Última eleição com dois candidatos foi na ditadura

A grande novidade desta eleição é o fato de termos apenas duas candidaturas à Prefeitura de Montenegro. Isso aconteceu pela última vez no século passado, mais precisamente há 52 anos.

Na época, no Brasil vigorava o sistema bipartidário, instituído pela ditadura militar, quando havia apenas a Aliança Renovadora Nacional (Arena) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Em 1972 disputaram a chefia do Executivo pela Arena Roberto Atayde Cardona, tendo como vice José Edvino Weber, e pelo MDB, Armin Adolfo Heldt, tendo como vice Almiro Ignácio Mombach.

Cardona foi o eleito com 11.678 votos, contra 5.145 votos creditados a Heldt. O candidato da Arena fez mais que o dobro de votos do candidato do MDB.

Nas eleições de 1976, ainda vigorando o bipartidarismo, a cidade teve cinco candidaturas a prefeito: duas chapas pela Arena e três pelo MDB.

No final de 1979, foi aprovada no Congresso Nacional e sancionada pelo Governo Federal uma nova Lei Orgânica dos Partidos Políticos, que derrubou o bipartidarismo.

Nas próximas eleições municipais, 1982, em Montenegro PDS, PMDB, PDT e PT lançaram candidatos. E assim ocorreu sucessivamente: 88 foram quatro candidaturas, 1992 quatro, 1996 três, 2000 cinco, 2004 três, 2008 quatro, 2012 cinco, 2016 seis e no último pleito, em 2020, cinco candidatos concorreram a prefeito.

Atualmente, em Montenegro, 14 partidos estão em situação regular para concorrer nestas eleições. Cinco deles nem mesmo candidatos a vereança vão lançar. A pergunta que não quer calar: para que ou por que tantas siglas partidárias?
Para a majoritária, qual seria a razão de ter apenas duas opções de candidatos? Certamente, encontraremos argumentos para vários pontos de vista. Uma das principais talvez seja a carência de novas lideranças, ou de novos líderes que não se furtem a correr riscos, especialmente de perder uma eleição, de enfrentar todas as agruras de uma campanha eleitoral, em tempos em que o coletivo é o que menos conta.

Com certeza será uma eleição dura e direta, sem atalhos. Vencerá quem passar mais confiança ao eleitor, com relação ao discurso e aos compromissos que assumirem. Logo ali saberemos se esta eleição terá algum ponto em comum com a de 52 anos atrás.

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NA REGIÃO 5 CANDIDATURAS ÚNICAS
No Vale do Caí, cinco municípios terão candidatura única para prefeito. Alto Feliz, Feliz, Harmonia, São Pedro da Serra e Tupandi.

O município que mais surpreende é Feliz, onde as eleições, historicamente, sempre foram muito disputadas. Parece que o atual prefeito Junior Freiberger e seu vice, Jairo Nienow, apaziguaram um pouco as ferrenhas eleições.

Harmonia repete a eleição de 2020 e confirma candidatura única à reeleição do atual prefeito, Ernani Forneck, mudando apenas o candidato a vice. O ex-secretário municipal e ex-vereador Antonio Kunzler agora faz parte da chapa.

Em Alto Feliz, o prefeito Robes Schneider vai a reeleição, também sem concorrente.
Tupandi registra um cenário um pouco diferente, uma vez que o atual prefeito, Bruno Junges, que foi eleito vice e assumiu após o falecimento do prefeito Hilário Junges, não concorre à reeleição. A candidatura única virá da oposição que lançou Paulinho Ludwig que perdera a eleição em 2020 para Hilário por apenas 12 votos. Ele terá como vice o ex-prefeito Hélio Müller.

Em São Pedro da Serra, o atual vice Luizinho, Luiz Augusto Hartmann, será o candidato único.

Em cidades pequenas, com número de eleitores abaixo de 3.000, é mais fácil acontecer candidaturas únicas. Evitam desavenças que só dividem as comunidades, trazendo disputas que nada agregam no desenvolvimento do Municípío. É preciso reconhecer, no entanto, que juntar forças no momento político polarizado que vivemos não é nada fácil.

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PT LIBERA FILIADOS
Depois de várias reuniões, o Partido dos Trabalhadores decidiu não participar da Coligação que terá como candidatos à majoritária Paulo Azeredo e Dirce Dewes. Também não vai manifestar apoio à mesma.

Segundo o presidente do PT, João Kniest, o partido deve fazer nos próximos dias uma carta aberta à comunidade montenegrina, liberando filiados e militância para votarem de acordo com suas convicções.

O líder partidário destacou que é o momento de centralizar forças para eleger ao menos um vereador ou até dois, se possível. E continuar trabalhando num projeto para Montenegro no futuro.

A última vez que o PT elegeu um vereador foi para a legislatura de 2013 a 2016, quando Marcos Roberto Gehlen foi o terceiro mais votado, com 1.119 votos. Na eleição seguinte, Tuco, como é mais conhecido na cidade, não conseguiu reeleição e posteriormente deixou o PT.

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FOTO ILUSTRATIVA
Na semana passada, circulou nas redes sociais uma foto de uma reunião realizada na noite de 6 de agosto, com lideranças de partidos de oposição que discutiam a adesão ao bloco de oposição ao Governo Zanatta. A partir da imagem, com data e hora, com a participação do PT, PC do B, PDT, União Brasil, Cidadania e PSDB parecia que o bloco estava consolidado.

Para João Kniest, a foto não comprometeu o PT, pois tratou-se do registro de uma entre tantas reuniões realizadas e que as decisões do partido são tomadas coletivamente.

Uma entre tantas reuniões para formatar o bloco de oposição

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PDT APOIA
Na quarta-feira, 7 de agosto, o PDT decidiu pelo apoio à candidatura de Azeredo e Dirce, mas não irá coligar. “Por razões internas do partido, foi tomada uma decisão democrática, respeitando todos os membros da Executiva pedetista,” declarou o seu presidente Luis Eduardo Conceição. Em votação aberta, todos tiveram oportunidade de colocar suas opiniões.

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DESMENTIDO
A presidente do PRD, Partido Renovação Democrática, Ana Maria Antunes, depois do presidente do União Brasil, Adairto Chacall, em uma live, dar a notícia da mudança na decisão da Convenção, divulgou em suas redes sociais uma nota sobre o ocorrido.

Seria uma chapa inédita formada só por mulheres

A manifestação desmente a declaração de Chacall: “O PRD e eu, como presidente do partido, não estamos juntos na Coligação União Brasil da pré-candidata Dirce Dewes e do Sr. Paulo Azeredo. Havia uma coligação entre PRD e União Brasil, a qual foi desfeita pelo UB logo depois, bem à moda do que se vê na política atual. Uma quebra de palavra, compromisso e respeito.”

A nota afirma ainda que o “PRD não compactua com esta forma de fazer política”. E também desautorizou o uso do seu nome e do PRD.

De fato, Ana Maria Antunes foi a vítima desta eleição: foi para casa como candidata a vice-prefeita e depois percebeu que tudo não passou de um jogo político.

 

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