumas áreas da administração, existem gaps relevantes entre a expectativa do contribuinte e o desempenho do setor.
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Novo impeachment?
Quatro partidos pediram a abertura de processo de cassação do Vereador Paulo Azeredo por quebra de decoro parlamentar.
É possível que até mesmo o servidor, que é a vítima no processo a ser conduzido pela comissão, se pudesse responder, sem constrangimentos, optaria por um bom e velho pedido público de desculpas.
Afinal o que vai agregar para a cidade e para o bem coletivo tanta perda de tempo e energia que serão dedicados neste processo, restando 77 dias para concluir a esta legislatura?
Parece revanchismo. Afinal, Azeredo atirou para todos os lados durante os quase quatro anos da legislatura.