Levados pelo cotidiano repetitivo que se instala no dia a dia e privilegiando as exigências externas que o mundo e a convivência com o outro nos impõe, esquecemos de ouvir nosso próprio coração e atender seus desejos mais sinceros.
Ao falarmos em coração podemos nos aprofundar em dois caminhos: o primeiro visa o coração como um órgão e essencial para vivermos. Com a função de bombear sangue para todo corpo. Uma máquina que não tem descanso e não pode parar.
A outra versão de coração é aquela que atribuímos como sede dos sentimentos e emoções, que vivenciamos no relacionamento com outras pessoas e conosco mesmos.
Ambos os aspectos: orgânico e emocional são vitais para a vida humana. Um afeta o outro e se influenciam mutuamente. Daí a importância em manter a harmonia e o bem viver.
Somos um todo formado por muitas partes, cada uma com suas funções e todas visam um corpo e mente saudável. Existe uma frase: “Dize-me o que comes e te direi quem és”. Eu completaria “dize-me o que pensas e te direi quem és.” Nossos pensamentos, sendo bons ou duros demais, afetam diretamente nossa saúde física e mental. Tudo se relaciona, muitas doenças são oportunistas e nos pegam em momento de fragilidade emocional e se instalam devagarzinho causando muito estrago.
No dia-a-dia em que vivemos, no ambiente de trabalho, nos estudos, com a família, com amigos e inimigos e em nossas relações afetivas constituímos hábitos, ou seja, forma pessoal de funcionamento. Esta pode ser tensa, angustiada, sofrida ou pode ser mais tolerante dando tempo para as angústias e sofrimentos se acomodarem e então procurar soluções.
Os problemas, sejam de relacionamentos ou de saúde, não deixarão de existir simplesmente porque deixamos de pensar neles, mas de tentar encontrar formas de resolvê-los sem nos causar tanto sofrimento e dor.
Colocar prioridades e aprender com as experiências anteriores nos tiram do engessamento do conflito e nos abrem novas opções de solução.
Aos poucos, conforme desenvolvemos nossa capacidade de discernimento e expressão do que está em nosso coração, vemos que existe horizonte, respostas novas e criativas, que nos fazem sofrer menos.