Gustavo Zanatta e Cristiano Braatz foram eleitos com a promessa da construção de uma “Nova Montenegro”, ouvindo mais as pessoas e trabalhando, em diferentes frentes, na recuperação da autoestima de um montenegrino que, há tempos, parecia ter pouco do que se orgulhar. A ideia era linda no papel; e conquistou 12.376 eleitores com esperança em sua concretização.
Pois lá se foi o 1º ano de aplicação desse projeto e, olhando para trás, é inegável que houve empenho e importantes iniciativas em prática. Construindo boas relações com parceiros e, especialmente, com o Legislativo, o governo conseguiu bom espaço para aprovar projetos, ganhando maior governabilidade. Como exemplos de iniciativas, tivemos o resgate do Esporte, o programa de revitalização de praças, a troca das carroças com tração animal, o banco de perucas, os novos cursos de qualificação profissional, o ambulatório pós-covid e os investimentos nos exames da Saúde. Só para citar alguns. Ainda há bastante coisa engatilhada por iniciar.
Na análise do 1º de um ciclo de quatro anos, é claro, não se pode excluir todo o contexto de transição e de heranças de governos anteriores. Foi o caso, nesse 2021, da corrida para garantir a continuidade de obras como a ponte do Baixio e a Emei Centenário, por exemplo. Extraordinariamente, ainda, o início da gestão foi o do pior momento da pandemia; que impôs desafios enormes e culminou na oferta de um socorro de R$ 1 milhão ao Hospital Montenegro.
Mas posto isso, os 144 itens listados no plano de governo – somados às promessas proferidas em debates, artigos e entrevistas – deixam claro o quanto que os “guris” ainda têm de trabalho pela frente. Superada a pandemia e o contexto do primeiro ano, há muito – muito mesmo – prometido para a construção dessa “Nova Montenegro”. Das mais simbólicas, a execução das amplas revitalizações do Centenário, da orla do Rio Caí e do Baixio estão bem encaminhadas, no papel, mas vão demandar muita articulação política para a vinda de recursos externos para sua execução. Do que depende de esforços apenas locais, também há bastante o que destacar.
Dos compromissos firmados, estão a criação do “IPTU Verde” pro incentivo de práticas ecológicas, uma secretaria de Cultura e Turismo, um programa de revitalização dos bens do patrimônio histórico, a revisão do plano de mobilidade urbana, a ampliação dos canais de comunicação com a Prefeitura, o Centro Administrativo, a Farmácia Móvel, melhorias no transporte público, o corte de CC’s para valorização do servidor, a redução de impostos, o incentivo para a cobertura de telefonia no interior…Daria pra encher a página com os compromissos de campanha.
Zanatta e Cristiano também bateram muito na tecla do “básico”; da limpeza, dos esgotos, da manutenção das ruas e das estradas. Esses são problemões cuja resolução, complicada pelo déficit de máquinas e equipamentos no início de 2021, ainda precisa andar com mais agilidade. Torcemos por isso! Tomara que daqui a um ano, quando refletirmos sobre este 2022, possamos destacar muitos mais avanços. Quem sabe, até, já vislumbrar a tal “Nova Montenegro” no horizonte.
Perspectiva
Durante a campanha, o Ibiá convidou os candidatos a prefeito de Montenegro a imaginarem, se eleitos, como seria a capa do jornal ao final de seus mandatos em 31 de dezembro de 2024. Na ocasião, Gustavo Zanatta destacou, como manchete, Montenegro voltando a ser referência para o Vale do Caí; na rota de grandes empresas nacionais. Também previu um investimento de quase R$ 1 bilhão de uma nova organização na cidade e, de encontro ao contexto do resgate da autoestima, a volta do projeto Viva Bairro; antiga iniciativa do Ibiá. São três anos pra chegar a essa realidade.
Problemas na coleta de lixo
Enfurecido com a quantidade de notificações que vem recebendo da Prefeitura de Montenegro, um responsável pela Ecosul, empresa contratada pra coleta de lixo, disparou críticas contra o governo municipal. Denunciou que, às vésperas do prazo de renovação do contrato, em dezembro, a Administração já tinha tudo alinhado para recontratar a empresa anterior, que prestava o serviço. Deixada de lado, a Ecosul teria corrido para obter a renovação, meio que a contragosto do governo. Segundo ele, rolou até bate-boca com o secretário de Meio Ambiente; o que estaria motivando tantas cobranças em cima do serviço.
Ontem, a paralisação dos funcionários acabou colocando ainda mais lenha nessa fogueira. A empresa aponta que também seria um jeitinho de acabar com o contrato. Com tudo o que ocorreu, a sua presença em Montenegro, agora, é incerta.
A Administração não comentou as alegações. Porém, é fato que problemas na coleta efetivamente aconteceram. A falha no recolhimento no Campo do Meio, por exemplo, não foi inventada para criar uma notificação; e é difícil crer que o Governo Zanatta se prestaria a um papelão desses. Afinal, não parece nada difícil provar se uma notificação é “injusta” quando o serviço estiver sendo entregue como deve ser.
A bem da verdade, é até positivo que a coleta esteja sendo bem fiscalizada. O que é preciso acompanhar, dadas as declarações da Ecosul, é se, com uma nova empresa que possa vir, a fiscalização ocorrerá com igual rigidez. Também não podem ser dois pesos e duas medidas.
Quem quer dinheiro?
Numa clara tentativa de acalmar os ânimos e fazer com que os municípios engulam mais fácil a concessão das estradas e a instalação dos pedágios, o Governo Leite divulgou o quanto cada Prefeitura vai arrecadar, em impostos, com as tratativas. Para Montenegro, a projeção de entradas anual é de R$ 1,25 milhão em ISSQN, que chega no caixa livre para ser usado como a administração bem entender. Só sobre a tarifa do pedágio, que é repartida entre todos os municípios cortados pela estrada, o repasse médio deve ser de R$ 717 mil por ano.
A projeção, ao menos, não é tão surreal quanto a que veio pro convencimento da instalação do outro pedágio de Montenegro, na BR-386. Do de lá, segundo informações da secretaria da Fazenda, o incremento previsto de arrecadação anual era de R$ 2,16 milhões. Na prática, tem vindo muito menos. Foram R$ 751 mil no total de 2020 (desses, R$ 439 mil foram sobre o pedágio).
Foi longe
Ao divulgar um novo investimento no Polo Petroquímico, para suprimento de biometano, o Governo do Estado cometeu uma gafe. Foi ao fazer referência à presença do prefeito de Triunfo, Murilo Machado. Noticiou que quem estava na cerimônia de assinatura do contrato era Luciano Fernando de Sousa, que também é prefeito de uma Triunfo, mas no Estado de Pernambuco. Passou longe.
É lei!
Às vésperas da virada, a Prefeitura de Montenegro publicou material pedindo para a comunidade “preferir” foguetes silenciosos pra celebrar o Ano Novo. Na verdade, isso já nem é mais questão de preferência. É lei estadual a proibição dos foguetes barulhentos. O problema é que alguns não cumprem.
Faz bem
Às voltas com a execução de seu programa “Asfalto para todos”, o prefeito Zanatta se adiantou e fez um ofício pra Corsan listando todas as ruas que serão contempladas. A ideia é evitar que, depois de o asfalto ficar pronto, a estatal precise fazer alguma intervenção na rede, abra buracos e deixe a via renovada com remendos. Essas “cicatrizes” são marcantes em várias ruas de Montenegro.