Solidariedade: a comunidade fazendo a sua parte

As marcas das chuvas intensas e ventos fortes estão presentes em todos os cantos da cidade. Felizmente, em Montenegro as perdas foram materiais, ao contrário de outras cidades, como em Bom Princípio, na nossa região, em que uma vida foi perdida.
O cenário destes últimos dias, além do rastro de destruição e perda de patrimônio, também trouxe uma enxurrada de solidariedade.

Muitos cidadãos anônimos foram até o ginásio do bairro Cinco de Maio para levar roupas e mantimentos. Atendendo uma necessidade imediata das famílias que ficaram desabrigadas. O próximo passo é tentar restabelecer a vida destas famílias, que perderam todos os móveis de dentro de casa. Aí o esforço precisa ser maior, porque o custo de móveis e utensílios exige mais recursos. Hoje, a Prefeitura começa a coletar doações de móveis e roupas de cama para destinar a estas famílias. Ligue para (51) 996 545 346 e avise o que tiver para doar e as equipes da Prefeitura vão buscar a doação. O contato deve ser feito no horário das 8 às 12 e das 13h30 às 17h.

O prefeito Gustavo Zanatta, nas redes sociais, convoca os montenegrinos para uma corrente do bem. Nesta corrente do bem, que já começou, tivemos muito exemplos de pessoas que saíram da sua zona de conforto para ajudar o próximo. Um deles é o empresário Emílio Nietiedt, da loja Emílio Móveis, que pegou seu barco de pesca e foi resgatar pessoas que estavam isoladas e ameaçadas pelas águas da enchente.

O que fica de positivo e que precisa ser registrado é que ainda existe muita gente sensível e com empatia. Isso ainda nos faz acreditar na humanidade. Citando o Emílio, homenageamos e reconhecemos todos os nossos heróis anônimos.

Lições da enchente I
O Coordenador da Defesa Cívil, Carlos Ferrão, acabou protagonizando o maior fiasco deste episódio. Ao fazer previsão da dimensão do evento climático, cunhou duas frases que marcaram e resultaram em memes e fortes críticas nas redes sociais.
“Uma lâmina d’água” ou “uma mijada de gato”. Qualquer uma delas foi de uma infelicidade total, quando trata-se de uma possível enchente. Errar uma previsão por si só já é catastrófico porque isso impacta a vida das pessoas. Da mesma forma, acontece quando um médico erra um diagnóstico.

A história vai lembrar da previsão da “lâmina d’água” ou da “mijada de gato”, esquecendo de todo o trabalho já realizado por ele na Brigada Militar e à frente da Defesa Cívil, quando enfrentou muitas madrugadas de frio e chuva para socorrer a população.

Lições da enchente II
Não podemos esquecer que parte da cidade é banhada por um rio e a ocorrência de cheias fazem parte da nossa história. Precisamos estar melhor preparados estrategicamente, até porque nos últimos anos o que mais ouvimos falar é a “enchente foi diferente este ano”.

As empresas costumam fazer benchmarking para buscar melhores práticas. São Sebastião do Caí e Bom Princípio, parecem ter as melhores práticas no que tange ao monitoramento das enchentes. Lá os processos estão em outro patamar. Caí, inclusive, emite boletins a cada hora, quando existe eminência de enchente. E também acompanha a evolução das chuvas nas nascentes do rio.

Difícil de entender
O que chamou mais à atenção é que entre 7h e 9h da manhã de sexta-feira, quando o Coordenador dava entrevistas as rádios locais, tranquilizando e minimizando sobre a extensão das cheias, nossa reportagem percorria Pareci Novo e São Sebastião do Caí, onde já faziam alertas à população para uma grande enchente.

Quem estava acompanhando o noticiário estadual também se surpreendeu, pois a previsão quanto à situação do rio Caí, que tem sua nascente em Caxias do Sul, região que choveu muito mais do que em Montenegro, era de uma grande enchente.
Fica a mancha na história de um soldado de grandes serviços prestados à população montenegrina e gaúcha.

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Kiko e não Kiki
Na semana passada, a coluna, por um erro de digitação, errou o nome do prefeito de Portão. Kiko Hoff foi quem asfaltou o desvio do pedágio e sobre o seu feito está tudo correto.

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Felipe Kinn

O quarteto
Quatro vereadores se reuniram para apresentar seis Projetos de Lei, que estão na CGP, Comissão Geral de Pareceres, para análise. O quarteto é formado por Felipe Kinn (MDB), Talis Ferreira (PP), Juarez Vieira da Silva (PTB) e Gustavo Oliveira (PP).
Dos seis projetos, quatro tratam de temas que impactam diretamente no cotidiano das pessoas. Na contramão, dois deles abordam temas, que, certamente, não serão vistos como relevantes para a população e podem gerar críticas.

 

 

Juarez Vieira

Prevenção e Prioridade
Um dos PLs pretende garantir prioridade no atendimento de pessoas em tratamento de câncer e hemodiálise e também para usuários de colostomia. A prioridade será válida durante o tratamento e extensiva a filas de bancos e lotéricas, serviços públicos e transporte coletivo. Outro PL trata da criação da Semana Municipal de Saúde Mental, visando a conscientização da importância da saúde, tema extremamente atual e importante.
A proibição de canis clandestinos e regras para o funcionamento dos canis registrados, garantindo a proteção e o bem-estar dos animais, também está contemplada em um dos PLs.

Talis Ferreira

“Chega mais vovô”
Já o PL 019/23 é direcionado para o público acima de 60 anos. E visa estimular o uso de táxis. O artigo 4.º estabelece que o taxista, devidamente cadastrado, deverá oferecer desconto especial e, em contrapartida, receberá do Município, conforme o artigo 5º “um desconto, em percentual a ser estipulado por decreto municipal, anual ou mensalmente, conforme estabelece o Código Tributário Municipal”. Mas não informa desconto em quê.
A matéria é interessante e inovadora. É claro que, se aprovada, terá que ser muito divulgada entre o público usuário, para que de fato possa surtir efeitos positivos.

Gustavo Oliveira

Matéria dispensável? Sim ou não?
A criação de um Programa de Inclusão Política e Semana Municipal de Estudos da Constituição Federal de 1988 constam em mais dois PLs, de iniciativa destes vereadores.

No mundo ideal, é oportuna a preocupação dos legisladores com a formação política de novos agentes, quem sabe novas lideranças. Mas no cotidiano do cidadão que não tem casa própria, onde falta saneamento, fila para cirurgias e tratamentos especializados, entre tantas outras carências, despender tempo e energia neste assunto é questionável.

Parece mais abstrato ainda promover uma semana de Estudos sobre a Constituição Federal. A sugestão veio dos alunos do Curso de Direito da Unisc. Mas caberia, por vocação e capacidade, à própria Universidade promover esta ação; e não ao Município.
E esta reflexão é pertinente justamente pela imensidão de demandas que o Poder Público Municipal tem para resolver, tanto no âmbito do Legislativo quanto do Executivo.

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Sapo enterrado
Até parece que tem um sapo enterrado no Parque Centenário, Primeiro foi a comemoração dos 150 anos da cidade, que inciou com muita chuva. No segundo fim de semana melhorou o tempo, mas não foi aquela Brastemp.
Agora, a festa de São João do Montenegro, acontecendo em meio a uma grande enchente. Tomara que no próximo final de semana o sol brilhe e que o astral da cidade esteja um pouco melhor.

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