Narrativas da entrega dos colchões

Depois de muita espera, denúncias e justificativas, a Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Cidadania e Habitação, iniciou a entrega dos colchões, cestas básicas e kits limpeza na segunda feira, dia 1° de julho.

Ao contrário do que o prefeito Gustavo Zanatta explicou em um vídeo divulgado no dia 28 de junho, justificando a demora em chegar a ajuda até os flagelados, foi uma distribuição que careceu de critérios e controle.

Em algumas ruas, a entrega aconteceu de casa em casa. Mas nas situações em que foram distribuídos em pontos do bairro, o processo beirou a bagunça, o descontrole. “Qualquer um que entrasse na fila fazia a retirada, sem que houvesse conferência. Se havia critérios de quantidade por família, também não houve este controle,” relatou uma das vítimas da enchente.

O registro do nome e CPF em uma planilha física dava acesso à retirada dos itens. Dali para frente, se a pessoa que estivesse na fila acompanhada de mais uma ou duas pessoas, cada uma delas retirava colchões, cestas e kits sem controle de quantidade por família.

A Prefeitura, questionada, respondeu através de nota que “quando a entrega começou, os veículos foram, sim, de casa em casa e a distribuição foi acompanhada de imagens georreferenciadas, atestando que os beneficiários são residentes em áreas alagadas. O beneficiário teve de assinar um termo com nome e CPF.” No dia 1º de julho nossa reportagem, inclusive, acompanhou o início da entrega no Olaria.

Mas, parece que depois o processo ficou ao menos “confuso”. Por exemplo, na rua Independência, no bairro Ferroviário, não teria sido feita a entrega dos itens nas casas.
Diz ainda a nota que para atender as pessoas que não estavam na residência, foram montados espaços de entrega em cada bairro para atendimento das 17h às 19h. “Nestas situações, foi exigido comprovante de endereço e eles estão à disposição dos órgãos de controle para verificação”. A Coluna pediu esta comprovação e obteve como resposta: “os comprovantes não podemos fornecer por causa da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais).”

De outro lado também se tem depoimentos de que não houve esta comprovação. Há relatos de três pessoas de uma mesma família retirando as doações.
Assim chegamos a mais uma situação em que as narrativas são conflitantes.

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Dizem que o “exemplo arrasta”. Aí fica complicado

E os bueiros ?

Não é só a Corsan que está se “lixando” para os cuidados com o escoamento das águas das chuvas. No dia 2 de julho, foi realizada uma limpeza nas calçadas da rua Ramiro Barcelos. Desta capina ficaram acumulados junto a entrada de bueiros os resíduos desta limpeza.
Veio a chuva dias depois e os resíduos permaneciam obstruindo o fluxo da água. Até ontem, dia 8, os rejeitos ainda estavam lá. E o bom exemplo estimulou algum cidadão a depositar mais entulhos.

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Critérios diferentes
A votação da representação do PSDB, solicitando abertura de processo de cassação do vereador Sérgio Souza (MDB), escancarou a ausência de critérios.

O vereador alegou boa fé, abandonando o argumentou inicial de que não havia necessidade de licença ambiental para o corte das árvores. O plenário com o voto de 8 vereadores optou pela não instauração de investigação do fato gerador do pedido de cassação. Somente o vereador Paulo Azeredo apoiou a representação.

Um processo de cassação no âmbito do legislativo é político. E as decisões tomadas, muito vezes, não seguem os mesmos critérios.
O caso da denúncia das cestas básicas apreendidas no bairro Aeroclube já teve seu inquérito policial concluído e com o parecer de que não houve “elementos mínimos” que possam sustentar uma denúncia. Com isto a autoridade policial pediu o arquivamento.
O vereador Juarez Vieira da Silva vai embasar sua defesa na investigação policial, que através de depoimentos e documentação apresentada não conseguiu enquadrar em algum fato ilicito.

Streb e Iolanda em chapa pura do PDT
No último sábado, 6 de julho, o PDT, em reunião da executiva, decidiu por unanimidade de votos apresentar os nomes do advogado Rodrigo Streb para concorrer a prefeito e Iolanda Azeredo para vice-prefeita, numa chapa pura.

A notícia provocou dúvidas, uma vez que informação propõe uma chapa pura e não de nomes para compor uma candidatura do chamado bloco de oposição.
O presidente do PDT, Luis Eduardo Conceição, foi procurado para falar sobre o assunto, mas não conseguimos contato até o fechamento desta edição.

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