Uma assinatura que pode levar a “voos mais altos”

O evento de filiação do prefeito Gustavo Zanatta ao Republicanos mais parecia um ato de lançamento oficial da sua candidatura a reeleição. Com o salão principal do Clube do Comércio lotado, apoiadores e simpatizantes do prefeito foram simbolicamente abonar o seu ingresso na sigla do Senador Hamilton Mourão, estrela maior da direita no Estado.

Em nível local, a grande liderança dos Republicanos, o ex-prefeito Percival de Oliveira, que em duas eleições municipais foi adversário de Zanatta na disputa pelo Executivo, neste pleito também ocupará o mesmo palanque. E assim várias outras lideranças políticas que estiveram enfrentando Zanatta, agora aplaudem seu governo e seu ingresso no Republicanos.

Zanatta vestiu a camisa 10 e já incorporou em seu discurso um tom mais conservador e religioso, proferindo uma conhecida expressão: “Deus não escolhe os capacitados e sim capacita os escolhidos”. Adotando um tom mais humilde e conectado com o eleitorado evangélico.

Afinal a nova e a velha política estão juntas novamente. A política é fascinante, quando trata-se de transformar adversários políticos de ontem em aliados de hoje. Agora, os guris vão dar espaço a uma nova roupagem.

O que mais se destaca deste ato político é a força que pode emergir das urnas em 6 de outubro. Talvez por isso a dificuldade da oposição em apontar nomes para concorrer a Prefeitura.

Os buxixos que escutamos é que tudo está sendo preparado para uma candidatura de Zanata a deputado estadual ou federal em 2026. Por isso, a escolha do Republicanos e, mais do que vencer as eleições, fazer uma vantagem expressiva.

A manifestação do Senador Mourão, “eu vejo no Zanata uma liderança jovem com experiência e que pode dentro do Republicanos começar uma outra caminhada que pode levá-lo a voos cada vez mais altos”, corrobora as especulações. A declaração chegou a ser interpretada por alguns que estes vôos maiores poderiam estar relacionados ao governo do estado.

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Segue a saga
A oposição está aguardando um parecer jurídico crucial sobre a decisão de Paulo Azeredo concorrer ou não a majoritária. O assunto está relacionado ao impeachment que enfrentou enquanto ocupava o cargo de prefeito em 2015. Com uma trajetória política marcada por cinco mandatos como deputado estadual, Azeredo manifesta claramente sua intenção de concorrer novamente à Prefeitura. No entanto, paira a dúvida sobre o início dos oito anos de inelegibilidade: se a contagem se inicia a partir do afastamento da Prefeitura ou após o término do mandato cassado. Se for adotada a segunda data, ele estaria excluído da disputa. Vale ressaltar que Azeredo já teve votos para deputado anulados devido a essa questão. Mesmo assim, em 2020, ele se candidatou e foi eleito como o vereador mais votado. Tudo isso evidencia uma questão de interpretação jurídica, onde se aplica o ditado popular: “cada cabeça, uma sentença”.

Peças se movem no tabuleiro
A secretária Municipal de Desenvolvimento Social, Cidadania e Habitação, Josi Paz, marcou presença na última capacitação para pré-candidatos do Progressistas, sugerindo fortemente que seu ingresso no partido estava próximo. No entanto, embora sua presença tenha sido interpretada como um sinal claro nessa direção, ela ainda não formalizou sua filiação. Ao ser questionada sobre o assunto, a presidente do PP, Dani Boos, fez uma analogia: “estamos noivos”. Por outro lado, Josi expressou sua indecisão: “esta semana vou definir”.

A decisão de Josi Paz ficou balançada após receber um convite do staff do Senador Mourão na última sexta-feira. O que parecia certo, agora não está tão claro. Já o vereador Juarez da Silva, que se elegeu pelo PTB, assinou com o Republicanos na última sexta, aproveitando o embalo do evento de filiação do prefeito.

Josi Paz, após participar de capacitação no PP, pode optar pelo partido do prefeito Gustavo Zanatta

Talis busca reeleição
O vereador Talis Ferreira anunciou sua decisão de não concorrer à Prefeitura. Ele explicou: “Essa não era minha vontade pessoal, mas sim de outros que entraram em contato comigo”. Em vez disso, buscará um terceiro mandato como vereador, mas está aberto a mudar de partido, considerando os convites que recebeu de diversas legendas, tanto de oposição quanto de situação.

Nos bastidores do Progressistas, há a percepção de que o vereador não alcançará, em outro partido, nem de perto os recursos do Fundo Eleitoral que lhe foram garantidos. Ainda há dezessete dias de janela partidária aberta, e a decisão a ser tomada levará em conta o futuro político, com o olhar voltado para as eleições de 2028. Atualmente, os progressistas estão alinhados em promover outro candidato para disputar o cargo executivo municipal em 28.

PSB será oposição?
Após a confirmação da saída de Sérgio Souza para o MDB e com Josi Paz e Estevão Carpes prontos para se filiarem a outras legendas, o PSB pode estar se desvinculando da coalizão situacionista. O presidente dos socialistas, João Heitor da Cruz, expressa insatisfação pelo esvaziamento do partido e manifesta incerteza em relação ao seu futuro. Ele ressalta que “o Republicanos só aceita partidos da direita (bolsonaristas)”, citando declaração recente do Senador Mourão. Apesar de contar com Geraldo Alckmin, vice de Lula no governo federal, o PSB se vê em uma posição desafiadora, considerando que outros partidos que integram ou ocupam cargos no governo Lula estão apoiando Zanatta, como MDB, PP e até mesmo o Republicanos. No entanto, João Heitor assegura que o PSB terá membros qualificados para dar continuidade às atividades do partido em Montenegro.

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