Cronologia da crônica da morte anunciada

O primeiro registro de ameaças da saída da Uergs de Montenegro foi em outubro de 2017. O motivo apontado foi o financeiro. Na época, o valor pago mensalmente era de mais de R$ 45 mil mensais à Fundação Municipal de Artes (Fundarte) para que os cerca de 420 alunos dos cursos de licenciatura em Artes Visuais, Dança, Música e Teatro utilizassem espaço e equipamentos.

O então prefeito, Carlos Eduardo Müller, o Kadu, chegou a colocar à disposição um terreno, localizado no cruzamento das ruas Simões Lopes Neto com a rua Vereador João Vicente, como alternativa para construção de uma sede para a UERGS.

Os deputados Tarcísio Zimmermann e Elvino José Bohn Gass visitaram o local com o prefeito e declararam que o desafio seria os recursos para a construção do prédio. “Vamos apresentar à bancada essa demanda e tentar levantar recursos”, destacou Bohn Gass. “É hora de construir parcerias e mobilizar recursos para tornar possível a sede”.

Depois desta visita veio a público que o então prefeito ofereceu uma área que não pertencia ao Município e sim ao Estado. Em 15 de fevereiro de 2018, nova reunião para tratar do assunto, sem nada de concreto resultar. Nesta manifestação do deputado Tarcisio Zimmermann já evidenciava que, se dependesse do Estado, nada mudaria: “Se a prefeitura assumir o protagonismo, pedindo transferência do terreno ao lado do AJ Renner para o Município e firmando convênio com a Uergs, ficaria mais fácil. O problema principal que vejo nessa questão é que o governo estadual não tem interesse em investir na instituição”, profetizou Zimmermann.

Por ironia do destino, a referida área foi invadida por indígenas, com uma ocupação que se alongou até outubro de 2021.

Já no governo Gustavo Zanatta, em 21 de outubro de 2021 o Ibiá registra mais uma reunião. O vereador suplente Rodrigo Corrêa (PDT) levou à Câmara de Vereadores professores, alunos, ex-alunos, lideranças políticas, representantes da Fundarte, do Legislativo e do Executivo Municipal a discutir o assunto sede da UERGS. Mais uma comissão formada.

Poucos dias depois, 18 de novembro, o Ibiá noticia: “A gestão da Uergs informa que não há estudo em andamento para a transferência da Unidade de Montenegro para outro prédio ou cidade.” A nota da gestão da Uergs, informava que a intenção de repassar um terreno é “conhecida e bem-vinda”. “Isso é positivo por ratificar a relevância do ensino superior ofertado a essa comunidade, para o desenvolvimento qualificado de futuros profissionais e para as áreas artísticas que são desenvolvidas nos cursos”, dizia a nota.

A manchete de 15 de fevereiro deste ano não deixou dúvidas: “ Uergs não abre vagas de ingresso para o campus Montenegro”. Estava decretado o início do fim. Ao não colocar novos alunos, iniciava o processo de desmanche do campus.

Em 29 de junho, em Audiência Pública, Governo do Estado e UERGS sequer mandaram representantes, num total descaso com os deputados, alunos e comunidade de Montenegro e do Estado, interessados na permanência do campus na cidade das Artes.

Nesta audiência, a diretora executiva da Fundarte, Júlia Hummes, relatou que o prefeito Gustavo Zanatta ofereceu à reitoria da instituição estadual o repasse de uma área do Município, próxima da escola Adolfo Schuller, no bairro Panorama, para que a Uergs construísse a sua sede própria. A oferta, porém, teria sido negada. Somente seria aceita, se acompanhada de um projeto arquitetônico para a construção da sede.

No início deste mês, o reitor Leonardo Alvim Beroldt da Silva reiterou que a decisão de retirada do campus foi tomada em razão de “dificuldades enfrentadas para manter a oferta desses cursos na Unidade em Montenegro”. Disse ainda que, por 10 anos, “a comunidade universitária” buscou sem sucesso por uma sede própria na cidade que garantisse a qualidade de ensino.

A declaração do reitor, cuidadosamente calculada, manda um recado explícito às lideranças locais que foram empurrando o problema com a barriga. Mas não pense o nobre educador que a população de Montenegro é burra ou tem memória curta. Tantas versões manifestadas com relação à retirada ou não do Campus, somente comprovam o desrespeito da instituição com a cidade. Se assim não fosse, não teriam tantas trocas de versões e justificativas.

Já tem gente pensando que as rotatórias vieram para compensar a retirada do Campus da Universidade Estadual. A velha história da velha política…


Coisas de terceirizadas I
O microrrevestimento segue pela cidade e algumas situações chamam à atenção. No feriado de Finados, o serviço teve continuidade com o propósito de minimizar os transtornos na principal via comercial da cidade. Show! Vamos bater palmas.

Chegaram inclusive a acordar moradores para retirar carros estacionados. Bom cidadão não berra, afinal, era para um bem maior e coletivo. Concluídos os serviços do feriado. Opa, um pedaço da quadra entre as ruas dos Plátanos e Antônio Marques simplesmente ficou sem o tal microrrevestimento. Justamente onde acordaram cidadãos trabalhadores. .


Coisas de terceirizadas II
Neste sábado, dia 12, cedo da manhã voltaram a interditar o trecho não concluído, deixando a Ramiro em meia pista, passando a ideia de que o serviço finalmente seria concluído. Ledo engano. Caiu a tarde e o único resultado foi a rua ficar interditada durante todo o sábado.

A falta de compromisso da terceirizada fez com que a prefeitura consumisse recursos materiais e humanos, sem nenhum resultado. Diante desta pequena amostra dá para imaginar o que estas empresas, contratadas através de licitações, fazem com as Prefeituras. E as multas existem?


Previsão
Parece que no dicionário de alguns técnicos da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e a empresa executora da obra das rótulas, não existem palavras como prever, planejar, antever, calcular e sinônimos.

Quando o Ibiá cobrou a EGR sobre a localização de um poste no meio da via, foi informado de que a intervenção estava programada para hoje, 15. Se tivesse um mínimo de planejamento e cuidado com a segurança, a intervenção seria programada com a RGE antes da colocação do asfalto. Agora tem que estragar o que recém foi feito, exemplificando porque as obras públicas são tão caras.
Isso sem falar na segurança e nos riscos à vida.


Contradições
O mesmo Estado que queria doar R$ 495 milhões para rodovias Federais, não tem recursos para manter a UERGS aqui e reformar o prédio do IPE para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher.


Natal Premiado
Quando não tinha promoção de Natal, com sorteio de prêmios, comerciantes e entidades representativas estavam sempre reclamando a falta de apoio dos governos municipais para realização de campanhas deste tipo.

Em setembro, a administração Zanatta/Braatz lançou o Natal Premiado. A cada R$ 50,00 em compras nos estabelecimentos participantes, o cliente ganha um cupom eletrônico para sorteio.

Interessante que o consumidor percorre as lojas e ninguém fala sobre isto, nem mesmo como um argumento de venda. Por que será?

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