O próximo desastre solar

O Programa Embrace/INPE, Estudo e Monitoramento Brasileiro de Clima Espacial, foi criado em agosto 2007 por uma força tarefa entre os servidores do INPE para desenvolver e operar um programa de clima espacial.

Com a missão de observar o ambiente do espaço Sol-Terra, a magnetosfera, a atmosfera superior e os efeitos de correntes elétricas induzidas no solo para prever possíveis influências nas atividades tecnológicas, econômicas e sociais. Visa proteger a infraestrutura brasileira, ou seja, todos os sistemas de comunicações Terra- Satélites, Terra-Terra, e equipamentos a bordo onde se encontram os serviços de geo-referenciamento, comunicação social, de segurança das comunidades afastadas e da aviação civil. Além disso, as linhas de alta tensão espalhadas pelo País.

O serviço visa evitar ou mitigar os efeitos de apagões (blackout) nas comunicações terrestres de rádio que utilizam alta frequência (HF), no fornecimento de energia, falhas em equipamentos na aviação civil, etc.

O sol segue um ciclo de 11 anos, culminando com a formação de manchas solares e tempestades solares que ejetam massa para o espaço, quando essa massa atinge a Terra, os danos são enormes. A tempestade solar de 1859, chamada de Evento Carrington porque foi observado e registrado pelos astrônomos ingleses Richard C. Carrington e Richard Hodgson, ejetou muita massa coronal solar que atingiu a magnetosfera da Terra e induziu uma das maiores tempestades geomagnéticas já registradas. Há registros em jornais de auroras “boreais” na cidade de São Paulo. Diversos cientistas estudaram o tema e afirmam que se uma tempestade solar desta magnitude acontecesse hoje, provavelmente, causaria destruição generalizada das redes elétricas e de comunicação.

Em 10 de maio, formou-se uma mancha solar, denominada AR3664, que logo se tornou tão grande quanto a do Evento de 1959. Para se ter uma ideia, caberiam 15 Terras enfileiradas na AR3664. Foi a maior tempestade solar dos últimos 21 anos, durou uma rotação completa do sol, trazendo mais explosões intensas.

A tempestade, que estava classificada como G4 (severa), passou para G5 (extrema), a classificação máxima da escala utilizada pelos cientistas. Com isso, ela se tornou a mais forte desde as tempestades de Halloween, em 2003. O evento provocou auroras boreais e austrais em várias regiões do planeta, incluindo latitudes onde esses fenômenos não costumam ocorrer. Mas não chegou a São Paulo…

Depois, finalmente, a mancha continuou girando com o sol e ficou do outro lado do sol, quando emitiu grandes explosões, com uma provável X12, que atingiu Vênus e quebrou todos os recordes do atual ciclo de 11 anos. Após outras erupções intensas, ela completou uma rotação solar inteira e reapareceu no lado esquerdo do disco solar.

A Terra escapou dessa vez, mas, cedo ou tarde, uma explosão solar estará apontada para a Terra e os desastres serão inimagináveis. O Brasil também tem uma proposta de um satélite artificial para estudar o sol utilizando tecnologia nacional, mas convencer políticos brasileiros é mais difícil que desenvolver tecnologia.

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