E o contribuinte é prioridade?

A administração municipal anunciou, no apagar das luzes de 2023, que o turno único que havia sido anunciado somente para dezembro foi estendido até 31 de janeiro. É o que diz o aviso da Prefeitura.

A motivação é de que parte do prédio locado para ser a nova sede do Executivo, ainda está sem ar condicionado, impossibilitando o trabalho em virtude do registro de altas temperaturas no local.

O que causa embaraço e até perplexidade é como esta situação ainda se arrasta. Vamos fazer uma rápida cronologia dos fatos. Em 10 de agosto de 2022 o Governo confirma prédio na Ramiro Barcelos como a “nova Prefeitura”. A partir do anúncio oficial iniciam as ações visando adequações necessárias para a transferência dos serviços públicos para o endereço da Ramiro. Imagina-se que várias visitas foram feitas ao local por técnicos e lideranças políticas do governo Zanatta. Em loco foi possível confirmar, com antecedência, o que chamam de verdadeiro “forno de padaria”.

A matéria do Ibiá de 6 de fevereiro de 2023, no auge do verão, trazia uma atualização sobre o andamento das obras, informando que desde o fim de 2022 a equipe trabalhava na adequação da parte elétrica, rede de internet, ar condicionado, divisórias e mobiliário do prédio.

Considerando setembro de 2022, mês da assinatura do contrato de locação até dezembro de 2023 foram transcorridos 16 meses. Tempo suficiente para projetar, licitar e instalar o sistema de refrigeração. Afinal não se trata de um projeto ou uma obra de grande complexidade. A conclusão cabe a interpretação de cada um. Já os fatos são incontestáveis.

Esta sequência de desacertos, que os políticos chamam de “burocracia do setor público”, “lentidão dos processos” ou ainda ”falta de técnicos” são argumentos surrados que o contribuinte vem “assistindo” nas últimas três décadas.

A divulgação da extensão do turno único fez pipocar no whatsapp do Ibiá vários comentários e questionamentos, que vão desde o fato de creches e escolas suportarem temperaturas altas sem suspender os trabalhos. Ou ainda que diariamente as equipes da Secretaria Municipal de Viação e Serviços Urbanos estão expostas a todo tipo de oscilações climáticas. Uma expressão contida em uma das mensagens dizia “entra governo e sai governo, mas a elite palaciana continua privilegiada”. E a expressão mais freqüente não coloca o meu nome.

Por fim, o episódio tem gerado descontentamentos, sem falar no cidadão que deveria estar em primeiro lugar e terá acesso limitado e dificultado aos serviços que estão disponíveis na sede da Prefeitura e na SMDEC.

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Novas caras na Câmara de Vereadores
O presidente do Legislativo montenegrino, Valdecir Alves de Castro, Republicanos, foi rápido e em seu primeiro dia de presidente já nomeou novos assessores. Na Secretaria Geral assumiu Odirlei Casagrande, que era Chefe de Seção – Projetos e Programas Sociais da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Cidadania e Habitação. Odirlei saiu do Executivo no dia 12 de dezembro.

A Assessoria de Comunicação está nas mãos de Marcelo Claro, que foi Conselheiro Tutelar por duas gestões e na última eleição não concorreu. Valdecir quebra uma prática de quase 20 anos, e não colocou na Comunicação um profissional da área. Marcelo tem formação na aérea da administração e terá um grande desafio pela frente, justo em um ano de eleições municipais.

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Boa notícia
A tão esperada inauguração da EMEI Centenário deve acontecer em fevereiro, possivelmente no começo do mês. O mobiliário está em processo de instalação e durante o mês de janeiro deve ser definida a equipe de trabalho.

Em 27 de fevereiro do ano passado o Ibiá trazia a informação do Secretário de Obras, Edson Eggers Machado, que os serviços estavam em fase final, com a instalação de grades e portões.

A obra foi retomada em julho de 2021, após ficar parada desde 2016.

Em breve novidades para a EMEI Centenário

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Doação pífia
Mais uma vez a doação voluntária de alimentos, ao invés da cobrança de ingresso, se mostrou pífia, como já havia ocorrido durante a programação dos 150 anos de Montenegro. Conforme divulgação da Prefeitura, em seus canais oficiais, o show da cantora gospel Gabriela Rocha reuniu “em torno de 4 mil pessoas.”

Na avaliação da administração a arrecadação dos alimentos, “em torno de 600 kgs”, “acabou se revelando também uma importante ação social”. Esta ação social poderia beneficiar muito mais famílias e por um período mais prolongado, não fosse a teimosia de não exigir a entrega de alimentos na entrada do evento. O doa quem quer, nem sempre é justo com o investimento feito em um show. A justificativa da não exigência da doação para garantir que pessoas de baixa renda também possam usufruir de um grande show é tão pífia quanto a quantidade que vem sendo arrecadada.

Nunca é tarde para rever conceitos e estratégias.

Baixo engajamento na doação voluntária de alimentos

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