Se olharmos no calendário, veremos que as eleições municipais estão a 257 dias. Aparentemente um período bem distante do nosso horizonte, tendo como base o eleitor. Para os partidos, entretanto, o atual momento é de muita ebulição.
Nos bastidores, buscam nomes para montar uma nominata competitiva e capaz de conquistar uma ou mais cadeiras no Legislativo. O Chefe do Cartório Eleitoral da 31ª Zona de Montenegro, Diego Bonato Coitinho, informou, em entrevista ao Ibiá, que dez partidos estão aptos a colocar candidatos no pleito de outubro, são eles: PSB, PL, MDB, PDT, PP, PSB, Novo, União Brasil, PT e Podemos, bastando apenas a realização de convenção municipal para homologar as candidaturas.
A legislação eleitoral permite que novos partidos possam ser constituídos e registrados no Município até 5 de abril, ou no caso de partidos que já existem mas que apresentam algum quesito a ser regularizado. O Republicanos, é um exemplo, pois nesta data não está com sua validade vigente. Esta é a sigla que o prefeito Gustavo Zanatta deve buscar a reeleição.
Ainda existe a possibilidade de fundação do Cidadania em Montenegro, que também tem movimentações visando sua presença no cenário político local.
Muitas vezes se dá pouca importância à eleição para a Câmara de Vereadores. Mas o Legislativo, seja em âmbito municipal, estadual ou federal, é de fundamental importância para a democracia, fiscalização e eventuais correções de rumos na gestão dos governos.
Na eleição de 2020, nove partidos colocaram 103 candidatos à disposição dos eleitores. Uma média de 11,4 por sigla. Cada um pode registrar 15 candidatos, reservando cinco vagas para mulheres. Somente Republicanos, MDB e PTB ocuparam as 15 vagas possíveis.
A tendência para eleição deste ano é que mais nomes venham a concorrer. Ao menos dez partidos devem lançar candidaturas. Além disso, o Partido dos Trabalhadores, motivado pela eleição de Lula na presidência da República, deve superar o baixo número de 7 nomes lançados em 2020.
A pergunta do momento: quanto vale um candidato a vereador? A cotação está diretamente ligada a capacidade de votos de cada candidato.
Hoje, Montenegro tem 1.022 eleitores a mais que em 2020, registrando 48.521. Número que deve ser superior, já que até maio ainda pode haver a entrada de novos. Com base nestes números, sem considerar que a pandemia provocou uma abstenção maior, que chegou a 27,02%, é possível projetar que o quociente eleitoral para eleger ao menos um vereador ficará muito próximo de 3.300 votos. Mais partidos, mais candidatos e, conseqüentemente, mais votos pulverizados.
Alguns nomes que postulam uma cadeira ao legislativo mantêm estes cálculos à mão. Dois vereadores da atual legislatura possivelmente avaliam este dilema, cada um deles por razões diferentes. Paulo Azeredo fez 1.542 votos em 2020. Se for candidato a prefeito, além do risco de não ser eleito, pode resultar na ausência do PDT na Câmara de Vereadores. Restando aos Trabalhistas depositar em Iolanda Azeredo Hoffstater a missão de recuperar os votos de Paulo Azeredo.
Outro vereador em situação de cálculos é Talis Ferreira, eleito com 1.339 votos, segundo mais votado na geral. Se optar pelo PSDB, certamente não será para concorrer à reeleição no Legislativo. Com apenas 10 candidatos em 2020, a sigla obteve somente 1.718 votos, bem abaixo do quociente eleitoral. Risco por risco, concorre a prefeito e negocia salvaguardas para o futuro, ou simplesmente fica no PP.
Muitas projeções são feitas neste momento com relação à composição da futura Câmara. Sem saber a lista oficial de cada partido é difícil fazer apostas, especialmente agora que os vereadores passaram a usufruir da indicação de emendas impositivas e emendas de bancada. Um recurso que acaba se transformando em privilégio para quem já tem mandato. Alguns até classificam como concorrência desleal.
Quem tem mais potencial de votos negocia melhor. O partido que tem uma legenda mais forte consegue escolher candidatos.
E assim a bolsa de cotação de quanto vale um candidato a vereador vai oscilando até o dia 05 de abril, data final para as novas filiações e transferências de partido.
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Coisas da política
Na semana que passou, o prefeito Zanatta divulgou um vídeo com o atual presidente da Comissão Provisória do Podemos, Everton César Baum, noticiando o recebimento de uma emenda de cem mil reais, para obras no Parque Centenário.
Até aí tudo bem. O que chamou à atenção é que o prefeito chegou a titubiar ao dizer o nome do deputado que destinou o recurso. Ele veio do PSDB, através do deputado federal Daniel Trzeciak. Cabe lembrar que Everton foi candidato a vereador mais votado pelo PSDB, na eleição passada.
Recurso não tem cor partidária e, como diz a secretária Josi Paz, a política é dinâmica. Fica difícil o prefeito acompanhar todas estas mudanças…
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Dr Kleber é o presidente
A Coluna errou ao colocar o vice-prefeito Cristiano Braatz como presidente da Executiva Municipal do MDB. Waldir João Kleber preside aqui na cidade o partido do Movimento Democrático Brasileiro.
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Bem recebido
O presidente do MDB falou à coluna sobre o possível ingresso do vereador Sérgio Souza no partido. Waldir Kleber disse que “o assunto foi amplamente debatido e aprovado por maioria sólida. Sendo assim, asseguro que o Vereador será muito bem recebido no MDB se assim desejar.”
Afirmou ainda que “mesmo aqueles que não votaram a favor declararam que nada tem contra a pessoa deste Vereador. Ele tem amplo apoio popular e terá o apoio do MDB para ampliar ainda mais seu trabalho.“
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Tudo é possível
Na última semana, a Coluna informou que, embora a votação sobre o ingresso de Sérgio Souza no MDB tenha sido 12 votos favoráveis e 9 contrários ao seu ingresso, o vereador teria outro destino, possivelmente, o Republicanos.
Na política tudo é possível, inclusive, que Souza venha a ingressar no MDB. Não tem sido comum os partidos locais fazerem votação, em nível de diretório, para aceitar o ingresso de um vereador que teve excelente desempenho nas urnas. Talvez isto já seria motivo suficiente para procurar outra agremiação.
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PSB fora da eleição
O presidente da Executiva Municipal do PSB, João Heitor Cruz, confirmou nesta segunda-feira que o seu partido não apresentará candidatos a majoritária, o que já havia uma indicação disto. O que acabou surpreendendo foi a decisão de não ter candidatos a Câmara de Vereadores.
O PSB, desde o segundo semestre do ano passado, foi perdendo para o MDB e Podemos alguns de seus principais nomes para concorrer a vereança. Estevão Carpes de Oliveira e Priscila Nunes, que concorreram a vereador na última eleição pelo partido, tem cargo no governo Zanatta e estarão em outra frente. Riviane Bulher saiu do PSB e foi para o MDB, e deve concorrer também.
Além disto, Sérgio Souza, o fiel escudeiro da administração, também vai sair do partido, na janela partidária. Assim, o PSB ficou aniquilado e o tempo é curto para a formação de um grupo forte.
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O futuro de Josi
Em julho do ano passado, quando Josi Paz, então PSB, assumiu a secretaria de Habitação, Desenvolvimento Social e Cidadania, em entrevista ao Ibiá, garantiu que estaria em algum santinho na eleição de 2024.
Neste momento, deve estar avaliando em qual partido ingressar. Ela admitiu que tem convites do Podemos, PP, MDB e do PSDB. Ao ser questionada se poderia optar pelo PSDB para concorrer à Prefeitura foi taxativa em afirmar que isto está “fora de cogitação”.
Naquela oportunidade, ela disse literalmente:“Eu estarei em algum santinho. De que forma eu não posso precisar, porque a política é muito dinâmica”, isto também pode significar que o “fora de cogitação” pode mudar.
Mais uma definição para o dia cinco de abril.