Já faz algum tempo que os animais de estimação adquiriram grande importância na vida das famílias. Cães, gatos, coelhos e pássaros se tornaram companheiros de adultos e de crianças. Se, no passado, eram alimentados com restos de comida e dormiam num canto, sobre panos velhos e folhas de jornal, agora têm suas camas felpudas e comem ração nutritiva e equilibrada. Nada de pets gordinhos demais, imitando humanos barrigudos por conta dos excessos etílicos e gastronômicos. Cachorro e gato também são… gente. E merecem tudo aquilo que seus tutores desfrutam.
Certo ou errado? Quem somos nós para julgar? As relações se mantêm quando são interessantes para pelo menos um dos lados e certamente há humanos que não viveriam mais sem os seus filhos peludos. Muitos, inclusive, levam para dentro de suas casas animais que foram abandonados nas ruas, em geral, famintos e doentes. Um belo gesto. Adotar um bichinho, assim como uma criança, é uma incontestável prova de amor. E se alguém tem este sentimento sobrando – coisa rara nesse mundo materialista – que seja canalizado para um objetivo nobre.
Todos lembram da grande repercussão que teve a morte de um cachorro, espancado em um supermercado de Osasco, região metropolitana de São Paulo, há algumas semanas. Pois saibam que o agressor não vai cumprir sequer um dia de prisão. Trágico! Por outro lado, o caso pode ter dado o empurrão necessário para que um novo projeto de lei, apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (REDE –AP), consiga aumentar a pena de maus-tratos contra animais de três meses para até três anos de cadeia, além de estabelecer uma punição financeira para os estabelecimentos coniventes com esta prática.
Infelizmente, os crimes contra animais são mais comuns do que se imagina. Seguidamente há registros nas redes sociais de tutores cujos cães e gatos foram envenenados até mesmo dentro dos pátios onde vivem. As causas costumam ser mesquinhas, como os latidos que incomodam vizinhos ou o cocô dos gatos na calçada de quem mora nas proximidades. Lógico que ninguém precisa aturar certos “desaforos”, mas custa falar com os donos? Até parece que matar é a única forma de resolver um problema. Na verdade, parece que é, mas só para quem não dá valor à vida. Quem mata um cão ou um gato por motivo fútil ou num acesso de raiva pode fazer o mesmo com um humano. Estes crimes precisam ser punidos com rigor.
A Ciência já provou que os animais de estimação não são apenas companhia para pessoas solitárias. Em muitos casos, como em pacientes com depressão, cuidar deles é o único elo que os prende à vida. A medicina está cheia de histórias de enfermos que tiveram sua recuperação acelerada pelo convívio com um cão ou gato. Junto aos idosos, eles desempenham muito bem o papel de filhos e netos. E, entre as crianças, cuidar deles ensina gentileza e bondade. Se você é contra isso, está precisando muito mais de um amigo de pelos do que qualquer outra pessoa. Renda-se!