A história se repete com as empresas da coleta do lixo

O prefeito Zanatta disse que não esperava que algo como a situação da coleta de lixo fosse ocorrer na sua gestão. Maior crise vivida pelo “novo” governo, a interrupção do serviço – culpa do chefe do Executivo ou não – gerou desgaste e críticas que tomaram as redes sociais e a ouvidoria da Prefeitura. A Administração agiu rápido, reunindo equipe e equipamentos próprios para fazer parte da coleta emergencialmente e recolher um pouco do resíduo acumulado durante o feriadão de Ano Novo. Fez isso, 36 horas depois da paralisação dos funcionários da prestadora do serviço; e 11 horas depois do anúncio oficial do abandono do contrato.

A Ecosul, empresa que “prestava” o serviço até semana passada, vinha dando indícios de que não conseguiria manter as operações já há alguns dias. Ao que parece, a oferta de um valor de fornecimento mais baixo não foi suficiente para viabilizar o trabalho. Os primeiros sinais: falta de pagamentos de benefícios aos funcionários e as dificuldades para abastecer os caminhões. Esses últimos, que a direção da empresa alega serem boatos.

Desde dezembro, foram mais de vinte notificações dadas pela Prefeitura para forçar adequações no serviço, com pouco resultado. E desde que levou a público essas dificuldades, o governo já entendia que eram grandes as chances de o contrato não chegar ao final. O receio, desde então, era de que a rescisão ocorresse sem ter uma empresa para pôr no lugar. Não deu outra.

Acaba sendo impossível, aqui, não traçar um paralelo da situação com a que viveu Montenegro em 2013, durante o Governo Paulo Azeredo. Como ocorreu ano passado, a Prefeitura havia contratado a empresa Biomina para a coleta de lixo num contexto de economia em comparação ao contrato anterior. Mas a empresa assumiu e teve vários problemas. Como agora, enfrentou uma paralisação dos funcionários que alegavam atrasos nos salários e falta de equipamentos de proteção individual. A empresa da época também apontou que sofreu sabotagens nos caminhões; enquanto a Ecosul, de hoje, saiu dizendo que houve ação coordenada para que o contrato fosse rescindido.

Coincidentemente, além disso, a empresa que prestava o serviço antes da Biomina era a Komac Rental, que assumiu o serviço novamente quando Azeredo precisou encerrar o contrato com a prestadora em dificuldades. Essa mesma Komac prestava o serviço em Montenegro até o início deste ano, quando o prazo acabou e Zanatta lançou novo edital com uma contratação bem mais em conta financeiramente. Pareceu dar certo com a primeira empresa que assumiu, a Junges, mas já desandou quando, com a renovação do contrato, entrou a Ecosul. Coincidências…Lá se vão oito anos e a história, praticamente, se repete.


Covid assusta de novo
Estamos repetindo um alarmante contágio de Covid-19, desta vez da variante Ômicron, no mundo, no Brasil e também na região. Embora se registre sintomas leves, a maioria sem internação hospitalar, é preciso retomar os protocolos de segurança contra o vírus. Muitos municípios estão optando por reforçar a necessidade de vacinação para os que não fizeram como forma de não colapsar os hospitais. Outros retomam campanhas de conscientização para evitar o contágio. Espera-se que o comércio não seja novamente afetado, como ocorreu no início da pandemia. É preciso agir e conscientizar.


Mais um?
Parece que o Governo Kadu Müller tinha algum problema em relação à prestação de contas. Após a questão envolvendo os poços de água perfurados no interior, que culminaram na inscrição da Prefeitura no cadastro de devedores do Estado, o atual chefe da Defesa Civil revelou outra obrigação que ficou pra trás. Carlos Roberto Ferrão Martins contou ao Ibiá que houve falhas na prestação de contas da verba que veio da União para reformar o ginásio de Vapor Velho; avariado após um vendaval em 2018. “Ferrão” disse que foi cobrado e precisou regularizar a situação.


A gente viu!
Quis o destino que a visita institucional do novo presidente da ACI ao gabinete do prefeito ocorresse no pior do dia da recente “crise do lixo”. O líder empresarial João Batista Dias, que é ligado à área de reciclagem, presenteou Zanatta com uma camiseta e o escrito “Lixo no chão, eu não tolero”. A cidade toda ainda estava com os seus resíduos nas calçadas. A foto com a entrega do presente foi divulgada, mas rapidamente excluída quando o governo percebeu o contexto da imagem. É claro que acabou vazando nas redes sociais.


Da região
Depois de um período como vice, Gustavo Zanatta anunciou que assumirá neste ano o cargo de presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio Caí, a Amvarc. Será a referência aos 20 municípios para tratar das principais demandas regionais. “Eu fico feliz em poder assumir e ser a voz (dos prefeitos) diretamente com o governador do Estado”, destacou ele à Rádio Ibiá Web.


Sem sinaleiras
Questionado sobre a possibilidade de instalar semáforos na RSC-287 – uma solução provisória e mais barata até a concessionária assumir a rodovia – Gustavo Zanatta rechaçou a ideia. A alternativa vem sendo defendida pelo vereador Paulo Azeredo – na Câmara. Na avaliação do prefeito, as sinaleiras causariam “congestionamentos horríveis”; especialmente no caso de caminhões pesados, de várias toneladas, que teriam que parar e arrancar na subida. O que o chefe do Executivo indica é que uma melhor solução está por vir. Porém, até agora, não se sabe do que se trata


Não rolou
Um ano se passou e o corte “drástico” de CC’s na Prefeitura, prometido em campanha por Gustavo Zanatta e Cristiano Braatz pra valorizar o servidor público ainda não ocorreu. A proporção de pessoas de fora, nomeadas para os cargos de chefia, segue praticamente a mesma da encontrada em 2020. Questionados, Zanatta apontou que ainda há servidores afastados em função da pandemia – por terem comorbidades, em licença-interesse e afins – o que impede o maior aproveitamento do funcionalismo. Já Braatz adicionou que os CC’s, ao longo desse ano, demonstraram grande capacidade e comprometimento; e que são rigorosamente cobrados por resultados.


Gestão
Desconsiderando o caso de Silvana Schons, que desistiu da secretaria de Saúde ainda antes de assumir, a saída de Fabrício Coitinho da pasta de Gestão e Planejamento é a primeira mudança no primeiro escalão do Governo Zanatta. Inevitavelmente interrompe-se o andamento de um trabalho para o início de uma nova gestão da secretaria. Coitinho pediu para sair alegando outros compromissos empresariais. Veio da iniciativa privada, sendo um elo da Administração com a ACI e, de sua experiência em gestão, trouxe ferramentas e indicadores que ajudaram a tornar os processos mais rápidos dentro da pasta. O modelo, ele contou ao Ibiá, ficou pronto para ser implementado também nos demais setores da Prefeitura.
Cabe ao seu sucessor manter o que ficou de positivo e agregar outros avanços.

FOTO: ARQUIVO/IBIÁ

Trocas
Assumiu a Gestão e Planejamento o então diretor de Captação de Recursos, Rafael Cruz (à esquerda na foto), que vinha ganhando projeção no governo por seu papel na conquista de verbas junto à União e o Estado. Na diretoria, por sua vez, assume Patrick Zaboski Pinho (à direita). Ele é advogado de formação e servidor público no cargo de Agente Administrativo auxiliar. No passado, chefiou a diretoria de Licitações e a Comdecon.

FOTOS: ACOM/PREFEITURA

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