A comunidade de Costa da Serra deu exemplo de organização. Se reuniu, em peso, para um encontro com o prefeito Gustavo Zanatta, o vice Cristiano Braatz, secretários e vereadores na semana passada para debater e apresentar necessidades importantes do seu dia a dia. Dentre elas, a da implantação de um posto de saúde, a construção de uma pracinha, a distribuição de água potável e o acesso a uma rede de telefonia de qualidade. O pavilhão ficou lotado com quase duzentos moradores que, juntos, deixaram clara a força das demandas apresentadas. “Vocês não serão esquecidos por nós”, escreveu Cristiano Braatz em uma rede social após deixar o encontro.
O momento faz pensar sobre uma tecla que ele e Zanatta vem batendo bastante: a necessidade de uma sociedade organizada, que participe da gestão da cidade apresentando suas demandas e – talvez a parte mais difícil – também fazendo a sua parte para atendê-las. Começa por reunir as forças das comunidades, como ocorreu em Costa da Serra; e dali, formar lideranças que façam a diferença e também sejam ponte entre os cidadãos e o poder público. Segundo o prefeito, são vários os bairros e localidades montenegrinos que não têm lideranças comunitárias e associações legalizadas e atuantes. É o que eles vêm tentando mudar.
A causa dessa falta de mobilização, é claro, não é nenhum grande mistério. Está exemplificada em alguns comentários que o presidente da Câmara, Talis Ferreira (PP), recebeu ao divulgar sua participação na atividade no interior. Houve elogios, mas, em meio a eles, manifestações como: “só papo furado”; ou, “faz vinte anos que saí da localidade e foram feitas várias reuniões sobre o mesmo assunto”, como escreveu outro internauta. Bom de papo, Talis replicou as mensagens dizendo que “nunca desiste”. Mas dá pra entender bem o que os críticos quiseram dizer.
Não é que Zanatta, Braatz e o vereador tenham feito discursos da boca pra fora para os moradores de Costa da Serra. Mas é compreensível que, num mar de promessas não cumpridas no passado, as pessoas estejam saturadas de “participar”. Cansa pagar imposto e nem sempre ter retorno; cansam os vários escândalos políticos; cansa ver quem não segue as leis saindo impune, enquanto quem faz tudo certo é prejudicado.
Pros governantes, o desafio de ter uma sociedade organizada – que assuma o protagonismo e participe da tomada da decisão – passa por um resgate: ir ao encontro dos anseios das pessoas, oferecer soluções efetivas e, assim, fomentar que essa organização se (re)crie. Só assim, pras pessoas voltarem a acreditar na Política e em Montenegro.
Costa da Serra – que para além da reunião, já buscou outras lideranças políticas e até recebeu promessas de emendas pra melhorar a sua realidade – deu importantes primeiros passos. Foi um exemplo pra todas as comunidades. Os próximos passos, agora, estarão na entrega dos resultados por parte do poder público. Que seja uma etapa exemplar, também!
Planos para o futuro
Uma publicação na rede social mostra três casais amigos, saboreando um encontro agradável de Verão. Situação banal para a maioria das pessoas. Nem tanto se tratando das personalidades na foto: Miguel Rossetto, Heitor Lermen, Carlos Batista da Silveira e as respectivas esposas. “Boa companhia, bom papo, muitas risadas, e é claro que não podia faltar uma análise de conjuntura e planos para o futuro.” Bastou esta mensagem na publicação para provocar um verdadeiro “fuxico político”. Quais seriam os planos pro futuro? Para esta eleição ou para as próximas eleições municipais? Já são muitas ilações e trocas de mensagens para tentar desvendar esses “planos”.
Ainda, a decoração natalina
Nossos leitores e contribuintes ainda perguntam sobre o pagamento da decoração natalina de Montenegro. O contrato expirou no dia 10 de janeiro e o prazo para a Prefeitura efetuar o pagamento é de 30 dias. Como todos viram – e o governo confirmou à coluna – diversos itens não foram executados conforme o contrato. Outros, acabaram sendo feitos depois do prazo, conforme relatório do diretor de Turismo, Jaime Büttenbender. Ele assegura que tudo será feito de modo a preservar os recursos públicos já que a decoração ficou muito aquém daquilo que estava previsto e do que os montenegrinos merecem. “Nós registramos todas as inconformidades e a empresa deverá responder por isso”, garantiu. Com o fim do prazo, em 10 de fevereiro, voltamos ao assunto.
No ar
“Assunto estratégico e de grande impacto para Montenegro”. Sem dar mais detalhes, assim que o vice-prefeito Cristiano Braatz definiu a reunião que ele e o prefeito Zanatta tiveram com o secretário-chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Artur Lemos Júnior, na última semana. O encontro foi intermediado pelo presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Gabriel Souza (MDB). Seria alguma novidade sobre as travessias da 287?
Descuidado
Ao comentar o êxito de Montenegro ter sido contemplado para a instalação de uma praça inclusiva no Parque Centenário, o presidente do Sindicomerciários, Valdenir Silva, tocou num ponto chave. “Projeto é lindo, porém o pós projeto, a manutenção e a conservação, não são bons. Basta olharmos os bancos e canteiros da Ramiro Barcelos e o Cais do Porto”, escreveu numa rede social. Infelizmente, o líder sindical tem razão. Manter o patrimônio em boas condições, porém, não é só responsabilidade do poder público. É de todos nós!
Representante do Vale?!
Vereador Talis Ferreira (PP) vem pavimentando um caminho bem audacioso para consolidar sua candidatura a deputado estadual como representante do Vale do Caí. O primeiro obstáculo parece estar vencido. Existe um acordo entre lideranças de que não será lançado mais nenhum candidato do Progressistas da região. O segundo, agora, é convencer que o Vale do Caí precisa ter um representante com vínculo e compromissos com a região. As lideranças se queixam da atenção recebida no passado de quem os representou. Por outro lado, os Progressistas têm muitos simpatizantes por estas bandas.
Irregularidades na concessão
O prefeito de Capela de Santana, Alfredo Machado, ainda não deu retorno às solicitações do Ibiá para que divulgasse quais são as supostas irregularidades que encontrou no programa de concessões de rodovias do Governo Leite. É o que culminará na instalação de um pedágio em seu Município e, na região, também em São Sebastião do Caí. Machado entregou suas denúncias ao Tribunal de Contas do Estado, que informou à coluna que ainda não pode divulgar informações sobre o processo, que recém começou a andar e está em análise. Ano passado, o mesmo tribunal já abriu um outro processo a respeito do mesmo tema e, desde então, vem acompanhando as tratativas de perto. Mas levando em conta que o edital foi publicado neste meio tempo pelo Governo do Estado, parece que, até aqui, nenhuma irregularidade, de fato, foi verificada.