Recursos federais precisam ser de grande monta e urgência

Dia 4 de setembro ficará na memória de todos nós. Este espaço não tem a pretensão de trazer registros e números desta tragédia que assolou o Vale do Taquari, de forma mais intensa nas cidades de Muçum, Roca Sales, Encantado, Lajeado e Estrela, pela ordem de impacto.

A mídia nacional, estadual e da região, veiculou imagens e relatos que fazem o mais insensível dos mortais cair em lágrimas. A velocidade com que as águas ceifaram vidas e impactaram o futuro de inúmeras famílias e comunidades foi assustadora.
E agora? Ficam as perguntas e as lições que devem ser apreendidas por todos nós e especialmente por nossos governantes. A natureza, a sua maneira, cobra de nós o estilo de vida da sociedade moderna contemporânea.
Os governos precisam investir mais em saneamento, meio ambiente e defesa civil. Tivemos aqui nosso pequeno evento climático em junho, se comparado ao ocorrido no Vale do Taquari, e percebemos que muitas coisas poderiam ter sido diferentes.
Talvez um leitor diga de que adianta fazermos a nossa parte aqui em Montenegro, se o homem está destruindo o nosso habitat, em todas as partes do planeta.

Podemos lembrar da estória do jovem que recolhia estrelas-do-mar da areia para uma a uma, jogá-las novamente de volta ao oceano. Ao ser questionado se isto fazia diferença uma vez que existiam centenas de milhares delas espalhadas pelas praias no mundo afora. O jovem pegou mais uma estrela, jogou de volta ao oceano e disse: para essa aqui eu fiz a diferença.
Que sociedade queremos ser? Aquela que preserva a natureza e se importa com as pessoas? Temos presenciado uma corrente de solidariedade para com estas comunidades, mas também atitudes que nos fazem ter vergonha do que o ser humano pode se transformar.

Enquanto milhares de pessoas fazem doações ou pegam na vassoura para ajudar, algumas se deslocam a região para saquear o pouco que restou ou para fazer postagens de imagens avassaladoras nas redes sociais e obter mais cliques ou likes.
A Prefeitura de Montenegro, na última sexta-feira, deslocou para Muçum uma equipe formada por cerca de 40 pessoas e duas máquinas miniescavadeiras. Os equipamentos foram utilizados para a limpeza das ruas e das propriedades, cobertas por uma grossa camada de lama. E assim, dezenas de Prefeituras têm contribuído para a limpeza destas cidades.
A etapa mais difícil vem agora. A população do Vale do Taquari está precisando de muita mão de obra para a reconstrução das cidades e recursos públicos que precisam vir do governo federal e estadual de forma imediata.

No que tange a ajuda do governo federal, o histórico demonstra que não é de se ter muita esperança. Em junho, quando da enchente aqui no Vale do Caí, o Executivo municipal em 25/06 divulgou um balanço parcial dos prejuízos. Somente aqui em Montenegro chegou ao menos em R$ 15,6 milhões, sem contar as perdas no meio rural. O recurso que veio do governo federal foi de RS 227 mil, que inclusive demorou a chegar, embora tenha sido divulgado que seria enviado imediatamente.

No domingo o vice presidente Geraldo Alkmin anunciava a destinação de R$ 741 milhões para a região do Vale do Taquari. Na segunda, o jornal Estadão, de São Paulo, trazia a informação do estudo que o Ministério da Defesa fez em relação aos valores da aeronave que deve ser adquirida para atender as expectativas do presidente da República. O investimento deve ser na casa de R$ 400 milhões. Comparando os valores podemos avaliar a importância que está sendo dada a esta tragédia.
O Brasil e a região precisam de menos marketing e mais ação.

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Planejamento
O coordenador do Serviço Geológico do Brasil para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, pesquisador em geociências Franco Buffon, em entrevista ao Ibiá veiculada em 10 de agosto, afastou qualquer relação da instalação das réguas com as enchentes de junho.
Buffon afirmou que a expansão faz parte de um sistema de alerta hidrológico projetado do CPRM para a Bacia do Rio Caí, para melhoria do serviço, especialmente para as Defesas Civis. A ação já estava planejada para os pontos de monitoramente dos Sistemas de Alerta Hidrológico (SAHs) no Vale do Caí. Réguas apenas para verificação visual e auxiliar do nível do rio, instaladas ao longo das cidades de sua Bacia.

Instalação das réguas já estavam programadas

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Narrativas
O vereador Gustavo Oliveira, Progressistas, inúmeras vezes elogiado nesta Coluna por suas iniciativas, merece desta vez um “puxão de orelhas”. Ele tem capacidade suficiente para chamar atenção de seus eleitores quanto ao seu trabalho.
Ultrapassou a linha do bom senso afirmando, em artigo publicado no Jornal Ibiá, que a instalação das réguas instaladas em frente à Câmara de Vereadores, era uma indicação sua. O vereador sustenta que por meio do ofício nº 47/2023 do CPRM, “fomos informados que a nossa demanda seria atendida”. Mas o próprio o coordenador do Serviço Geológico do Brasil, quando esteve em Montenegro, descartou qualquer fato local.
Em tempos das narrativas, cabe ao jornal fazer o seu papel de trazer a informação correta.

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O gladiador dos Pedágios
O prefeito de São Sebastião do Caí Julio Campani, PSDB, em sua cruzada contra a instalação de pedágio previsto para a localidade de Areião, ganhou um aliado no Supremo Tribunal Federal, STF. Em audiência com o Ministro Luís Roberto Barroso, em Brasília, conseguiu criar um voto divergente ao entendimento de que é possível haver pedágios cortando cidades.
Como um verdadeiro gladiador enfrentando as poderosas feras, Campani segue liderando aquela comunidade para retirar o ponto de cobrança – ainda que seja Free Flow – do km 4,5, sendo levado ao km 2,5, próximo à divisa com Portão.

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Divulgação confusa
O prefeito municipal, Gustavo Zanatta, em vídeo nas redes sociais oficias da Prefeitura divulga que a obra de recuperação do asfalto da Ramiro faz parte do Projeto Asfalto para todos.
O Ibiá já havia informado que a obra foi contrata pela Corsan/AEGEA e será realizada no trecho que vai da esquina com a Osvaldo Aranha até o cruzamento com a São João.
“Daí a César o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus”. É verdade que o prefeito fez muita pressão na Corsan para esta recuperação. Mas não é uma obra custeada e executada pelo Executivo.

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Centenário com muita vida
Quem passou pelo parque Centenário no domingo pode ver uma grande presença de pessoas curtindo o parque, especialmente nas proximidades da Praça Inclusiva.
É muito “legal” ver a população se apropriando dos locais públicos destinados a ela. Tomara que também se torne guardiã dos bens públicos.

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